31/03/2022 às 14h00min - Atualizada em 31/03/2022 às 14h00min
Noites mais quentes aumentam o risco de morte por doença cardíaca nos homens de 60 anos
Os pesquisadores analisaram os dados de cerca de 40 mil mortes de adultos por doenças cardiovasculares durante os meses de junho e julho, entre 2001 e 2015, na Inglaterra e no País de Gales.
Os homens de 60 anos têm um maior risco de morte por doenças cardíacas nas noites mais quentes, segundo um estudo divulgado pela Universidade de Toronto.
Os pesquisadores analisaram os dados de cerca de 40 mil mortes de adultos por doenças cardiovasculares durante os meses de junho e julho, entre 2001 e 2015, na Inglaterra e no País de Gales.
Como mostra o jornal britânico The Guardian, estudos anteriores avaliaram períodos de calor extremo ou prolongado e surtos de mortes e hospitalizações devido a problemas cardíacos. No entanto, até agora, os achados relacionados à idade e sexo têm sido inconsistentes.
Na pesquisa atual, cientistas da Universidade de Toronto, no Canadá, decidiram examinar a possível ligação entre as altas temperaturas à noite, em especial no Verão, e o aumento das mortes por doenças cardiovasculares entre pessoas de 60 a 69 anos.
Eles usaram dados do Escritório Nacional de Estatísticas (Office for National Statistics) do Canadá com quase 40.000 mortes de adultos atribuídas a problemas cardíacos nos meses de junho e julho entre 2001 e 2015 na Inglaterra e no País de Gales – época em que as ondas de calor no Reino Unido são mais frequentes e intensas.
Segundo o The Guardian, os resultados mostraram que, depois de eliminar certas variáveis, um aumento de 1º C na temperatura habitual da noite de Verão foi associado a 3,1% mais risco de morte por doenças cardiovasculares em homens de 60 a 64 anos. O mesmo não se viu com homens mais velhos ou mulheres de qualquer faixa etária.
Os pesquisadores também examinaram dados da cidade de King County, em Washington (EUA), uma região beira-mar com condições semelhantes às da Inglaterra e do País de Gales, especialmente as atmosféricas.
Nesse caso, forma avaliadas cerca de 500 mortes de homens. Em King County, um aumento de 1º C foi associado à mortalidade 4,8% maior por problemas cardíacos entre homens com 65 anos ou menos, mas não nos mais velhos.
As descobertas são preocupantes, afirmam os autores, citados pelo jornal britânico, porque nos últimos anos, regiões como as que foram analisadas experimentaram um aumento proporcional na intensidade do calor noturno durante o Verão.
É preciso lembrar que o estudo é observacional, portanto, não pode estabelecer relação de causalidade. Os pesquisadores também reconhecem algumas limitações. No entanto, os pontos fortes da pesquisa incluem a grande quantidade de dados populacionais e o uso de informações meteorológicas.