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24/05/2022 às 09h57min - Atualizada em 24/05/2022 às 09h57min

Campos de concentração na China

Documentário mostra depoimentos sobre abusos de chineses

Leandro Mendonça
Twitter/@AFP
Confinamento em massa, trabalho forçado, esterilizações e aniquilação cultural: essas são as acusações feitas por organizações de direitos humanos contra a China em Xinjiang.
 
Pequim nega qualquer perseguição a minorias muçulmanas na província do extremo leste do país e afirma que sua política permitiu erradicar o terrorismo e reativar a economia local.
 
Os Estados Unidos diz que a China está cometendo "genocídio" contra os uigures - que representam quase metade da população de 12 milhões de Xinjiang - e impôs sanções em resposta. A China nega veementemente e chama essas alegações de "a mentira do século".
 

Segundo vários pesquisadores, as autoridades chinesas internaram mais de um milhão de uigures e outras pessoas de etnia muçulmana em centros de detenção e prisões da província.
 
Pequim contesta este número e explica que se trata de “centros de formação profissional” destinados a combater o radicalismo islâmico. Mas ex-detentos testemunharam estupros e torturas dentro desses campos.
 
Guardas equipados com gás lacrimogêneo, armas de choque e bastões na cintura policiam esses centros cercados por arame farpado e câmeras de vigilância.
 

Controle de natalidade do povo Uigure

 
Medidas rigorosas de controle de natalidade tomadas em Xinjiang desde 2017 – incluindo cotas para esterilizações e inserções de DIU – são parte de uma tentativa deliberada de reduzir os nascimentos entre minorias étnicas, dizem acadêmicos e ativistas de ONGs.
 
A China refutou essas alegações, argumentando que a taxa de natalidade em declínio reflete o desenvolvimento econômico regional e as mudanças nas normas sociais.
 
O crescimento populacional em alguns condados de Xinjiang, onde vivem muitas minorias, desacelerou acentuadamente entre 2017 e 2019, de acordo com pesquisas que citam estatísticas do governo local.

Cultura erradicada

 
A China travou uma luta contra as práticas religiosas, culturais e linguísticas uigures nos últimos anos, de acordo com pesquisadores e uigures que residem fora do país.
 
Cerca de 16.000 mesquitas em Xinjiang, dois terços do número total na província, foram destruídas ou danificadas por políticas governamentais desde 2017.
 
Os uigures também foram pressionados a não falar sua língua e a abandonar os costumes islâmicos, como a oração, a posse de livros sagrados e o uso de longas barbas.

 
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