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23/08/2024 às 14h32min - Atualizada em 23/08/2024 às 14h32min

EUA, Argentina e outros 9 países rejeitam validação da vitória do ditador Nicolás Maduro pela 'justiça' da Venezuela

Como era de se esperar, Brasil não assinou a nota conjunta, mas mantém posição e não vai reconhecer suposta vitória de Maduro sem atas eleitorais

Redação North News
com informações CNN
O ditador Nicolás Maduro após testemunhar na sede principal do Tribunal Supremo de Justiça em agosto de 2024 no palácio presidencial em Caracas, na Venezuela | Jesus Vargas/Getty Images
 
Os governos de Argentina, Costa Rica, Chile, Equador, Estados Unidos, Guatemala, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana e Uruguai emitiram uma declaração conjunta nesta sexta-feira (23) sobre a situação na Venezuela.

Esses países rejeitaram “categoricamente o anúncio da Suprema Corte de Justiça da Venezuela que indicava ter concluído uma suposta verificação dos resultados do processo eleitoral e que busca validar os resultados não comprovados emitidos pelo órgão eleitoral”.

No comunicado, os governos reiteram que “só uma auditoria imparcial e independente que avalie todas as atas garantirá o respeito pela vontade popular”.


Brasil não vai reconhecer suposta vitória de Maduro sem atas eleitorais
O governo brasileiro vai manter sua posição de não reconhecer a suposta vitória do autocrata Nicolás Maduro nas conturbadas eleições presidenciais da Venezuela se as atas de votação não forem tornadas públicas.

A informação foi confirmada à CNN por fontes do governo que acompanham de muito perto a situação no país vizinho. Segundo as informações apuradas, nas condições atuais, não há como ter reconhecimento do resultado das eleições.

As fontes também confirmaram uma informação trazida anteriormente pelo analista da CNN, Caio Junqueira, de que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai, de fato, conversar sobre a crise venezuelana com o seu colega colombiano, Gustavo Petro.

Ainda não está definido, no entanto, se os presidentes vão conversar nesta sexta-feira ou no fim de semana, por causa da agenda dos dois.

A ideia é que Brasil e Colômbia fechem uma posição conjunta e divulguem notas coordenadas exigindo, mais uma vez, a apresentação pública de todas as atas com os dados de votação das urnas eletrônicas venezuelanas. Essa é a condição básica para os dois países definirem uma posição oficial sobre o resultado do pleito.

O novo capítulo da crise diplomática foi aberto na quinta-feira (23), quando o Supremo Tribunal de Justiça da Venezuela ratificou a suposta vitória de Maduro no pleito do dia 28 de julho –apesar das muitas evidências de fraude no processo eleitoral.

Além disso, o tribunal determinou, na prática, que as atas eleitorais tanto do Conselho Nacional Eleitoral (o órgão que coordena as eleições no país) como as obtidas pela oposição, que questiona a vitória de Maduro, sejam mantidas em sigilo.

A decisão do Supremo Tribunal não surpreendeu ninguém, visto que a autocracia Venezuela tem total poder sobre o Judiciário do país – que está muito longe de ser independente.

No entanto, com a decisão de manter as atas em sigilo, fica claro que Maduro não tem intenção nenhuma de atender às exigências do Brasil, da Colômbia e de outros países que cobraram transparência no processo eleitoral.

O CNE disse desde a noite da eleição que Maduro ganhou pouco mais da metade dos votos, embora nunca tenha publicado os números completos.

A oposição publicou online o que diz ser 83% das urnas de votação, dando ao seu candidato Edmundo González um apoio de 67%.

A própria Fundação Carter, entidade de defesa dos direitos humanos e da democracia que tem longa experiência em observação internacional de eleições, afirmou que o pleito venezuelano não foi limpo ou justo.

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