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19/04/2024 às 23h04min - Atualizada em 19/04/2024 às 23h04min

Casos de dengue chegam a 5,2 milhões nas Américas e surto ultrapassa recorde anual

A Organização Pan-Americana da Saúde disse que 5.214.480 casos de dengue foram registrados nas Américas até quarta-feira. Em todo o ano de 2023, o número total de casos registrados na região foi de 4.572.765

Júnior Mendonça
com informações CNN
Funcionários da saúde pública pulverizam inseticida durante uma campanha de fumigação no bairro de Ceilândia, em Brasília, Brasil | Eraldo Peres / AP via CNN Newsource
 
Os casos de dengue estão aumentando nas Américas, com mais de 5,2 milhões de casos notificados até esta semana, ultrapassando o recorde anual estabelecido em 2023, de acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS).

A porta-voz da OPAS, Ashley Baldwin, disse que 5.214.480 casos de dengue foram registrados nas Américas até quarta-feira. Em todo o ano de 2023, o número total de casos registrados na região foi de 4.572.765.

"Estamos em uma situação de emergência por causa da dengue", disse o diretor da OPAS, Jarbas Barbosa, em uma coletiva de imprensa na quinta-feira.


Os países do hemisfério sul foram os mais atingidos até o momento, sendo o Brasil responsável pela maioria dos casos. Em fevereiro, o Rio de Janeiro declarou estado de emergência de saúde pública em meio a um pico de casos.

No Peru, 20 das 25 regiões do país estão sob alerta de saúde devido à epidemia, que aumentou para mais de 134.000 casos, informou o governo esta semana.

A situação parece ter se estabilizado nas últimas semanas em alguns pontos críticos da América do Sul, mas a OPAS alertou que outros países da região, inclusive os do hemisfério norte, devem se preparar para a chegada da primavera e das temperaturas mais quentes.

"A maioria dos casos no hemisfério sul ocorre na primeira metade do ano, e a maioria dos casos no hemisfério norte ocorre na segunda metade do ano", disse Baldwin. "Até o momento, neste ano, observamos um pico de casos no sul, e agora esperamos um aumento de casos no norte."

O aumento da dengue pode ser atribuído a vários fatores, diz a OPAS, incluindo o aumento das temperaturas, eventos climáticos extremos, rápido crescimento populacional e serviços inadequados de água e saneamento, que podem criar criadouros de mosquitos.

Até o momento, em 2024, as Américas registraram 1.858 mortes pela doença, menos do que o total de 2.418 do ano passado.

Uma vacina contra a dengue está disponível e pode desempenhar um papel na redução de casos graves e mortes, disse Barbosa, mas ele advertiu que ela não é capaz de interromper imediatamente os surtos.

Para tentar controlar o surto, a OPAS recomenda a implementação de uma estratégia que se concentre na vigilância, no controle do mosquito vetor que transmite o vírus e no manejo clínico, disse Baldwin.

"Embora atualmente não haja tratamento específico para a dengue (em qualquer estágio clínico), a maioria dos casos é leve. A detecção precoce e o acesso a cuidados médicos adequados reduzirão a probabilidade de morte devido à dengue grave", acrescentou Baldwin.

A dengue é um vírus transmitido por mosquitos que se espalha principalmente pelo mosquito Aedes aegypti, também conhecido por transmitir vários outros vírus, como o da febre amarela, chikungunya e Zika, de acordo com os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos EUA. Ele causa sintomas semelhantes aos da gripe e pode levar à morte em casos extremos.

O vírus é endêmico em mais de 100 países de clima tropical e subtropical, principalmente em áreas urbanas e semiurbanas, de acordo com a Organização Mundial da Saúde. Também é endêmico nos territórios norte-americanos de Porto Rico, Ilhas Virgens Americanas e Samoa Americana.

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