Danielle Smith supera gafes e vence eleição acirrada em Alberta

Expectativa é que a vitória de Smith leve a mais tensão entre Alberta e o governo federal

Lars Hagberg | Reuters

 

A vitória eleitoral da líder do Partido Conservador Unido (UCP), Danielle Smith, na principal província produtora de petróleo do Canadá, Alberta, nessa segunda-feira, pode anunciar mais atritos com o primeiro-ministro liberal Justin Trudeau, particularmente sobre a mudança climática.

A vitória da premiê sinaliza uma nova virada para a direita na província tradicionalmente conservadora, apesar de uma série de controvérsias e gafes de Smith, que tem 52 anos, desde que ela se tornou premiê em outubro.

A CBC News projetou que o UCP manterá o poder em Alberta, mas Smith voltará à legislatura com uma bancada reduzida.

A vitória também encerra uma impressionante recuperação pessoal de Smith, que passou mais de seis anos no deserto político depois de não conseguir uma indicação para concorrer como candidata do UCP nas eleições de 2015.

Espera-se que isso leve a mais tensão entre Alberta e o governo federal, que visa reduzir as emissões de carbono que aquecem o clima em 40-45% até 2030. Isso exigiria reduções significativas de emissões em Alberta, a província mais poluente do Canadá e lar do indústria de petróleo e gás.

Em seu discurso de vitória, Smith foi rápido em apontar Trudeau e o que ela descreveu como as "políticas prejudiciais" do governo federal.

"Convido o primeiro-ministro a interromper a introdução dessas políticas prejudiciais e vir à mesa de boa fé para trabalhar em colaboração com Alberta em uma estratégia de energia e emissões que aumentará as economias de Alberta e do Canadá", disse Smith a seus apoiadores falando em Calgary.

"Como primeira-ministra, não posso, em nenhuma circunstância, permitir que essas políticas federais contempladas sejam infligidas aos habitantes de Alberta. Simplesmente não posso. E não vou", acrescentou ela.

As propostas controversas do UCP para substituir a Polícia Montada Real Canadense federal por uma força de Alberta e retirar-se do Plano de Pensões do Canadá são outras políticas que testarão os laços entre a província e o governo federal.