MENU

16/06/2024 às 15h21min - Atualizada em 16/06/2024 às 15h08min

A CÚPULA DO G7 NA ITÁLIA

Paulo Galvão Júnior (*)

Paulo Galvão Júnior

Paulo Galvão Júnior

Economista paraibano, autor de 18 e-Books de Economia, conselheiro do CORECON-PB e diretor secretário do Fórum Celso Furtado de Desenvolvimento da PB.

Designer: Mariana Oliveira.
Considerações Iniciais
O Grupo dos Sete (G7) é um grupo econômico informal composto por sete países avançados que se reúnem regularmente para discutir questões econômicas, sociais, ambientais e políticas em âmbito global. Os países membros do G7 são: Alemanha, Canadá, Estados Unidos da América (EUA), França, Itália, Japão e Reino Unido (RU).
 
A União Europeia (UE) também participa das reuniões anuais do G7, embora não seja considerada um membro pleno. A Cúpula do G7 de 2024 ocorreu em Borgo Egnazia, na Itália, sob a liderança da primeira-ministra italiana Giorgia Meloni, na presidência rotativa do G7.
 
Reunidos em um resort de luxo na região da Puglia, ao sul da Itália, perto do Mar Adriático, os líderes do G7 debateram diversos temas globais, incluindo a Guerra na Ucrânia, a Guerra em Israel, a criação de cadeias de abastecimento resilientes e as questões relacionadas à inteligência artificial (IA).
 
É relevante destacar que a Cúpula do G7 de 2024 contou com a presença histórica do Papa Francisco, líder do Vaticano, que participou para discutir os rumos atuais e futuros da humanidade em relação ao uso ético e responsável da IA.
 
História do G7
O G7 foi criado em 1976, inicialmente como Grupo dos Cinco (G5) em 1973, formado pelo EUA, RU, Japão, França e Alemanha (na época, Alemanha Ocidental). Depois surgiu o Grupo dos Seis (G6) em 1975, com a inclusão da Itália. Somente em 1976, com a entrada do Canadá surge o atual G7. 

A Rússia já fez parte do Grupo dos Oito (G8) a partir de 1997, mas, com a anexação da Crimeia pela Federação Russa, os sete países membros decidiram suspender a participção da Rússia em 2014, retornando ao formato de G7. 

Desde a Primeira Crise do Petróleo até o dia de hoje, o grupo se reúne anualmente, além de realizar reuniões adicionais e conferências ao longo do ano, para coordenar políticas econômicas e discutir questões cruciais como segurança global, mudanças climáticas, desenvolvimento sustentável, comércio internacional e crises econômicas como a Crise de 2008.
 
Impactos da Cúpula do G7
A coordenação econômica no G7 envolve discussões para alinhar políticas econômicas, visando promover a estabilidade e o crescimento econômico global. No âmbito da política internacional, o grupo aborda questões de segurança mundial e conflitos regionais. Além disso, o G7 se concentra em enfrentar desafios globais, incluindo mudanças climáticas, saúde pública (como foi na pandemia da COVID-19) e desemprego elevado.
 
O líder do Brasil participou da Cúpula dos Líderes do G7 no segundo dia como um país convidado e na presidência rotativa do Grupo dos Vinte (G20), ao lado da Argentina, Índia, Turquia, Jordânia, Emirados Árabes Unidos (EAU), Argélia e Quênia, com destaque para a participação do líder da Ucrânia, que esteve presente também no primeiro dia da Cúpula do G7.
 
A inclusão de economias emergentes em grupos econômicos como o G20 e o BRICS PLUS sublinha a necessidade de um diálogo mais inclusivo que reflita as realidades econômicas, sociais e ambientais do século XXI, em plena Quarta Revolução Industrial.
 
Críticas ao G7
Apesar de sua influência global, o G7 enfrenta críticas. É frequentemente criticado por ser um clube exclusivo de nações ricas, excluindo países emergentes importantes como China, Índia e Brasil, três dos dez países mais ricos do mundo, além dos membros do G7.
 
As decisões do G7 não são legalmente vinculativas e dependem da implementação voluntária pelos países membros, o que levanta debates sobre sua eficácia. Com a ascensão de novas potências econômicas como China e Índia, a relevância do G7 é questionada, levando à formação de grupos alternativos como o G20, que inclui economias emergentes, e o BRICS PLUS, com 10 nações emergentes.
 
Ainda assim, o G7 continua sendo um grupo vital para a coordenação e cooperação entre as sete economias mais industrializadas do planeta, enfrentando juntos os desafios globais contemporâneos.
 
Considerações Finais
A Cúpula do G7 realizada nos dias 13 a 15 de junho de 2024, na Itália, destacou a contínua relevância e os desafios enfrentados por este grupo de nações desenvolvidas. Apesar das críticas sobre sua exclusividade e questionamentos sobre sua eficácia e relevância diante da ascensão de novas potências econômicas, o G7 permanece crucial para a discussão e coordenação de políticas globais.
 
Durante a Cúpula do G7 na Itália, os líderes dos países membros, juntamente com a UE, abordaram uma série de questões vitais que afetam o mundo atualmente. Entre os temas debatidos no sul da Itália, destacaram-se a imigração, o tráfico de seres humanos, a IA, as práticas comerciais desleais da China no comércio internacional e, sobretudo, o fornecimento de US$ 50 bilhões à Ucrânia e o apoio fortíssimo ao Estado de Israel e um pedido de cessar-fogo imediato na Faixa de Gaza e mais apoio humanitário a população civil.
 
As decisões tomadas e os compromissos assumidos durante a Cúpula do G7 refletem o esforço contínuo do grupo em promover a estabilidade econômica e o crescimento global, embora a implementação dessas resoluções dependa da vontade política e da cooperação voluntária dos sete países membros.
 
Em resumo, a Cúpula do G7 na Itália reafirmou o papel essencial do grupo como um espaço democrático para a cooperação entre as sete economias mais prósperas do mundo. Ao mesmo tempo, destacou a necessidade de evolução e adaptação contínuas para manter sua relevância em um cenário global impactado pelas mudanças climáticas e conflitos bélicos. A próxima Cúpula do G7 será no Canadá, em 2025, e será realizada em Kananaskis, na província de Alberta, com vistas para as lindas Montanhas Rochosas, nas comemorações alusivas aos 49 anos do G7.
 
Links úteis:
G7: https://www.g7italy.it/en/
 
(*) Paulo Galvão Júnior é economista brasileiro, professor de economia no UNIESP, conselheiro efetivo do CORECON-PB, sócio efetivo do Fórum Celso Furtado de Desenvolvimento da Paraíba, palestrante, colunista do Portal North News, escritor e apresentador do programa Economia em Alta da Rádio Alta Potência. WhatsApp: +55 (83) 98122-7221.
Link
Leia Também »
Comentários »