A Unidade de Investigações Especiais (SIU, na silga em inglês) inocentou um policial investigado por atropelar intencionalmente um suspeito durante uma perseguição policial há mais de um ano, em Toronto. Segundo o diretor da Unidade, Joseph Martino, a "conduta se enquadra no âmbito da justificativa prescrita pela seção 34 do Código Penal".
O caso aconteceu no dia 12 de abril de 2020, aproximadamente às 18h10. A polícia de Toronto respondeu a um assalto à mão armada em andamento em uma loja na área de King e Bathurst. O suspeito, que carregava uma faca, foi confrontado por policiais e orientado a largar a arma. O homem não cumpriu o pedido, por isso as armas de energia conduzida foram usadas pelos policiais.
Segundo os agentes que prestaram depoimento, o suspeito, de 28 anos, gritou para os policiais “atirarem nele”. "Tornou-se evidente que o Queixoso estava com uma mente doentia na época, e alguns dos oficiais acreditavam que ele estava sob a influência de drogas ou em crise de saúde mental", escreveu Martino na decisão. Mesmo com o disparo das armas de energia conduzida, o homem não parou. A SIU confirmou que ele estava vestindo uma jaqueta de inverno "que parece ter impedido que as sondas que estavam no alvo penetrassem na pele".
Outro policial teria utilizado o spray de pimenta contra o suspeito, porém ele não parou.
Ainda de acordo com a SIU, por três vezes, um policial dirigiu intencionalmente contra o homem na tentativa de derrubar ele enquanto ele fugia para o sul na Bathurst Street em direção à Front Street. Um segundo agente teria seguido o exemplo com um único impacto. Embora os impactos de "baixa velocidade" tenham feito o suspeito tropeçar, ele recuperou o equilíbrio e continuou em direção ao sul, ainda com a faca em mãos.
Já na Front Street, ele fugia em direção leste quando um policial voltou para a viatura e começou a segui-lo. Com a parte da frente do carro, a 10 km/h, o agente atingiu o fugitivo e passou por cima dele antes que parasse a viatura na Front Street. O suspeito sofreu fraturas no pulso direito e pé.
Na decisão, Joseph Martino disse que o oficial "estava preocupado com o fato de o Queixoso representar um perigo real e presente para a saúde e segurança do público na época". "As preocupações do oficial, em minha opinião, não eram infundadas. Havia pessoas na Front Street que corriam risco iminente de lesão corporal ou até morte."
"Não há fundamento para o prosseguimento da ação penal neste caso, e o processo está encerrado", concluiu.