02/10/2023 às 10h54min - Atualizada em 02/10/2023 às 10h54min
Janja 'assume' agenda presidencial e oposição questiona atuação da primeira-dama: “usurpação de função pública”
Um líder da oposição afirmou que esse problema tem que ser resolvido por Geraldo Alckmin, já que é “vice-presidente e deveria ser quem assumiria no impedimento do presidente da República”
A atuação da primeira-dama, Janja da Silva, em agendas presidenciais tem mobilizado a oposição, que está incomodada e afirma que a atuação dela extrapola os limites da posição de mulher do presidente da República.
Acompanhada pelo ministro da Secretaria de Comunicação, Paulo Pimenta, Janja visitou, na última semana, cidades afetadas pelas chuvas no Rio Grande do Sul e se encontrou com o governador Eduardo Leite (PSDB).
Parlamentares e líderes da oposição afirmaram à CNN que Janja “não foi eleita” e está assumindo a agenda presidencial sem, de fato, ter cargo para isso.
Um líder da oposição afirmou em reservado que esse problema tem que ser resolvido por Geraldo Alckmin, já que é “vice-presidente e deveria ser quem assumiria no impedimento do presidente da República”.
O deputado Evair Vieira de Melo (PP-ES) protocolou um pedido de abertura de inquérito na Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Janja, para investigar sua “competência e legalidade em assumir a agenda presidencial”.
O documento, ao qual a CNN teve acesso, pede que a atuação da primeira-dama seja investigada por “usurpação de função pública” e “improbidade administrativa”.
“Causa-nos estranheza e preocupação o fato de que a primeira-dama, que não possui cargo formal dentro da estrutura governamental, assuma tal responsabilidade. Registra-se ainda que Janja da Silva já realiza despachos de seu gabinete, participa de reuniões estratégicas e acompanha o presidente em viagens oficiais, mesmo sem ter sido nomeada para cargo algum”, diz o documento.
“Tornou-se público que, no início deste ano, especulou-se sobre eventual nomeação da primeira-dama para um cargo governamental. No entanto, essa ideia foi descartada devido à preocupação com a caracterização de nepotismo. Apesar de não ter uma posição formal, a primeira-dama tem decisão final em propagandas institucionais do governo, direciona a equipe econômica e já tomou atitudes que divergiram do posicionamento do partido do presidente”, afirma o deputado Evair no documento apresentado à PGR.