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18/08/2022 às 16h44min - Atualizada em 18/08/2022 às 16h44min

Quase 6 milhões de pessoas no Canadá sofreram com insegurança alimentar em 2021, aponta estudo

Problema não melhorou nos últimos 3 anos, alertam pesquisadores

(Evan Mitsui/CBC)

Cerca de 5,8 milhões de pessoas no Canadá sofreram algum tipo de insegurança alimentar em 2021, de acordo com um novo estudo divulgado nesta quarta-feira por pesquisadores da Universidade de Toronto.

 

O número inclui 1,4 milhão de crianças.

 

De acordo com o estudo Insegurança Alimentar Doméstica no Canadá, 2021, o número total equivale a 15,9% das famílias em todas as 10 províncias. Além disso, o estudo também analisou as taxas de insegurança alimentar ao longo da pandemia e até o atual período de inflação.

 

Os pesquisadores descobriram que o problema não melhorou nos últimos três anos. "Não vimos nenhuma melhora palpável na insegurança alimentar para famílias de baixa renda no Canadá", disse Valerie Tarasuk, professora de ciências nutricionais da Faculdade de Medicina Temerty, em um comunicado à imprensa. 

 

De acordo com o estudo, existem grandes diferenças do problema entre as províncias, variando de 13,1% das famílias em Quebec a 20,3% das famílias em Alberta. Em Ontário, a situação era considerada grave. Os dados coletados nos territórios ainda não estão disponíveis, diz o estudo.

 

De acordo com o grupo de pesquisa de Tarasuk, PROOF, dados de 54.000 mostraram que a realidade de famílias na Pesquisa de Renda Canadense do Statistics Canada, de 2021. Os pesquisadores definiram a situação como "acesso inadequado ou inseguro aos alimentos devido a restrições financeiras".

 

Em Ontário, uma em cada seis famílias, cerca de 16,1%, tinha insegurança alimentar em 2021, sendo um total de 2,3 milhões de pessoas. Além disso, 4,6%, ou 259.000 famílias a situação era grave, como perder refeições, reduzir a ingestão de alimentos ou ficar dias sem comer por falta de dinheiro. 

 

Insegurança alimentar deve continuar, apontam pesquisadores

 

"A insegurança alimentar das famílias está diretamente ligada a outros indicadores de desvantagem social e econômica. Ou seja, as pessoas com renda mais baixa são mais propensas a sofrerem com a fome", diz o resumo executivo do relatório.

 

Os pesquisadores dizem que as altas taxas de insegurança alimentar continuam e são "profundamente preocupantes", principalmente pelo impacto na saúde humana e no sistema de saúde. Eles acreditam que o problema deve piorar se a renda não acompanhar a inflação.

 

“A persistência do problema em todo o Canadá e os padrões de vulnerabilidade destacam a necessidade de respostas políticas mais eficazes e baseadas em evidências por parte dos governos federal e provinciais”, diz o resumo executivo do relatório.

 

O relatório ainda pede aos governos que abordem a vulnerabilidade das famílias que dependem da renda do emprego, mas ainda não conseguem sobreviver. 

 

Aumento do uso de bancos de alimentos acende alerta

 

Neil Hetherington, CEO do Daily Bread Food Bank, diz que testemunhou as taxas de insegurança alimentar aumentarem drasticamente. Em 2019, a instituição de caridade recebeu cerca de 60.000 visitas mensais durante esta época do ano, disse ele à CBC News. Esse número agora quase triplicou para 171.000 visitas mensais de clientes.

 

Ele suspeita que as visitas mensais aos bancos de alimentos tendem a aumentar continuamente. Em maio, ele estima 225.000 visitas de clientes por mês apenas na cidade de Toronto.

 

De acordo com Hetherington, a falta de preços acessíveis e a extrema pobreza são o ponto principal da discussão. 

 

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