A ex-presidente Dilma Rousseff tomou posse no comando Novo Banco de Desenvolvimento (NDB, da sigla em inglês), conhecido como Banco dos Brics nessa quinta-feira (13), em Xangai, na China.
Com mandato até julho de 2025, estima-se que a nova dirigente deve receber um salário de aproximadamente R$ 290 mil mensais.
Além disso, o banco também oferece aos empregados uma série de benefícios, como assistência médica, educacional para filhos, auxílio-viagem para o país de origem, subsídios para mudança em caso de contratação e desligamento e transporte aéreo.
Em seu discurso, Dilma disse que reconhece “o desafio de prover e garantir financiamento na escala adequada para atender as necessidades econômicas, sociais e ambientes" dos países.
Ela ressaltou que o NDB fica comprometido com as prioridades que o governos apresentam para o banco.
“Assumir a presidência do NBD é, sem dúvida, uma grande oportunidade de fazer mais para os países do Brics, mas não somente para os seus membros, mas também para os países emergentes e em desenvolvimento”, declarou.
Dilma ainda anunciu que além dos cinco países, os BRICS têm "mais três integrantes: Bangladesh, Emirados Árabes Unidos e Egito”.
Em 25 de março, o nome de Dilma foi aprovado pelo conselho do banco após a indicação do atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Ela substituirá o diplomata e economista Marcos Troyjo, ex-integrante da equipe do ex-ministro da Economia Paulo Guedes.
A instituição financeira foi criada em 2014 pelos Brics, bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Na época, o tratado que constituiu o NDB foi assinado em Fortaleza, tendo a então presidente brasileira Dilma Roussef como anfitriã.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) esteve presente e discursou na cerimônia.
Em seu discurso, o chefe do Executivo disse que a criação do NDB mostra que a união dos países emergentes tem grande potencial e é capaz de criar mudanças sociais e econômicas relevantes para o mundo.
“Pela primeira vez um banco de desenvolvimento de alcance global é estabelecido sem a participação de países desenvolvidos em sua fase inicial. Livre, portanto, das amarras e condicionalidades impostas pelas instituições tradicionais às economias emergentes. E mais, com a possibilidade de financiamento de projetos em moeda local”.
Dilma Rousseff foi ministra de Minas e Energia e chefe da Casa Civil nos dois primeiros governos do presidente Lula. Em 2010, foi a primeira mulher eleita para assumir a presidente do Brasil.
Já no seu segundo mandato, em 2016, Dilma sofreu impeachment em decorrência de crimes de responsabilidade. Seu afastamento da presidência foi aprovado pela Câmara e pelo Senado pela prática das chamadas “pedaladas fiscais”, atrasos de pagamentos a bancos públicos, e pela edição de decretos de abertura de crédito sem a autorização do Congresso.
Sete anos depois, a eleição da ex-presidente para o Banco do Brics marca a volta da petista a um cargo público. Até então, Dilma apenas participava de palestras, debates e discussões acadêmicas e partidárias.