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02/10/2024 às 12h17min - Atualizada em 02/10/2024 às 12h17min

“Possibilidade real”: horário de verão pode voltar em novembro no Brasil

As discussões sobre a possível implementação do horário de verão começaram no início de setembro, quando o governo iniciou a avaliação de alternativas para economizar energia diante da estiagem

Redação North News
com informações CNN Brasil e Agência Brasil
Horário de verão tem apoio de 54,9% da população, diz estudo (Foto: Marcello Casal JrAgência Brasil)
 
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, voltou a dizer que o retorno do horário de verão é uma “possibilidade real”, mas que a decisão ainda não está tomada. Segundo ele, o martelo será batido apenas se o cenário de estiagem no Brasil não melhorar e deve ser para novembro.

“O horário de verão é uma possibilidade real, mas a decisão não está tomada; me reuni com as empresas aéreas, se o quadro não melhorar o atual quadro nos próximos dias, a possibilidade do horário de verão pode se tornar uma realidade muito premente”, disse.

Nessa quarta-feira, Silveira destacou que a situação hídrica é alarmante e exige atenção. O ministro também defendeu a utilização do saldo da conta bandeira para baratear a conta de luz.

“O ministro se equilibra sempre entre segurança energética e modicidade tarifária, e a segurança energética é mais importante que a motricidade tarifária. Nós vivemos a maior crise hídrica dos últimos 74 anos”, destacou.

Dados do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) mostram que o volume hídrico atual é o menor desde que as previsões começaram a ser registradas, em 1950.

As discussões sobre a possível implementação do horário de verão começaram no início de setembro, quando o governo iniciou a avaliação de alternativas para economizar energia diante da estiagem. O ONS já recomendou que a volta do horário de verão seja “prudente e viável”, levando em conta o planejamento para os anos de 2025 e 2026.

“O horário de verão é muito transversal e a decisão tem que ser tomada com muita responsabilidade. Mesmo com sinalização positiva da ONS, para a possibilidade de uma possível volta dessa política pública”, frisou.

A questão do horário de verão não é nova. A prática foi suspensa em 2019, durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro, que alegou que a decisão foi tomada com base em estudos sobre economia de energia e os impactos sobre o relógio biológico da população.

Desde então, a discussão sobre sua eficácia e necessidade continua a gerar polêmica.

Apoio da população
Levantamento feito pelo portal Reclame Aqui e pela Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) mostra que o horário de verão é bem-visto pela maioria das pessoas. De acordo com a pesquisa, feita com três mil pessoas, 54,9% dos entrevistados são favoráveis à mudança nos relógios ainda este ano.

Deste total, 41,8% dizem ser totalmente favoráveis ao retorno do horário de verão, e 13,1% se revelam parcialmente favoráveis. Ainda segundo o estudo, 25,8% se mostraram totalmente contrários à implementação; 17% veem com indiferença a mudança; e 2,2% são parcialmente contrários.

Os maiores índices de apoio foram observados nas regiões onde o horário era adotado: Sul, Sudeste e Centro-Oeste. No Sudeste, 56,1% são a favor da mudança, sendo 43,1% favoráveis e 13% parcialmente favoráveis.

No Sul, 60,6% são favoráveis, 52,3% totalmente favoráveis e 8,3% parcialmente favoráveis; e, no Centro-Oeste, 40,9% aprovariam a mudança – com 29,1% se dizendo totalmente favoráveis e 11,8% parcialmente a favor. Nas três regiões somadas, 55,74% são favoráveis ao adiantamento dos relógios em uma hora.

Para 43,6% dos entrevistados, a mudança no horário ajuda a economizar energia elétrica e outros recursos. Para 39,9%, a medida não traz economia e 16,4% disseram que não sabem ou não têm certeza.

Por regiões
Segundo a pesquisa da Abrasel, a Região Sul é a que apresenta maior parcela da população (47,7%) que acredita que o adiantamento do relógio resulta em economia de recursos. Para 51,8%, a mudança do horário é benéfica para o comércio e serviços, como lojas, bares e restaurantes. Já 32,7% dizem não ver vantagem; e 15,5% afirmam não ter opinião formada.

A pesquisa revela, ainda, que, para 41,7%, a cidade onde moram fica mais atrativa para o turismo quando o horário de verão está vigorando. “Apenas 9,4% disseram que fica [a cidade] menos atrativa, enquanto 43,6% não sentem diferença”, diz o levantamento.

O estudo mostra também que as pessoas se sentem mais seguras durante os períodos em que o horário de verão é adotado, em especial com relação ao horário de saída para o trabalho. Segundo a pesquisa, 35,2% se sentem mais seguros com a mudança, enquanto 19,5% se dizem menos seguros. Para 41,9% a mudança não traz influência.

A margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais para mais ou menos, considerando um nível de confiança de 95%
 

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