O Ministério da Saúde argentino informou ter detectado o primeiro caso suspeito de varíola dos macacos no país, num paciente que esteve na Espanha, em Buenos Aires, entre 28 de abril e 16 de maio. O homem apresenta sintomas compatíveis com a doença como "pústulas em diversas partes do corpo e febre", mas que está "em bom estado geral". O paciente está isolado e recebendo tratamento sintomático
Segundo o governo, a investigação do caso é feita pelo Instituto Malbrán, que seria equivalente ao que é a Fiocruz e o Butantan. Este primeiro caso suspeito na Argentina ativaria uma equipe de trabalho especialmente criada para vigiar o novo evento e para gerar recomendações específicas, tanto para os profissionais da Saúde, quanto para a população.
Segundo o último boletim divulgado pela Organização Mundial da Saúde no sábado (21), existem 92 casos confirmados e 50 suspeitos em 15 países, dentre eles estão Portugal, Espanha, França, Bélgica, Áustria, Alemanha, Itália, Holanda, Suécia, Suíça e Reino Unido (na Europa), Estados Unidos, Canadá, Austrália e Israel (fora da Europa).
A Argentina deve tornar-se o primeiro país a confirmar um caso na América Latina.
Transmissão sexual
O Ministério da Saúde da Argentina explica que "o vírus da varíola dos macacos tem uma transmissão moderada entre os humanos" e que "a transmissão sexual, devido ao contato íntimo durante as relações sexuais com lesões cutâneas infecciosas, parece ser o modo provável de transmissão".
"Devido à frequência inusualmente alta de transmissão de pessoa a pessoa e à transmissão comunitária provável sem antecedentes de viagens a áreas endêmicas, é considerada alta a probabilidade de uma maior propagação do vírus através do contato próximo, por exemplo, durante as atividades sexuais", aponta a nota. O texto também explica que "é considerada uma exposição a um caso se houver uma aproximação sem proteção respiratória (máscaras), contato físico direto como o contato sexual e contato com materiais contaminados como roupas e roupa de cama".
São duas as cepas principais: a do Congo e a da África Ocidental. A do Congo, mais grave, tem taxa de mortalidade de até 10%. A taxa de mortalidade da cepa África Ocidental é de 1%.