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05/02/2024 às 16h38min - Atualizada em 05/02/2024 às 16h38min

Rio de Janeiro declara emergência sanitária por dengue dias antes do Carnaval

Desde o início de 2024, o município registrou mais de 10.000 casos de dengue; isso representa pouco menos da metade do total de casos - 23.000 - registrados durante todo o ano de 2023

Redação North News
com informações The Associated Press
AP Photo/Eraldo Peres
 
O Rio de Janeiro declarou emergência de saúde pública devido a um surto de dengue transmitida por mosquitos, informou a cidade em seu diário oficial nessa segunda-feira, poucos dias antes do início das comemorações do Carnaval em todo o Brasil.

Mas não se esperava que o surto atrapalhasse o Carnaval, que começa oficialmente na noite de sexta-feira e vai até 14 de fevereiro.

A prefeitura do Rio anunciou a abertura de 10 centros de atendimento, a criação de um centro de operações de emergência e a alocação de leitos hospitalares para pacientes com dengue. As autoridades também usarão "carros fumacê" nas regiões com maior incidência de casos, difundindo um inseticida no ar.

Desde o início de 2024, o município registrou mais de 10.000 casos de dengue. Isso representa pouco menos da metade do total de casos - 23.000 - registrados durante todo o ano de 2023.

O anúncio ocorre no momento em que turistas e foliões estão chegando ao Rio para participar de festas de rua e assistir aos desfiles das escolas de samba.

A dengue é uma infecção viral transmitida aos seres humanos por meio da picada de mosquitos infectados e é mais comum em climas tropicais. As chuvas frequentes e as altas temperaturas, que aceleram a eclosão dos ovos dos mosquitos e o desenvolvimento das larvas, tornam a famosa cidade quente do Rio suscetível a surtos de dengue.

Mas o problema é nacional. A explosão de casos de dengue em todo o Brasil fez com que pelo menos quatro estados - Acre, Minas Gerais e Goiás, além do Distrito Federal - declarassem emergência de saúde pública.

Na segunda-feira, a Força Aérea Brasileira montou um hospital de campanha com 60 leitos no Distrito Federal, em Ceilândia, que deveria começar a atender os pacientes.

"Nosso objetivo é desafogar as unidades de atendimento de emergência na região, já que hoje o Distrito Federal responde por cerca de 20% dos casos de dengue no país", disse o comandante da Força Aérea, tenente-brigadeiro Marcelo Kanitz Damascene, em um comunicado.

A maioria das pessoas que contrai dengue não desenvolve sintomas, mas se isso acontecer, eles podem incluir febre alta, dor de cabeça, dores no corpo, náusea e erupção cutânea, de acordo com a Organização Mundial da Saúde. Embora a maioria melhore depois de uma semana ou mais, alguns desenvolvem uma forma grave e precisam de hospitalização. Nesses casos, a dengue pode ser fatal.

A mudança climática, que leva ao aumento das temperaturas e ao alto índice de chuvas, está associada a um maior risco de dengue, disse a OMS em dezembro.

O prefeito do Rio, Eduardo Paes, pediu aos cariocas - como são conhecidos os moradores do Rio - que eliminem as fontes de água parada, usadas pelos mosquitos como criadouros.

"Ao contrário da pandemia da COVID-19, em que os cidadãos não podiam fazer muito mais do que exigir que os governos tomassem a vacina, no caso da dengue muito depende da ação de cada cidadão", disse Paes.

Em março de 2023, o Brasil aprovou uma vacina contra a dengue e se tornou o primeiro país do mundo a oferecer uma vacina contra a dengue por meio do sistema público de saúde, de acordo com o Ministério da Saúde. Mais de 3 milhões de pessoas deveriam receber a vacina em 2024.

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