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27/06/2023 às 12h58min - Atualizada em 27/06/2023 às 12h58min

Após ouvir “alarmes irritantes”, zelador desliga freezer e universidade dos EUA perde 20 anos de pesquisas

Instituição de ensino pede mais de US$ 1 milhão em danos à empresa de limpeza responsável pelo funcionário

Redação North News
com informações CNN
CHOKSAWATDIKORN / SCIENCE PHOTO LIBRARY/Getty Images
 
Um zelador universitário que desligou um freezer após ouvir vários “alarmes irritantes” arruinou mais de 20 anos de pesquisa científica, de acordo com uma ação movida contra seu empregador pelo Rensselaer Polytechnic Institute, no interior do estado norte-americano de Nova York.

O zelador, que não está sendo processado, era contratado da empresa de limpeza Daigle Cleaning Systems Inc., e trabalhou por vários meses em 2020 na universidade particular de pesquisa em Troy, Nova York.

A universidade pede mais de US$ 1 milhão (cerca de R$ 4,7 milhões) em danos e honorários advocatícios da Daigle Cleaning Systems como resultado do incidente.


O freezer do laboratório continha mais de 20 anos de pesquisa, incluindo culturas e amostras de células, nas quais uma “pequena variação de temperatura de três graus causaria danos catastróficos”, de acordo com a ação movida na Suprema Corte do condado de Rensselaer.

A universidade não acredita que o zelador seja culpado, mas culpa a Daigle Cleaning Systems por não treiná-lo e supervisioná-lo adequadamente, segundo o processo.

“O réu, por meio de sua supervisão e controle negligente, descuidado e/ou imprudente do [zelador], causou danos a certas culturas de células, amostras e/ou pesquisas no laboratório”, afirma a universidade.

A CNN procurou os advogados da Daigle Cleaning Systems e do Rensselaer Polytechnic Institute para comentar o caso.

O processo afirma que as culturas de células e espécimes no freezer precisavam ser mantidas a -80 °C e uma variação de 3 °C causaria danos, então os alarmes soariam se a temperatura aumentasse para -78 °C ou diminuísse para -82 °C graus.

KV Lakshmi, professor e diretor do Baruch ’60 Center for Biochemical Solar Energy Research da universidade, que supervisionou a pesquisa, notou que o alerta do freezer disparou em 14 de setembro de 2020, porque sua temperatura subiu para -78 graus, conforme consta no processo.

Apesar do alarme, Lakshmi e sua equipe determinaram que as amostras de células estariam seguras até que reparos de emergência pudessem ser feitos.

Enquanto o professor esperava que o fabricante do freezer viesse fazer o conserto, sua equipe adicionou uma caixa de trava de segurança ao redor da saída e do soquete do freezer. Um aviso também foi colocado no freezer, segundo o processo judicial.

“ESTE CONGELADOR ESTÁ APITANDO PORQUE ESTÁ EM REPARO. POR FAVOR, NÃO MOVER NEM DESCONECTÁ-LO. NENHUMA LIMPEZA NECESSÁRIA NESTA ÁREA. VOCÊ PODE PRESSIONAR O BOTÃO DE SILENCIOSO DE ALARME/TESTE POR 5-10 SEGUNDOS SE QUISER SILENCIAR O SOM”, dizia o aviso.

Mas, em 17 de setembro, o zelador ouviu o que mais tarde chamou de “alarmes irritantes”, de acordo com o processo. Em aparente tentativa de ser útil, ele desligou os disjuntores, que forneciam eletricidade ao freezer, desligando-os por engano. Ele declarou ainda que a temperatura do freezer subiu para -32 °C.

No dia seguinte, os estudantes de pesquisa encontraram o freezer desligado e, apesar das tentativas de preservar a pesquisa, a maioria das culturas foi “comprometida, destruída e tornada irrecuperável, demolindo mais de vinte anos de pesquisa”, aponta o processo.

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