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23/08/2023 às 08h32min - Atualizada em 23/08/2023 às 08h32min

Essa é a cidade mais competitiva do Brasil; veja o ranking completo TOP15

Áreas de saúde, segurança e capital humano se destacam nessa que é a primeira capital a liderar o Ranking de Competitividade de Municípios realizado pelo Centro de Liderança Política (CLP)

Redação North News
com informações CNN
Unplash/Divulgação
 
Florianópolis chegou à liderança do Ranking de Competitividade dos Municípios em 2023. Isso significa que a capital catarinense é a cidade com a maior capacidade de fornecer serviços públicos de qualidade no Brasil.

O estudo realizado pelo Centro de Liderança Política (CLP), em parceria com a Gove e a Seall, foi antecipado com exclusividade à CNN nesta quarta-feira (23).

Na primeira edição do ranking, em 2020, Florianópolis estava em quarto lugar. A cada ano, subiu uma posição, até chegar na liderança em 2023 — superando São Paulo, Barueri (SP) e São Caetano do Sul (SP).

Municípios mais competitivos do país
  • 1º Florianópolis (SC)
  • 2º São Paulo (SP)
  • 3º Barueri (SP)
  • 4º Porto Alegre (RS)
  • 5º São Caetano do Sul (SP)
  • 6º Curitiba (PR)
  • 7º Campinas (SP)
  • 8º Vitória (ES)
  • 9º Santana de Parnaíba (SP)
  • 10º Santos (SP)
  • 11º Maringá (PR)
  • 12º Belo Horizonte (MG)
  • 13º Balneário Camboriú (SC)
  • 14º São Bernardo do Campo (SP)
  • 15º Blumenau (SC)

O diretor-presidente do CLP, Tadeu Barros, vê a competitividade como um indicador de bem-estar social. Ou seja, um município competitivo “é aquele que atende o cidadão da melhor forma possível, em que o cidadão tenha a melhor qualidade de vida possível”.

Com 574 mil habitantes, Florianópolis lidera o ranking com boa avaliação nas áreas de qualidade de saúde, segurança e capital humano. Destacam-se também, na capital catarinense, a coleta de resíduos domésticos e o abastecimento de água, que tiveram nota máxima no estudo.

Qualificação profissional
O município segue um padrão em relação aos índices de saúde e segurança, que sempre foram altos. A diferença está no pilar do capital humano, que subiu 42 posições em três anos.

Nessa área, é avaliada a qualificação dos trabalhadores em emprego formal, indicador em que a capital catarinense tem a maior nota entre todas as cidades do ranking. Também são analisadas as taxas de matrícula em ensino superior, técnico e profissionalizante da cidade.

O Serviço Nacional De Aprendizagem Comercial (Senac) de Santa Catarina entende que o resultado está ligado a políticas públicas para qualificação profissional e que há, na cidade, uma aproximação “forte” da autarquia com os governos municipal e estadual.

“A gente acredita que tem, sim, essas políticas e que elas vêm sendo desenvolvidas [em Florianópolis]. Nós estamos numa capital com a economia muito baseada em alguns nichos de mercado que necessitam de qualificação, como a área de tecnologia, de turismo e de gastronomia”, afirma a diretora de marketing e comunicação do Senac-SC, Ivanir Bazzei.

De acordo com o ranking do CLP, o indicador de matrículas em ensino técnico e profissionalizante é menor do que o índice do ensino superior na capital catarinense. Para o Senac, isso faz parte dos impactos da crise econômica após a pandemia de Covid-19, que fizeram com que o foco dos investimentos em educação se voltasse para o ensino básico, deixando a área técnica e profissional de lado.

“Ainda há ausência de recursos financeiros para suprir, já que a educação profissional não é uma necessidade tão básica e primordial como alimentação, transporte e segurança”, explica Bazzei.

Com a retomada do mercado pós-pandemia, o Senac-SC percebeu um aumento do número de matrículas numa forma “mais comedida” do que antes e um posicionamento de perfil da população de Florianópolis, que está optando pela modalidade virtual dos cursos de qualificação.

Já a Secretaria-Executiva de Desenvolvimento Econômico de Florianópolis, atribui o resultado aos centros de pesquisa e inovação da cidade e aos programas de qualificação profissional Floripa Mais Empregos e Floripa Mais Tec.

