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05/01/2023 às 14h45min - Atualizada em 05/01/2023 às 14h45min

Moraes determina a própria prisão após invasão ao sistema do CNJ; “Faz o L”, dizia ordem falsa

Conselho Nacional de Justiça acionou a Polícia Federal para apuração do caso

Júnior Mendonça
Marcelo Camargo/Agência Brasil
 
O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) acionou a Polícia Federal, nessa quinta feira (5), após um usuário cadastrado expedir um “mandado de prisão” contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

O conselho identificou inconsistência “fora do padrão” no Banco Nacional de Monitoramento de Prisões, introduzida por alguém com autorização.

No sistema oficial do CNJ constava que Moraes havia determinado a prisão de si mesmo. O documento foi inserido nos registros de mandados de prisão, na noite dessa quarta-feira (4).


A “decisão” era repleta de ironias à atuação do ministro e diz que Moraes teria mandado se prender por “litigância de má-fé”, isto é, por ter acionado o sistema judiciário sem causa plausível.

Em outra passagem, o texto diz que Moraes teria autorizado a medida "sem me explicar, porque sou como um deus do Olimpo, defiro a petição inicial, tanto em razão da minha vontade como pela vontade extraordinária de ver o Lula continuar na Presidência".

Um trecho do mandado de prisão apresenta ainda a expressão “Faz o L”, da campanha de Lula e agora usada por críticos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

“DETERMINO, por fim, a extração integral de cópias e sua imediata remessa para o Inquérito n. 4.874/DF e de todos os inquéritos de censura e perseguição política, em curso no SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL para o CNJ, a fim de que me punam exemplarmente. Diante de todo o exposto, expeça-se o competente mandado de prisão em desfavor de mim mesmo, Alexandre de Moraes. Publique-se, intime-se e faz o L”, diz trecho do 'mandado'.

A falsa decisão dizia ainda: “expeça-se o competente mandado de prisão em desfavor de mim mesmo, Alexandre de Moraes”.

Em nota, o CNJ informou que o sistema estaria completamente restabelecido na tarde dessa quinta-feira.

“O Conselho Nacional de Justiça informa que a inconsistência encontrada na quarta-feira (4), no Banco Nacional de Monitoramento de Prisões, foi causada pelo uso indevido de credencial de acesso ao sistema, que já foi devidamente bloqueada”, diz o CNJ.

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