MARK BLINCH / AFPNo Draft, a equipe selecionou Christian Koloko, mas ele ainda não está pronto. Nurse até tentou utilizar o jogador, de 2,16 metros no quinteto titular.
Sem sucesso.
Koloko provou que tem o tamanho de pivô, vontade e energia, mas é cru. Precisa de tempo e de treinamentos para conseguir contribuir. Então, é algo para o futuro, um projeto. Não pode contar com ele para agora.
Na offseason, a direção até buscou boas peças, como Otto Porter e Juancho Hernangomez e renovou com o veterano Thaddeus Young. Tudo, pensando em deixar o banco de reservas mais forte. No entanto, Porter se machucou, perdeu um caminhão de jogos e Nurse colocou Gary Trent Jr para ajudar a segunda unidade.
Mas as lesões de Precious Achiuwa e Pascal Siakam deixaram o garrafão mais vulnerável. Enquanto o primeiro ficou quase dois meses fora, Siakam desfalcou a equipe por dez jogos. Sem contar que Fred VanVleet não está sempre disponível.
Só nessa brincadeira, Toronto perdeu o rumo.
Impactou no desempenho de Scottie Barnes, eleito o melhor calouro de 2021/22, o ataque ficou engessado e a defesa não funcionou como deveria.
Portanto, agora é a hora de repensar no futuro e o Toronto Raptors passar por uma reconstrução de seu elenco.
Um nome certo que a diretoria não abre mão de forma alguma é Scottie Barnes. O jovem, de 21 anos, não produz o mesmo que em seu primeiro ano e sequer teve aquela evolução que se espera. Claro, se tem qualidade, você imagina que o atleta melhore muito na segunda temporada. No entanto, não tem sido o caso de Barnes.
Apesar de ainda não estar como a direção quer, o atleta fica para ser um dos principais jogadores para o futuro.
Aí, a direção precisa escolher quem pode sair e formar o elenco para os próximos anos.
Hoje, o Raptors possui quatro atletas que estão sendo buscados no mercado: Pascal Siakam, Fred VanVleet, OG Anunoby e Gary Trent Jr.
Pascal Siakam, pivô, 28 anos
Com contrato até 2023/24, o camaronês é um dos grandes ativos do Toronto Raptors. Ele pode jogar como pivô baixo, mas é, de fato, um ala-pivô. Seu salário (US$35.4 milhões em 22/23) pode atrair equipes interessadas pelo que produz.
Recentemente, VanVleet rejeitou uma proposta de extensão com o Raptors. De acordo com o jornalista Josh Lewenberg, da rede TSN, o armador tinha US$114 milhões por quatro anos. No entanto, ele queria algo em torno de US$130 milhões por quatro temporadas, como recebeu Tyler Herro no Miami Heat.
OG Anunoby, ala, 25 anos
Excelente defensor, Anunoby tem contrato garantido até 2023/24, além de uma opção no ano seguinte. O atleta faz a melhor temporada da carreira e é nome constante em rumores. Entretanto, o Raptors pede “valores” muito acima do mercado para liberar o jogador. Talvez, ainda seja reflexo da troca de Rudy Gobert para o Minnesota Timberwolves.
Especialista em defesa e arremessos de três, Gary Trent Jr é a cara da NBA atual. Seu contrato, então, é um grande atrativo, pois ele possui opção para 2023/24. Ou seja, Trent pode abrir mão do acordo ao fim da atual campanha e se tornar agente livre irrestrito. E o valor é relativamente baixo: US$17.5 milhões em 2022/23.
O que o Raptors pode fazer?
Bem, a cartilha de uma reconstrução de elenco é acumular escolhas de Draft, algo que o Toronto Raptors já tem. O time possui todas as próprias picks até 2030, exceto a de segunda de 2024. Portanto, é possível receber ainda mais em negociações de seus melhores jogadores.
A partir do momento em que você tem Barnes como um de seus focos para o futuro e possui as escolhas de Draft, o próximo passo é oferecer os grandes atletas para equipes. Mas para quem?
Hoje, Detroit Pistons, Charlotte Hornets, Houston Rockets e San Antonio Spurs são alguns dos times que estão no tank. Se o Raptors oferecer Siakam pela escolha de primeira rodada a qualquer um deles, qual seria a resposta?
Claro que pode acontecer. O Raptors pode, muito bem, repetir o que Boston Celtics e Atlanta Hawks fizeram nos últimos dois anos. Para quem não lembra, o Celtics era o 12° em dezembro de 2021 e foi parar na final da NBA. O Hawks fez quase o mesmo um ano antes, parando na decisão do Leste.
Mas a pergunta é: a direção quer pagar para ver?
Em uma dessas, perde Trent de graça na agência livre, Siakam e VanVleet pedem troca, e seus valores despencam. É óbvio que dá para ir atrás de algo melhor do que um veterano DeRozan, mas aquilo é apenas uma ideia para acumular escolha de Draft e receber um ídolo de volta.
A gente sabe que Masai Ujiri é bom para negociar, então ele pode fazer algo muito melhor. De repente, manter a base funciona para todo mundo. Ou, então, abrir mão de seus melhores jogadores pensando em um futuro ainda mais forte, seja o ideal.
