11/10/2024 às 09h48min - Atualizada em 11/10/2024 às 09h48min
Projeto ‘salva’ 354 bebês de tartaruga em 2024 em Ottawa
Ameaçadas por predadores e pelo atraso da eclosão dos ovos devido as mudanças climáticas, os ovos foram incubados e as pequenas tartarugas conseguiram chegar ao rio Ottawa
Tartarugas da região estão em risco ou ameaça de extinção (Fotos: Projeto Tartarugas da Petrie Island)
Pelo segundo ano consecutivo, mais de 350 novas pequenas tartarugas conseguiram chegar ao Rio Ottawa em 2024 graças ao Projeto Tartarugas da Petrie Island, que realiza um trabalho de conservação protegendo a espécie contra predadores, mudanças climáticas e acidentes em ruas e estradas.
O projeto incubou 427 ovos de diferentes espécies de tartarugas, incluindo tartarugas-pintadas e mordedoras, e liberou 354 filhotes com uma taxa de sucesso de 83%, de acordo com o relatório divulgado na quarta-feira (18). Os filhotes foram liberados ao longo de 15 eventos públicos de soltura de tartarugas na Petrie Island, que atraíram mais de 600 participantes.
Em risco ou ameaçadas de extinção, as tartarugas de água doce da bacia hidrográfica da região de Ottawa enfrentam desafios naturais e provocados pelo homem que reduzem drasticamente suas chances de sobrevivência. O projeto de conservação ajuda a proteger e a apoiar populações vulneráveis de tartarugas locais, dando aos seus ovos uma chance melhor de sobrevivência.
Ameaças Uma das ameaças mais significativas para as pequenas tartarugas são os predadores dos ninhos. A taxa de eclosão de ovos na Petrie Island é de apenas cerca de 5%, em grande parte devido a guaxinins, gambás e outros predadores, de acordo com dados do relatório. Sem intervenção, a maioria dos ovos de tartaruga nunca teria a chance de chocar.
As condições climáticas também são um fator importante que determina o sucesso dos ninhos de tartaruga. Verões mais frios e chuvosos, como o deste ano, podem atrasar a eclosão, às vezes impedindo que os ovos se desenvolvam completamente antes da chegada do outono.
A temperatura também desempenha um papel crucial na determinação do sexo das tartarugas recém-nascidas, com calor ou frio extremos distorcendo o equilíbrio entre filhotes machos e fêmeas. Isso significa que as populações de tartarugas são especialmente vulneráveis aos impactos das mudanças climáticas. Ao incubar os ovos, cria-se um ambiente controlado que maximiza as chances de eclosão, independentemente do clima ou mudanças climáticas.
As tartarugas também têm o hábito de fazer ninhos em áreas arriscadas, como ao longo de ruas e estradas, onde tanto os filhotes quanto as tartarugas adultas estão em alto risco de serem atropelados. Após a eclosão, a jornada até a água pode ser perigosa, especialmente para ninhos distantes da costa. Ao coletar os ovos e liberar os filhotes diretamente na água, reduz-se significativamente a ameaça de mortalidade causada pela atividade humana, garantindo que essas baby tartarugas tenham um começo de vida mais seguro.
Uma vez que a tartaruga mãe coloca seus ovos, ela nunca retorna ao ninho. A intervenção por meio do processo de coleta e incubação protege esses ovos e filhotes durante a fase mais vulnerável de suas vidas.
Voluntários Grupos voluntários no sul da cidade também ajudaram a conservar as tartarugas este ano. Através de uma lista de emails, os participantes trocam informações sobre a localização de novos ninhos descobertos.
Quem estiver disponível vai até o local e constrói um abrigo para proteger os ovos dos predadores. Depois, esses abrigos são monitorados até os ovos eclodirem, quando os voluntários acompanham o caminho das tartaruguinhas até o rio.
A iniciativa local mantém um grupo no Facebook com mais de mil membros. De acordo com o grupo, este ano a eclosão dos ovos segue acontecendo em uma época em que geralmente já terminaram - o que é indício de como o verão mais chuvoso e menos quente deste ano interferiu no ciclo.