20/06/2024 às 09h08min - Atualizada em 20/06/2024 às 09h08min

(VÍDEO) Autoridades investigando caso do caminhão de publicidade que reproduziu vídeo 'islamofóbico' em Toronto

Um vídeo publicado nas mídias sociais mostra um caminhão de publicidade reproduzindo um vídeo que pergunta: "Isso é Yemen? Isso é a Síria? Isso é o Iraque?" O vídeo então mostra imagens de muçulmanos rezando, seguidas de um texto que diz "Acorde Canadá. Você está sob cerco"

Júnior Mendonça

com informações CTV National News

Um vídeo publicado nas mídias sociais mostra um caminhão de publicidade reproduzindo um vídeo que pergunta: "Isso é o Iêmen? Isso é a Síria? Isso é o Iraque?" | NCCM / X

A Unidade de Crimes de Ódio da Polícia de Toronto está investigando depois que um furgão foi visto circulando pela cidade com um vídeo "islamofóbico".

Um vídeo publicado nas mídias sociais mostra um caminhão de publicidade reproduzindo um vídeo que pergunta: "Isso é Yemen? Isso é a Síria? Isso é o Iraque?" O vídeo então mostra imagens de muçulmanos rezando, seguidas de um texto que diz "Acorde Canadá. Você está sob cerco".

"O que essa van estava anunciando (é) tentar sugerir que os muçulmanos canadenses e a oração comunitária são algo ameaçador e perigoso", disse Amira Elghawaby, representante especial do governo federal para combater a islamofobia. "Temos estado realmente no limite quando se trata de ódio direcionado às nossas comunidades e esse é apenas mais um exemplo de por que as pessoas estão realmente preocupadas."

Elghawaby diz que a mensagem exibida no caminhão vai além da liberdade de expressão e alimentou o medo na comunidade muçulmana.

An advertising van was spotted in Toronto inciting a fear of Muslims in Canada.

This is extremely dangerous messaging, and should not be condoned. We have seen Islamophobic hate kill in Canada, including in Ontario.

This public campaign is pure Islamophobia and hate.

We are… pic.twitter.com/4UAy7UHZOC
— NCCM (@nccm) June 18, 2024

"Não queremos ver outro massacre na mesquita de Quebec ou um ataque familiar em Londres", diz ela.

Alghawaby observa que houve um aumento de 500% no discurso de ódio islamofóbico e antissemita on-line, conteúdo que cresceu desde os ataques de 7 de outubro e o início da guerra em Gaza.

De acordo com a Anti-Defamation League, com sede nos EUA, um grupo de defesa dos judeus, o conteúdo antissemita aumentou 919% no X (anteriormente conhecido como Twitter) e 28% no Facebook no mês seguinte a 7 de outubro. O Institute for Strategic Dialogue, um grupo de defesa com sede em Londres, afirma que o discurso de ódio antimuçulmano no X aumentou 422% nos dias seguintes aos ataques de 7 de outubro.

Cidades em todo o Canadá também estão relatando um aumento nos supostos crimes de ódio, incluindo Toronto, com quase 190 incidentes relatados à polícia de Toronto até agora neste ano. Quase metade desses incidentes foi antissemita.

"Vamos deixar claro que há uma crise de antissemitismo neste país", disse Richard Marceau, do Centro para Assuntos Israelenses e Judaicos. "Agora é a hora de agir. Palavras não são suficientes, é hora de os líderes políticos realmente agirem para resolver isso."

Marceau quer que a polícia e os líderes políticos façam mais para proteger os membros da comunidade judaica, incluindo as áreas ao redor de sinagogas e escolas que foram alvo de ataques violentos.

Quando se trata de discurso de ódio, Elghawaby pede que os canadenses se manifestem.

"Os valores canadenses de pluralismo, diversidade e respeito às pessoas de todas as origens precisam ser a nossa estrela do norte neste momento", diz ela.

Não está claro quem organizou e pagou pelo caminhão, mas a polícia de Toronto confirma que recebeu várias denúncias de membros do público e pede que qualquer pessoa que tenha fotos ou vídeos do caminhão se manifeste.

We recognize the community's concern about a truck displaying Islamophobic messaging in Toronto.

The TPS Hate Crime Unit is investigating.
(GO# 2024-1324632) pic.twitter.com/aDN9FH2XJa
— Toronto Police (@TorontoPolice) June 19, 2024

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(VÍDEO) Autoridades investigando caso do caminhão de publicidade que reproduziu vídeo 'islamofóbico' em Toronto

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