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13/09/2024 às 09h26min - Atualizada em 13/09/2024 às 09h26min

Mais de 40 países da ONU pedem que Venezuela publique atas da eleição; Nicolás Maduro ignora

Enquanto isso, ditador da Venezuela anuncia parceria com o Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST) e manda 'recado' a Lula

Redação North News
com informações CNN
O ditador Nicolás Maduro usando boné do MST | Foto: Reprodução/YouTube
 
Uma declaração conjunta formulada nesta quinta-feira (12) por 41 países membros da Organização das Nações Unidas (ONU) solicita ao Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela (CNE) que publique imediatamente os resultados de todas as atas eleitorais e permita a verificação dos dados para promover a credibilidade do processo eleição de 28 de julho.

“Tomamos nota do relatório preliminar do Painel de Peritos das Nações Unidas, que concluiu que o processo eleitoral ficou aquém das ‘medidas básicas de transparência e integridade’ que são essenciais para a realização de eleições credíveis”, leu o ministro de Relações Exteriores do Panamá, Javier Martínez Acha, representando os Estados membros que emitiram o apelo nesta quinta-feira.

O painel da ONU que esteve na Venezuela entre o final de junho e 2 de agosto publicou um relatório preliminar que critica o processo eleitoral no país, no qual o CNE declarou Nicolás Maduro vencedor das eleições sem mostrar os resultados desagregados por centro e estação de votação. O governo venezuelano rejeitou o parecer emitido pelo painel naquele momento, considerando que “nada mais é do que um ato de propaganda que serve os interesses golpistas da extrema direita venezuelana”.

O comunicado desta quinta-feira também aplaude o povo venezuelano por ter participado nas eleições apesar dos desafios significativos e exige que a sua decisão seja respeitada, após mais de 80% das atas publicadas pela oposição terem mostrado um resultado diferente do anunciado pelo CNE e validado pelo Tribunal Superior.

Quanto à partida para Espanha do candidato Edmundo González, os Estados subscritores do apelo expressam que foi em resposta à ordem de prisão política emitida pelas autoridades venezuelanas que González foi “forçado ao exílio”.

Parceria com o MST e 'recado' a Lula
Enquanto isso, o ditador venezuelano, Nicolás Maduro, anunciou em seu programa semanal na televisão estatal uma parceria com o Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST) para desenvolver um projeto de 10 mil hectares para produzir alimentos na Venezuela.

A dirigente do MST Simone Magalhães participou da transmissão ao lado de Maduro para comentar o projeto, cujo objetivo seria eventualmente chegar a 100 mil hectares produtivos no país. Durante o programa, o líder chavista elogiou a experiência “altamente bem-sucedida” do movimento no Brasil.

Após o anúncio, ex-vice-presidente venezuelano e atual secretário-executivo da Aliança Bolivariana para os Povos de Nossa América (Alba), Jorge Arreaza, elogiou a parceria firmada entre o governo da Venezuela e o MST e aproveitou a oportunidade para criticar o governo brasileiro.

“O presidente Nicolás Maduro cumpre o projeto sonhado pelo comandante Hugo Chávez e pelo MST (e pelo governo brasileiro da época, diferente do atual)”, escreveu Arreaza. O secretário referia-se ao primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que, apesar de ter retornado à presidência brasileira, tem se distanciado do governo chavista.

Desde a contestada eleição presidencial de 28 de julho na Venezuela, Maduro e seus aliados têm criticado a postura dos países que pedem a divulgação das atas eleitorais, entre eles, o Brasil.

Ao lado do presidente da Colômbia, Gustavo Petro, Lula chegou a sugerir que o governo venezuelano realizasse novas eleições ou então fizesse um “governo de coalizão”. A proposta não foi bem recebida por Caracas: Maduro pediu que mundo “não se meta nos assuntos internos da Venezuela”, enquanto a líder da oposição, María Corina Machado, chamou a sugestão de “falta de respeito”.

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