Sami questionou durante o seu depoimento sobre a quantidade de tiros disparados contra o pastor. "Não temos como definir se foram trinta disparos, porque a lesão pode ter duas perfurações. Um mesmo disparo pode produzir uma, duas, três e até quatro com entrada e saída. A descrição de trinta ferimentos não nos informa nada sobre o número de disparos. As feridas têm características, algumas são mais do que outras e olhando eu posso estabelecer com grau aceitável de acerto se uma ferida é de entrada ou de saída".
Durante o depoimento do perito, a defesa apresentou imagens do esquema de lesões do corpo e também fotos das perfurações no tronco do pastor. A tentativa, a princípio, seria no intuito de descredibilizar o laudo pericial feito pelo Instituto Médico Legal (IML). "Este ferimento não está no mapa de lesões, então seria um engano na descrição de um ferimento que poderia estar em cima, ou na parte de baixo. Ambos também têm características de saída", explica o perito.
O perito foi chamado pela defesa de Flordelis para depor no quarto dia de julgamento. O especialista também já atuou em julgamentos de grande repercussão midiática, como por exemplo o caso de Matsunaga e o ex-vereador Jairinho. Este fato, somado a sua participação no julgamento de Flordelis, foi contestado pelo Ministério Público do Rio durante a audiência. Na saída do Fórum, o perito disse não ter entendido a menção do MPRJ sobre suas participações em casos como esses, segundo ele, em uma tentativa de descredibilizar suas atuações.
A audiência será retomada na sexta-feira (11), às 9h, e deverá se estender até o fim de semana, tendo em vista que ainda faltam testemunhas para prestarem depoimento.