Mais um episódio envolvendo a manifestante Marina Ovsiannikova, que apareceu em meio a uma transmissão em horário nobre na Rússia, no Canal 1, principal veículo estatal do governo russo. A jornalista que apareceu com um cartaz dizendo, "Não acredite na propaganda. Eles estão enganando vocês", foi retirada da emissora, presa e julgada nesta terça-feira, 15. A pena foi de 30.000 rublos ($360, na cotação de hoje) e a ex-produtora ainda será julgada por outros crimes contra o Estado.
A audiência desta terça-feira foi toda baseada em cima da alegação de "ofensa administrativa", visto que Marina utilizou o espaço do seu trabalho, para emitir uma opinião sobre um assunto delicado. A réu se defendeu com as seguintes palavras:
“Minha vida mudou muito, isso é certo. Estou feliz por ter expressado o que pensava. Mais importante, agora há uma nova tendência: outros jornalistas estão seguindo meu exemplo”, Ovsiannikova após a audiência e completou, “São dias muito difíceis na minha vida, fiquei quase dois dias sem dormir, o interrogatório durou 14 horas”, disse ela.
Enquanto sua imagem percorria o Mundo, políticos abriam as fronteiras em seus países como forma de asilo político. Macron, presidente francês, ofereceu "proteção consular" à jornalista.
A próxima audiência de Ovsiannikova será sobre um vídeo que fez sobre o exército russo. De acordo com o Estado, as informações seriam falsas e a acusada poderia receber uma pena de até 15 anos, por desrespeitar a Pátria.