28/07/2023 às 07h53min - Atualizada em 28/07/2023 às 07h53min
Brasil envia mais de 100 combatentes para enfrentar incêndios florestais no Canadá
Missão humanitária vai agir na Colúmbia Britânica por aproximadamente um mês; entre os brasileiros estão 20 funcionários do Instituto Chico Mendes e 41 do Ibama – entre esses, 10 são quilombolas do Goiás, e 9 são indígenas da etnia Xerente, do Tocantins
O Brasil enviou 104 especialistas em uma missão humanitária de combate a incêndios florestais ao Canadá.
A partida da missão aconteceu no final da última semana, da Base Aérea de Brasília. O embarque dos especialistas brasileiros ocorreu logo após breve cerimônia, de onde partiu o avião fretado pelo Canadá para a província da Colúmbia Britânica, no oeste do país.
Não é só o Brasil que enviou combatentes; também há bombeiros dos Estados Unidos, Austrália, Nova Zelândia, África do Sul, França, México, Coréia do Sul e Costa Rica.
A Embaixadora Luiza Lopes, diretora-adjunta da Agência Brasileira de Cooperação (ABC), do Ministério das Relações Exteriores, instituição responsável por coordenar a missão humanitária ao Canadá, lembrou que a cooperação brasileira funciona de forma circular.
“Muitos dos profissionais já receberam capacitação de outros países e, agora, retribuem com esta ação humanitária, que muito nos orgulha”, disse a diplomata.
Já o encarregado de negócios da Embaixada do Canadá no Brasil, Simon Cridland, ressaltou que não poderia estar mais convicto de que nosso País é um verdadeiro parceiro do Canadá.
“Esta iniciativa representa a maior missão brasileira de ajuda humanitária da história e demonstra a importância que o Brasil atribui às nossas relações bilaterais, bem como o compromisso em auxiliar nações amigas na preservação ambiental e na resposta às mudanças climáticas”, reiterou.
Diversidade Dos 104 especialistas em combate a incêndios florestais enviados pelo Brasil, 15 brigadistas e cinco servidores são do (ICMBio).
Já o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) destacou 41 brigadistas da equipe do Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Prevfogo) para atuarem no Canadá.
No grupo, encontram-se dez brigadistas quilombolas, do Estado de Goiás, e nove brigadistas indígenas da etnia Xerente, do Tocantins.
Também embarcaram representantes da Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil, do Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional (MIDR), e da Força Nacional de Segurança Pública (FNSP), do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP).
Ambas brigadas serão compostas por bombeiros militares designados por 20 corporações de bombeiros militares estaduais e do Distrito Federal. Os bombeiros militares participantes da missão têm vasta experiência e capacitação técnica em combater incêndios florestais, desastres e emergências.
Isso é um pouco menor do que a ilha de Newfoundland, sem incluir Labrador, mostraram dados do Canadian Interagency Forest Fire Center (CIFFC).
Este ano é o maior número de terras queimadas por incêndios florestais na história do Canadá, mostram dados da Natural Resources Canada.
Métricas anteriores apontam o maior número de hectares queimados em 1989, com aproximadamente 7,6 milhões de hectares. Isso foi ao longo do ano inteiro. As autoridades canadenses disseram no início deste mês que a temporada deste ano estava na metade do caminho.
Um início precoce de incêndios florestais com temperaturas secas e quentes fora de época provocou cerca de 880 incêndios em todo o país.
O CIFFC diz que a maioria dos incêndios está agora no oeste do Canadá, e a Colúmbia Britânica tinha o maior número, a o início da última semana, com 376 incêndios ativos. Este ano está bem acima da média, mostram os dados.
A área média queimada é de cerca de 2,1 milhões de hectares com cerca de 8.000 incêndios. Mas os incêndios atuais estão queimando muito mais. Em 2023, enquanto o número de hectares é cinco vezes superior à média, há cerca de metade do número de incêndios.