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06/12/2023 às 14h58min - Atualizada em 06/12/2023 às 14h58min

2023 deve ser o ano mais quente da história, diz agência europeia

Novembro bate recorde de temperatura e se junta aos cinco meses anteriores, diz observatório da União Europeia

Redação North News
com informações CNN e Reuters
Bruno Rocha/Enquadrar/Estadão Conteúdo
 
Um novo relatório do serviço de mudanças climáticas da União Europeia, o Copernicus, reforçou nesta quarta-feira (6) que 2023 será o ano mais quente já registrado. A temperatura média global nos primeiros 11 meses do ano atingiu o nível mais alto da história, ficando 1,46°C acima da média de 1850-1900.

A temperatura no período de janeiro a novembro foi 0,13°C superior à média do mesmo período de 2016, o ano mais quente já registrado, informou o Copernicus.

Novembro de 2023 foi o novembro mais quente já registrado, com uma temperatura média global de 14,22°C, 0,85°C acima da média de novembro de 1991-2020. A temperatura também supera em 0,32°C o novembro mais quente anterior, em 2020.

“Este ano já teve seis meses de recordes e duas temporadas recordes. As extraordinárias temperaturas globais de novembro, incluindo dois dias mais quentes do que 2ºC acima da pré-industrial, significam que 2023 é o ano mais quente já registrado na história”, disse a vice-diretora do Copernicus, Samantha Burgess.

“Enquanto as concentrações de gases com efeito de estufa continuarem a aumentar, não podemos esperar resultados diferentes dos observados este ano. A temperatura continuará a aumentar”, acrescentou o diretor do Copernicus, Carlo Buontempo.

A União Europeia tem uma das metas ambientais mais ambiciosas dentre os países ricos, de reduzir as emissões de carbono em 55% até 2030 em relação aos níveis de 1990.

Outros alertas
Há duas semanas, um estudo da Organização Meteorológica Mundial (OMM) revelou que a temperatura de 2023 deve ficar 1,4ºC acima dos níveis pré-industriais.

O principal objetivo do acordo de Paris, firmado em 2015 e assinado por 196 países, é manter o aquecimento global bem abaixo de 2°C acima dos níveis pré-industriais até o fim do século, mas buscando limitar o aumento a 1.5°C – um limiar que cientistas dizem que, se for ultrapassado, pode ter consequências catastróficas.

O estudo da OMM afirmou que o aumento de 1,4ºC já trouxe uma prévia assustadora do que pode significar ultrapassar permanentemente 1,5ºC: o gelo marinho da Antártida atingiu sua menor extensão máxima no inverno já registrada; as geleiras suíças perderam 10% de seu volume nos últimos dois anos; incêndios florestais foram registrados no Canadá, Havaí, no sul da Europa; e tempestades causaram estragos no norte da África e no Brasil. Esses e outros eventos extremos deixaram milhares de mortos.

Em novembro, o relatório anual do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) mostrou que, no cenário mais otimista, a probabilidade de limitar o aquecimento a 1,5°C é de apenas 14%. E se ações efetivas não forem tomadas, o aumento da temperatura pode atingir 2,9°C acima dos níveis pré-industriais.

Cientistas afirmam que fenômenos naturais como o El Niño, que aquece as águas do pacifico, explicam parte dos desastres, mas ressaltam que a ação do homem torna os eventos mais extremos e frequentes. E dizem que o próximo ano pode ser pior, pois os impactos do El Niño provavelmente atingirão o pico e levarão a temperaturas mais altas em 2024.

Os diversos relatórios sobre recorde de temperatura surgem em um momento em que líderes do mundo todo se reúnem na COP28 em Dubai para tentar chegar a um acordo para reduzir gradualmente a utilização de combustíveis fósseis como carvão, petróleo e gás na produção de energia.

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