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26/12/2022 às 11h13min - Atualizada em 26/12/2022 às 11h13min

Acusado de colocar artefato explosivo em Brasília confessa crime e diz que não agiu sozinho

Empresário é apoiador do atual presidente Jair Bolsonaro e estava querendo impedir posse de Lula

Reprodução/TV Globo

George Washington de Oliveira Sousa, empresário de 54 anos, preso por montar um artefato explosivo em um caminhão de combustível, perto do Aeroporto de Brasília (DF), neste sábado (24), é apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL) e confessou o ato, que teve "motivação ideológica". Ele foi autuado por terrorismo.

O empresário foi preso pela Polícia Militar do DF (PMDF), no sábado, após, a corporação ser acionada por volta das 8h, pelo motorista do caminhão onde o artefato estava instalado. Ele percebeu o objeto estranho no veículo, na via de acesso ao Aeroporto de Brasília. A Polícia Civil descartou a participação do homem no crime.

A PM interditou o local e integrantes do esquadrão de bombas do Batalhão de Operações Especiais (Bope) confirmaram que se tratava de um explosivo. Pouco antes das 14h30, a corporação informou que o artefato tinha sido detonado pela equipe.

Quem é o investigado e onde foi preso?

O homem de 54 anos se chama George Washington De Oliveira Sousa e saiu do Pará para participar dos atos realizados por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL), em frente ao Quartel General do Exército, em Brasília.

O empresário foi preso em um apartamento no Sudoeste, no Distrito Federal. No local, os policiais encontraram um arsenal com fuzil, espingardas, revólveres, munição e outros artefatos explosivos.

A corporação afirma saber que o homem teve ajuda e atua para identificar e prender os outros envolvidos.

A Justiça do Distrito Federal determinou, neste domingo (25), em audiência de custódia, que ele permaneça preso por tempo indeterminado.

A Polícia informou que no apartamento onde o empresário estava, os policiais encontraram um verdadeiro arsenal, com armas de alto calibre.

A juíza Acácia Regina Soares de Sá afirma, na decisão que determinou a prisão preventiva do homem, que, entre os itens localizados no local, estavam:

1 fuzil AR10;

2 espingardas calibre 12;

30 cartelas de munição 357 magnum;

39 cartelas de munição 9 mm, contendo 10 munições intactas não deflagradas;

2 caixas contendo 50 munições de 9 mm.

Além disso, também foram encontrados revólveres, outros cinco artefatos explosivos e uniformes camuflados.

George, de acordo com a Polícia Civil (PC) tinha registro como Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador (CAC), no entanto, o documento estava em situação irregular. Portanto, não podia estar com o material.

Prisão e motivação do ato

O delegado-geral da Polícia Civil, Robson Candido, durante entrevista coletiva, não deu detalhes de como a corporação chegou ao autuado, mas disse que houve trabalho de inteligência.

"Tão logo a Polícia Civil tomou conhecimento, a nossa área de inteligência também, o pessoal da Coordenação de Inteligência, juntamente com os policiais da 10ª DP, iniciaram as investigações e, com as informações que foram surgindo, conseguiram agora à noite efetuar essa prisão desse indivíduo", disse.

O delegado disse ainda que o homem confessou o crime e confirmou que o ato tinha cunho político. Ele é apoiador do presidente Jair Bolsonaro. O delegado-geral da PCDF classificou o ato como "extremismo político".

"O que ele fala é que queria, o grupo dele, queria e gostaria de chamar atenção, justamente para ir para o aeroporto, explodir lá esse artefato, justamente para causar um tumulto dentro da nossa cidade, com esse motivo ideológico deles, político."

Segundo a polícia, inicialmente, o plano do grupo era instalar o explosivo em um poste, para interromper o fornecimento de energia elétrica na capital. No entanto, o material acabou instalado no caminhão por uma outra pessoa, que não era o preso.

George Washington, relatou em depoimento, que queria "dar início ao caos" para provocar a decretação de estado de sítio no país – quando há restrição de direitos e à atuação do Legislativo e do Judiciário.

Explosivo falhou e criminoso não agiu sozinho

Ainda de acordo com a polícia, o grupo chegou a tentar acionar o dispositivo, mas ele não funcionou.

"A perícia nos relata que eles tentaram acionar o equipamento, mas não sei porque, talvez até por ineficiência técnica deles, não conseguiram explodir", afirmou o delegado-geral da PCDF.

Segundo a polícia, outras pessoas estão envolvidas no crime. De acordo com a corporação, um outro suspeito já foi identificado. No entanto, até a tarde deste domingo (25), a PCDF não tinha divulgado outras prisões.

Armas, explosivos e munições vieram do Pará

O homem disse, em depoimento aos policiais, que veio a Brasília em um carro próprio e trouxe as armas no veículo.

"Ele estava em uma camionete, carro próprio, e trouxe os armamentos por lá. Mas as emulsões explosivas foram encaminhadas para ele posteriormente. Será investigado quem enviou, mas de antemão elas são oriundas de pedreiras e garimpos do Pará, mas iremos investigar essa conexão", falou o delegado.

Bolsonarista vai responder pelo crime de terrorismo

O empresário foi autuado pelos crimes de terrorismo e posse e porte ilegal de arma de fogo e de uso restrito.

De acordo com a Lei 13.260/2016, é enquadrado como terrorismo "usar ou ameaçar usar, transportar, guardar, portar ou trazer consigo explosivos, gases tóxicos, venenos, conteúdos biológicos, químicos, nucleares ou outros meios capazes de causar danos ou promover destruição em massa". A pena para o crime varia de 12 a 30 anos de reclusão.

O que falta saber

  • Quem são os outros participantes do ato?

  • Quais medidas de segurança estão sendo tomadas para garantir a segurança em atos na capital?


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