Empresários do agronegócio , principalmente da região Centro-Oeste do país, se empolgaram com a ida do presidente Jair Bolsonaro (PL) para o segundo turno . Os executivos também comemoraram as vitórias de deputados e senadores bolsonaristas, pois isso servirá como um canal do setor para que suas propostas sigam sendo aprovadas no Congresso Nacional. Por conta disso, a categoria dobrou a aposta no atual mandatário e pretende manter distância de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições 2022 .
Nos últimos 10 dias do primeiro turno, ruralistas se afastaram da campanha de Bolsonaro e iniciaram um diálogo com os petistas porque passaram a acreditar na vitória do ex-presidente no dia 2 de outubro. Porém, com as urnas abertas, um grande grupo de empresários influentes começou a cogitar uma virada do chefe do executivo federal.
Na avaliação deles, a diferença de 5% pode ser revertido, apesar de Lula ter ficado com 1,5% de vencer a eleição no primeiro turno. “Nós acreditamos que o presidente possa virar o jogo. É difícil, mas organização e trabalho podem fazê-lo ganhar e ser reeleito”, explica um executivo do agro.
O governante não é visto como um líder próximo do agronegócio, mas o seu entorno o ajuda a ter um excelente diálogo com os ruralistas. O senador Flávio Bolsonaro (PL), o vice da chapa General Braga Netto (PL) e a senadora Tereza Cristina (PL) são vistos como figuras fundamentais para que o setor siga dando as cartas no governo.
“O agro tem mais espaço no governo do que os evangélicos. A diferença é que eles são silenciosos, enquanto os evangélicos gostam do confronto”, diz um deputado reeleito e que tem boa relação com o agronegócio. “Com o Lula, o setor terá que dialogar mais e entrar num meio termo com o meio ambiente. Já com o Bolsonaro, o agro tem prioridade, tem maior poder de decisão”.
Porém, caso Bolsonaro não vença, o agronegócio não vai boicotar um governo petista. Os empresários sentarão com o ex-presidente para dialogar e encontrar caminhos para que o setor siga ganhando dinheiro.