20/12/2022 às 09h49min - Atualizada em 20/12/2022 às 09h49min
STF derruba Orçamento Secreto e aumenta seu poder no Brasil
Ministros votaram na última segunda-feira pelo fim do Orçamento Secreto
Carlos Moura/SCO/STF O Supremo Tribunal Federal ( STF ) formou maioria e derrubou o orçamento secreto do Congresso Nacional nesta segunda-feira (19). Com 6 votos favoráveis o veto a medida e 5 contrários, a Corte considerou as ' emendas do relator ' um instrumento inconstitucional.
Para os ministros, as emendas não têm critérios claros ou transparência. Com o voto do ministro Ricardo Lewandowski, o placar ficou em 6 a 5 para derrubar o instrumento, mesmo após a Casa ter aprovado, na última semana, uma determinação que trouxe uma série de mudanças às regras do dispositivo , com o objetivo de torná-lo mais transparente.
O que é o Orçamento Secreto
O orçamento secreto é uma fatia do Orçamento-Geral da União que tem verbas do orçamento público destinadas a projetos definidos por parlamentares. No entanto, esse encaminhamento não é público, portanto apresenta falta de transparência do trânsito do dinheiro.
Essa emenda foi criada em 2019, quando o Congresso ampliou o poder do relator, que passou a liberar valores do Orçamento, em geral, a pedido de deputados e senadores.
A proposta aconteceu no final do mesmo ano pelo hoje ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência e então ministro da Secretaria de Governo, general Luiz Eduardo Ramos. A medida foi assinada pelo presidente Jair Bolsonaro e seguiu para o Congresso quando foi aprovada em votação.
O que foi analisado pela Corte do STF
A Corte analisou quatro ações, apresentadas pelo PV, PSOL, Cidadania e PSB, que questionaram a constitucionalidade das emendas do relator do orçamento secreto.
Como os ministros votaram?
A primeira a votar foi Rosa Weber , relatora do caso e presidente da Corte. A ministra votou na quarta-feira e se posicionou contra o orçamento secreto. Ela afirmou que as emendas desafiam os princípios da impessoalidade, da transparência e da publicidade.