O pior tiroteio em massa da Suécia deixou pelo menos 11 pessoas mortas, incluindo o atirador, e pelo menos cinco gravemente feridas em um centro de educação para adultos a oeste de Estocolmo.
O motivo do atirador não havia sido determinado até a publicação dessa matéria. No país escandinavo a violência com armas de fogo em escolas é muito rara.
As autoridades disseram nesta quarta-feira que três mulheres e dois homens, todos com ferimentos a bala, foram submetidos a cirurgia no Hospital Universitário de Orebro, onde fica a escola atacada. Todos estavam em estado grave, mas estável, depois de terem sido admitidos no hospital com ferimentos que ameaçavam a vida. Outra mulher foi tratada por ferimentos leves e estava estável.
Jonas Claesson, diretor regional de saúde e serviços médicos, disse que duas das vítimas de tiros seguiam em tratamento intensivo nesta quarta-feira. Todas as vítimas têm mais de 18 anos, segundo as autoridades.
A escola, chamada Campus Risbergska, oferece aulas de ensino fundamental e médio para adultos com 20 anos ou mais, aulas de língua sueca para imigrantes, treinamento vocacional e programas para pessoas com deficiência intelectual. A escola fica nos arredores de Orebro, que fica a cerca de 200 quilômetros a oeste da capital Estocolmo.
O Ministro da Justiça, Gunnar Strömmer, chamou o tiroteio de “um evento que abala toda a nossa sociedade em seu âmago”. O rei Carl XVI Gustaf e o primeiro-ministro Ulf Kristersson ordenaram que as bandeiras fossem hasteadas a meio mastro no Palácio Real e nos prédios do governo.
O rei e a rainha Silvia estavam em Orebro e visitariam o distrito escolar e participariam de um serviço memorial na cidade, informou o palácio. Kristersson e Strömmer também estariam lá. Os times de futebol Degerfors IF e Orebro Syrianska usarão braçadeiras pretas em um jogo de pré-temporada na noite desta quarta-feira e farão um minuto de silêncio antes do início da partida, informou o Degerfors.
O tiroteio aconteceu na tarde desta terça-feira, depois de um exame nacional. Os alunos se abrigaram em prédios próximos e outras partes da escola foram evacuadas após o tiroteio.
A polícia disse que os policiais encontraram o atirador morto na escola quando chegaram.
A resposta da polícia
Roberto Eid Forest, chefe da polícia local, disse que as grandes instalações da escola fizeram com que os policiais levassem muito tempo para vasculhar o campus e garantir que não houvesse mais vítimas. Os policiais ouviram tiros quando chegaram e inicialmente pensaram que estavam sendo atacados, disse ele.
Eid Forest disse que seis policiais foram tratados por inalação de fumaça. Não houve incêndio, disse ele, mas as autoridades não sabiam imediatamente o que havia causado a fumaça.
Os investigadores passarão a quarta-feira buscando informações de testemunhas e verificando todas as imagens de vídeo do ataque. A polícia não informou se o atirador tinha várias armas.
Não houve avisos prévios, e a polícia acredita que o autor do crime agiu sozinho. A polícia não informou se o homem era aluno da escola. Eles não divulgaram um possível motivo, mas as autoridades disseram que, até o momento, não há suspeitas de ligações com o terrorismo.
Narrativas incorretas
A polícia invadiu a casa do suspeito após o tiroteio, mas não divulgou o que foi encontrado. A polícia alertou o público contra a disseminação de narrativas incorretas nas mídias sociais.
“Hoje, testemunhamos uma violência brutal e mortal contra pessoas completamente inocentes”, disse o primeiro-ministro aos repórteres em Estocolmo na noite desta terça-feira. “Esse é o pior tiroteio em massa da história da Suécia. Muitas perguntas continuam sem resposta, e eu também não posso dar essas respostas. Mas chegará o momento em que saberemos o que aconteceu, como isso pôde ocorrer e quais motivos podem ter estado por trás disso. Não vamos especular”, disse ele.
Embora a violência com armas de fogo em escolas seja muito rara na Suécia, pessoas foram feridas ou mortas com outras armas, como facas ou machados, em vários incidentes nos últimos anos.
