Luiz Inácio Lula da Silva (PT) desistiu da presença do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, em sua cerimônia de posse, no próximo dia 1º de janeiro. A decisão foi sinalizada ao governo venezuelano pelo Itamaraty e bem recebida por Maduro.
A ausência do presidente venezuelano se dará por uma ação não do novo chefe do Executivo brasileiro, mas de seu antecessor, Jair Bolsonaro (PL), que decretou o bloqueio de Maduro e seus assessores em território brasileiro.
Com o impedimento estabelecido por Bolsonaro, a equipe que faria a preparação para a chegada de Maduro em Brasília está impedida de vir ao país e organizar a recepção do presidente venezuelano, que aconteceria já no dia 1º.
Uma nova decisão, liberando a entrada de Maduro e seus assessores, teria de ser emitida às pressas e chegou a ser negociada pela equipe de transição com o governo Bolsonaro, mas foi negada.
A equipe de transição de Lula emitiu um documento criticando a ação de Bolsonaro. "Ao apostar no isolamento da Venezuela, o Brasil cometeu erro estratégico de transformar a América do Sul em palco da disputa geopolítica entre EUA, Rússia e China. De catalisador de processos de integração, o país passou a ser fator de instabilidade regional."
Apesar da ausência de Maduro, quase toda a América do Sul estará representada na cerimônia de posse de Lula. Além da Venezuela, apenas o Peru, que vive uma profunda crise política, ainda não sinalizou sobre o envio de um líder.
O evento quebrará o recorde como a cerimônia com o maior número de líderes estrangeiros na história do Brasil. Até o último dia 14, representantes de 22 países já haviam confirmado presença, mas a tendência é que mais de 30 estejam em Brasília.
Os nomes confirmados, até o momento, são:
Frank-Walter Steinmeier (presidente da Alemanha)
João Lourenço (presidente de Angola)
Alberto Fernández (presidente da Argentina)
Luis Arce (presidente da Bolívia)
José Maria Neves (presidente de Cabo Verde)
Gabriel Boric (presidente do Chile)
Gustavo Petro (presidente da Colômbia)
Rodolfo Solano (ministro das Relações Exteriores da Costa Rica)
Guillermo Lasso (presidente do Equador)
Rei Filipe VI de Espanha
Irfaan Ali (presidente da Guiana)
Umaro Sissoco Embaló (presidente de Guiné Bissau)
Luis Videregaray (ministro das Relações Exteriores do México)
Riad Malki (ministro das Relações Exteriores da Palestina)
José Gabriel Carrizo (vice-presidente do Panamá)
Mario Abdo Benítez (presidente do Paraguai)
Marcelo Rebelo de Sousa (presidente de Portugal)
Chan Santokhi (presidente do Suriname)
José Ramos-Horta (presidente de Timor Leste)
Mevlüt Çavuşoğlu (ministro das Relações Exteriores da Turquia)
Luis Alberto Lacalle Pou (presidente do Uruguai)
Emmerson Mnangagw (presidente do Zimbabwe)