18/05/2024 às 10h07min - Atualizada em 18/05/2024 às 10h07min
Entenda como funcionam as cidades provisórias que serão instaladas no Rio Grande do Sul
Governo do Gaúcho detalhou projeto das cidades temporárias para vítimas das enchentes; estruturas improvisadas são utilizadas em desastres durante o processo de reconstrução das cidades
O governo do Rio Grande do Sul está mobilizado para construir “cidades provisórias” em quatro municípios do estado, que concentram mais de 65% da população atualmente desabrigada por conta das fortes enchentes que atingiram praticamente todo o território gaúcho.
O termo “cidades provisórias” é utilizado apenas para facilitar a compreensão de como irão funcionar os abrigos, pois as cidades têm outras funcionalidades além do morar como lazer, trabalho e estudo, diferente do que é proposto nessas estruturas provisórias.
A localização das instalações precisa ser próxima aos pontos de referência da população local, perto dos postos de trabalho e da vizinhança, para que não se perca o senso de comunidade local.
“É importante que o local respeite as necessidades de privacidade das pessoas. No primeiro momento, é aceitável, mas, conforme o tempo passa, a necessidade de um espaço reservado aumenta”, afirma Renato Lima, diretor do CENACID — Centro de Apoio Científico em Desastres e especialista-consultor da ONU para o tema desastres ambientais e naturais.
Cada país desenvolve sua estrutura segundo os recursos disponíveis e a infraestrutura local. Conforme Renato Lima, durante o terremoto do Haiti em 2010, abrigos em praças públicas chegaram a receber 50 mil pessoas em tendas comunitárias. Já em países como os Estados Unidos, os padrões são outros.
As “cidades provisórias” serão equipadas com cômodos para as famílias, além de áreas comuns como banheiros com chuveiros, cozinhas, lavanderias e espaços dedicados para crianças e pets.
Geralmente, os países constroem abrigos aproveitando pontos com a estrutura necessária, como estádios de futebol e escolas. Em Porto Alegre, a área escolhida é o Porto Seco, localizado na Zona Norte da cidade.
Em Canoas, o local será o Centro Olímpico Municipal (COM); em São Leopoldo, o indicado é o Centro de Eventos; enquanto em Guaíba continua sendo definida a área mais apropriada.
“O padrão previsto pelo Rio Grande do Sul está conforme os padrões estabelecidos para desastres deste porte”, finaliza Lima. As instalações serão distribuídas nos municípios mais afetados: Porto Alegre, Canoas, São Leopoldo e Guaíba.
Estruturas podem funcionar por até um ano O governo do Rio Grande do Sul detalhou na manhã desta sexta-feira (17) o plano para construção de quatro cidades temporárias na Grande Porto Alegre para abrigar famílias que tiveram de deixar suas casas por causas das enchentes no estado.
O objetivo dessas cidades temporárias é fazer com que os espaços que foram improvisados como abrigos –como escolas, universidades e ginásios– possam, aos poucos, ser liberados para que retornem às suas funcionalidades originais.
“São estruturas provisórias. Por algumas semanas elas podem estar atuando para acolher as pessoas. Esses modelos têm dormitórios, têm divisórias, têm banheiros, têm chuveiros e toda a estrutura. Elas têm uma proteção térmica e possibilidade de impermeabilização, para não ter problema de infiltração caso haja chuva”, detalhou Souza.
O vice-governador explicou que será necessário contratar uma empresa para montar essas cidades provisórias. A contratação, segundo ele, pode ser finalizada já na semana que vem. Após a assinatura do contrato, seriam necessários 15 a 20 dias para montagem dos espaços a partir da entrega dos materiais por parte dos fornecedores.
Como funcionarão as cidades temporárias
Onde serão
Canoas Local: Centro Olímpico Endereço: Avenida Araguaia, 1151, bairro Igara Área para instalação dos abrigos: 15 mil metros quadrados
Porto Alegre Local: Complexo Cultural Porto Seco Endereço: Rua Hermes de Souza, s/n, bairro Santa Rosa de Lima Área para instalação dos abrigos: 30 mil metros quadrados
Chuveiros e banheiros fora do espaço (não serão banheiros químicos)
Cozinha comunitária
Dormitórios – se possível, individualizado por família
Espaço multiuso (televisão e computadores)
Fraldário, área para amamentação e berçário
Lavanderia coletiva
Refeitório
Espaço para a equipe de apoio
Triagem
Assistência social
Por quanto tempo essas estruturas funcionarão O contrato prevê seis meses de funcionamento, período que pode ser renovado por mais meio ano.
O que será feito depois O governo do Rio Grande do Sul definiu um modelo de unidades habitacionais definitivas e de rápida implantação para atender as pessoas que perderam suas casas.
Um desses modelos de moradia, já homologado, tem 44 metros quadrados e terá 250 unidades construídas no Vale do Taquari a partir do dia 21 de maio. O prazo estimado para a montagem dessas casas é de 120 dias a partir do início das obras.
Outro modelo é chamado de módulo habitacional temporário transportável. Tem 27 metros quadrados e, segundo o governo, é possível entregar 200 unidades em 30 dias após a localização do terreno e viabilização de estrutura básica como água, esgotamento e energia elétrica. “Estamos fazendo uma licitação emergencial para contratação de 500 unidades”, disse o vice-governador. As unidades, diz Souza, serão entregues com móveis e eletrodomésticos.
Por fim, o governo prevê contratar, em até 40 dias, 2.500 unidades habitacionais de 53 metros quadrados. Essas casas terão dois dormitórios, sala com cozinha conjugada e banheiro. Assim que o terreno estiver pronto e com a infraestrutura necessária, a estimativa é de que as moradias sejam entregues em 90 dias