“Todas essas características de cidade moderna, mas que mantém seu charme e tradições, são atrativos para que pessoas qualificadas desejem morar e viver em nossa cidade. Essa vontade se reflete no aumento da nossa população”, afirma a secretaria.

Qualidade de saúde
Na área da saúde, os melhores indicadores são de desnutrição e obesidade infantil, e de mortalidade materna, que têm taxas baixas na cidade.

Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, Florianópolis tem uma rede básica de atendimento primário bem estruturada e conta com programa de telemedicina. “O acesso ao sistema de saúde e a qualidade dos serviços desempenham um papel crucial nesse cenário positivo”, diz a pasta.

“A atenção voltada para a infância têm abordagens especializadas e preventivas que monitoram o crescimento e desenvolvimento das crianças, identificando precocemente casos de desnutrição e obesidade”, completa.

Responsabilidade fiscal
Por outro lado, a área de sustentabilidade fiscal recebeu uma das menores notas na capital catarinense. O dado vai contra à tendência geral dos 410 municípios. Segundo o CLP, houve uma melhora coletiva na responsabilidade fiscal das cidades brasileiras, ou seja, no controle das contas públicas.

À CNN, a Prefeitura de Florianópolis afirmou que identificou a existência de precatórios controversos — ordens de pagamento de decisões judiciais, que são destinadas à União, estados ou municípios —, que podem ter influenciado o indicador de sustentabilidade fiscal da capital catarinense.

Nesse ano, as inscrições desses precatórios, que somavam aproximadamente R$ 550 milhões, foram suspensas. “A partir de junho de 2023, houve a revisão do passivo e do plano de pagamentos mensal de precatórios que é realizado para o Tribunal de Justiça do Estado de Santa Catarina”, explica a Secretaria Municipal da Fazenda de Florianópolis.

Primeira capital na liderança
É a primeira vez que uma capital lidera o Ranking de Competitividade dos Municípios. Para Tadeu Barros, a concentração de pessoas e as distorções sociais nessas cidades centrais tornam mais complexos os problemas avaliados.

“Por um lado, a capital tem capacidade de trazer investimento, emprego e renda. Mas também traz violência, desorganização social, muita gente atrás de emprego, miséria e pobreza”, explica.

O CLP entende que os dados do ranking devem contribuir com uma gestão pública dos municípios baseada em evidências concretas. “É acabar com o ‘achismo’ e passar o olhar para indicadores e para performance. É para olhar exatamente para o que está acontecendo”, afirma Tadeu Barros.

Com o diagnóstico e a comparação entre as cidades, o levantamento proporciona que os municípios que se destacarem sirvam de inspiração e de aprendizado para outros.

“Por outro lado, a população ainda tem uma baixa educação cívica. O papel do CLP é de educar a população para ela enxergar e ver a performance de seu gestor, para, no momento do voto, ser mais consciente e entender o que está sendo entregue”, completa.

Áreas com melhor nota em Florianópolis durante os anos:
2023
  • Qualidade de saúde: 93,66
  • Segurança: 91,64
  • Capital humano: 89,04

2022
  • Capital Humano: 94,72
  • Segurança: 88,40
  • Qualidade de saúde: 84,77

2021
  • Qualidade de saúde: 93,99
  • Segurança: 91,26
  • Funcionamento da máquina pública: 74,43

2020
  • Segurança: 87,59
  • Qualidade de saúde: 86,06
  • Saneamento: 83,39

Sobre o ranking
A pesquisa avaliou 410 cidades brasileiras — a exata quantidade de municípios com população acima de 80 mil habitantes, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) atualizados em 2022.

Para o levantamento, o CLP utilizou 65 indicadores de áreas que são consideradas fundamentais para a competitividade municipal. São analisados, por exemplo, a taxa de matrícula no ensino básico, o tempo para abertura de empresa e a velocidade de desmatamento ilegal.

Esses dados foram retirados de cerca de 35 bancos de dados públicos. Para não haver desigualdade nas análises, todos os índices escolhidos costumam ser apresentados ou contam com a obrigatoriedade de divulgação de pelas prefeituras.

Os indicadores são distribuídos em 13 pilares fundamentais para a promoção da competitividade e melhoria da gestão pública: Sustentabilidade Fiscal, Funcionamento da Máquina Pública, Acesso à Saúde, Qualidade da Saúde, Acesso à Educação, Qualidade da Educação, Segurança, Saneamento, Meio Ambiente, Inserção Econômica, Inovação e Dinamismo Econômico, Capital Humano e Telecomunicações.

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