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16/12/2024 às 18h57min - Atualizada em 16/12/2024 às 18h57min

Ministra das Finanças, Chrystia Freeland, deixa o governo Trudeau

Essa grande mudança e a incerteza política que ela provocou reavivaram os pedidos para que Trudeau renuncie, tanto de outros líderes partidários quanto de sua própria bancada

Júnior Mendonça
com informações CTV News
Foto: REUTERS/Blair Gable
 
Em um movimento surpreendente, a vice-primeira-ministra e ministra da Fazenda, Chrystia Freeland, anunciou nesta segunda-feira que está renunciando ao gabinete de Justin Trudeau, depois que o primeiro-ministro lhe disse que não a queria mais no cargo econômico mais importante.

Após horas de turbulência, Dominic LeBlanc, aliado de longa data de Trudeau e ministro sênior do gabinete, foi empossado como seu substituto na pasta de finanças, em uma cerimônia realizada no Rideau Hall.

Na ausência de Freeland, a líder do governo na Câmara dos Comuns, Karina Gould, apresentou a tão esperada declaração econômica de outono do governo na Câmara dos Comuns - no segundo último dia da sessão de outono da Câmara dos Comuns, sem um discurso. Ela mostrou um déficit de $61,9 bilhões para 2023-24.


Essa grande mudança e a incerteza política que ela provocou reavivaram os pedidos para que Trudeau renuncie, tanto de outros líderes partidários quanto de sua própria bancada. Segundo fontes, o primeiro-ministro estaria considerando a prorrogação, bem como suas opções como líder.

Em uma carta publicada na mídia social nesta segunda-feira, Freeland disse que essa decisão veio depois que Trudeau lhe ofereceu “outro cargo no Gabinete”.

“Após refletir, concluí que o único caminho honesto e viável é me demitir do gabinete”, disse Freeland na carta bombástica. “Para ser eficaz, um ministro deve falar em nome do primeiro-ministro e com sua total confiança”.

“Ao tomar sua decisão, você deixou claro que eu não tenho mais credibilidade para desfrutar dessa confiança”, acrescentou ela, dirigindo-se diretamente ao primeiro-ministro.

 
Os dois se encontraram “em desacordo sobre o melhor caminho a seguir para o Canadá”, escreveu ela, uma afirmação que ela procurou minimizar nos últimos dias, à medida que surgiam relatos de tensões desgastadas entre os dois principais liberais.

A última rodada de frustração entre os dois gabinetes teria sido relacionada a desacordos sobre medidas como a pausa de dois meses nos impostos GST/HST e os cheques de benefícios de $250 para trabalhadores, bem como a capacidade do governo de respeitar suas âncoras fiscais.

Na carta, Freeland observa a ameaça iminente de tarifas do presidente eleito Donald Trump e argumenta que é por isso que o Canadá precisa manter seu “pó fiscal seco” e que o governo deveria “evitar artifícios políticos caros, que não podemos pagar e que fazem os canadenses duvidarem que reconhecemos a gravidade do momento”.

Freeland disse que planeja continuar como deputada liberal e que está “comprometida” em concorrer novamente na próxima eleição.

“Sempre serei grata pela oportunidade de ter servido no governo e sempre terei orgulho do trabalho do nosso governo em prol do Canadá e dos canadenses”, disse ela.

Essa mudança ocorreu horas antes de Freeland apresentar a atualização econômica de outono, o que levantou novas questões sobre os próximos passos.

No meio da tarde, as autoridades do Ministério das Finanças do Canadá prosseguiram com uma leitura embargada do principal projeto econômico, após horas de incerteza para os repórteres e especialistas econômicos reunidos no local fechado.

O documento de 270 páginas, anunciado como “reduzindo os custos diários e aumentando os salários”, foi desenvolvido por Freeland e destaca “a gestão fiscal prudente do governo”, embora também tenha mostrado que o déficit foi muito além do que Freeland havia previsto no último orçamento da primavera.

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