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14/02/2022 às 17h19min - Atualizada em 14/02/2022 às 17h19min

Justin Trudeau vai à guerra

Primeiro-Ministro declara Lei de Emergência Nacional

Adrian Wyld/The Canadian Press via AP Photo
Pela primeira vez na história, o Canadá tem a Lei de Emergência Nacional proclamada por um Primeiro-Ministro. Na tarde desta segunda-feira (14), Justin Trudeau se manifestou em coletiva de imprensa falando sobre o assunto. No final de semana, o líder da nação dialogou com outros governadores de diversas províncias, afim de debater sobre a Lei, que entrou em vigor em 1988, quando deixou de ser Lei de Emergência de Guerra e se tornou Lei de Urgência Nacional.
 
A Lei imposta por Trudeau pode anular direitos civis, reabertura de fronteiras e o posicionamento das Forças Armadas nas ruas. O objetivo é conter o ‘Comboio da Liberdade’, que está posicionado em frente ao parlamento há 17 dias. Os manifestantes clamam pelo fim do passaporte vacinal e pela não obrigatoriedade de quarentena para caminhoneiros que cruzam as fronteiras com os Estados Unidos.
 
Com a Lei decretada, o governo ganha amplos poderes para restaurar a ordem em suas províncias. Em Ottawa, a manifestação tem causado prejuízos diários aos cidadãos, às fábricas e todo o comércio local, além de se estender para outras cidades.
 
O Primeiro-Ministro decidiu colocar a lei em vigor após a descoberta de manifestantes, em Alberta, portando armas de fogo. Foram 11 prisões decretadas e o estouro de um armazém com 13 fuzis, pistolas e facas de caça. Porém, a decisão de Trudeau pode violar direitos constitucionais dos cidadãos canadenses, em visto que para tal ato ser cumprido, todas as províncias deveriam acatá-lo.
 
Quando a Lei de Medidas de Guerra (nome da lei anterior) foi utilizada, em Outubro de 1970, o pai de Justin Trudeau regia a nação. Medidas anti-terrorismo foram usadas pelos militares e o período ficou conhecido como ‘Crise de Outubro’. Elliott Trudeau quebrou o país financeiramente e pequenas rebeliões civis se formaram por todo o Canadá.
 
E Trudeau acabou por dar um ‘tiro no próprio pé’. No momento que os caminhoneiros começavam a se retirar da Ambassador Bridge e que Ontário e Quebec haviam cedido ao fim do passaporte vacinal, Justin tomou a decisão mais dura de todas. Cortar os direitos do seu povo.
 
“Se o objetivo do Comboio da Liberdade era capturar a atenção de milhões de pessoas no Canadá e em todo o mundo - missão cumprida”, disse o CEO do Angus Reid. “No entanto, o objetivo era conseguir apoio para suas demandas e acabar com as restrições à pandemia - nesse caso, o tiro saiu pela culatra”.
 
Nos próximos dias, podemos esperar militares nas ruas e movimentos conservadores pelas províncias. Assim como seu pai, Trudeau utilizou a mais radical das leis nacionais.
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