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10/01/2023 às 11h10min - Atualizada em 10/01/2023 às 11h10min

Bolsonaro antecipa volta ao Brasil para fazer tratamento

Ex-presidente precisou antecipar o retorno das férias devido ao alto preço do tratamento nos Estados Unidos

Leandro Mendonça
Reprodução
O ex-presidente Jair Bolsonaro comunicou ao comando bolsonarista ligado ao PL que voltará dos Estados Unidos assim que superar a crise de obstrução intestinal que o levou à internação em Orlando. Os planos originais do ex-capitão eram de ficar fora do país por pelo menos um mês. Bolsonaro, no entanto, foi convencido por seus filhos Eduardo e Flávio Bolsonaro de que, diante da invasão à Praça dos Três Poderes por bolsonaristas radicais, os riscos que ele corre ao permanecer no exterior passaram a ser maiores do que os que pode enfrentar voltando ao Brasil.

Flávio e Eduardo temem que o pai seja extraditado ou expulso dos Estados Unidos. Pelo menos cinco deputados do partido democrata americano se manifestaram nas redes sociais nos últimos dias defendendo a extradição do ex-presidente — medida que só pode ser discutida a partir de um pedido do governo ou da Justiça brasileira. Ontem, o senador Renan Calheiros (MDB) formalizou um pedido no STF para que Bolsonaro se apresente no país em 72 horas sob pena de ser preso. Bolsonaro não é investigado formalmente no inquérito das milícias digitais, aberto a partir do inquérito dos atos antidemocráticos.

O argumento dos filhos de Bolsonaro, apoiado por aliados do ex-presidente no PL, é de que o ex-capitão não pode arriscar-se a passar pelo constrangimento de retornar ao Brasil na condição de extraditado.

Melhor que volte pelas próprias pernas, ainda que corra o risco de acabar recebendo aqui uma ordem de prisão, que, acredita o comando bolsonarista, seria rapidamente revogada. "Antes a condição de vítima de perseguição da Justiça do que a de um brasileiro expulso dos Estados Unidos", afirma um aliado. O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, prometeu a Bolsonaro bancar seus custos com advogados e já colocou à disposição do ex-presidente uma banca de cinco profissionais liderada por Marcelo Bessa. 

Outro argumento apresentado pelos filhos de Bolsonaro para convencer o pai a retornar ao Brasil foi de que os ataques terroristas de 8 de janeiro fortaleceram Lula e enfraqueceram o bolsonarismo. O ex-capitão precisaria voltar ao país para "reorganizar a oposição antes que Lula acabe com ela", como afirmou um integrante do PL. Ontem, Bolsonaro afirmou que pretende voltar ao Brasil para resolver aqui seus problemas de saúde. 

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