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03/04/2023 às 10h44min - Atualizada em 03/04/2023 às 10h44min

Uma mulher ou menina é morta a cada 48 horas no Canadá, aponta relatório

País teve mais de 800 vítimas do sexo feminino mortas desde 2018

Júnior Mendonça
com informações CTV News
Pexels
 
Casos de homicídio entre mulheres e meninas, os chamados feminicídios, estão aumentando rapidamente em todo o Canadá.

De acordo com um novo relatório mais de 800 mulheres e meninas foram mortas desde 2018.

O Observatório Canadense de Feminicídio para Justiça e Responsabilidade (CFOJA) divulgou seu relatório anual na última quinta-feira detalhando o aumento angustiante de mortes violentas entre mulheres e meninas entre 2018 e 2022 no Canadá.


Segundo o relatório, 850 mulheres e meninas foram mortas nos últimos cinco anos, o equivalente a uma mulher ou menina morta a cada 48 horas. Além disso, entre 2019 e 2022, houve um aumento de 27% nas mortes de suspeitos do sexo masculino.

Embora nem todas as mortes tenham acusadores identificados, 82% entre os identificados eram homens, enquanto 18% envolviam mulheres suspeitas. Um dos casos mais comuns de feminicídio envolveu violência por parceiro íntimo, seguido de feminicídio familiar e feminicídio não íntimo.

As mulheres de 24 a 34 anos geralmente constituem a maior ou a segunda maior faixa etária das vítimas, no entanto, a idade média de uma mulher morta por um acusado do sexo masculino é de 42 anos, enquanto a idade média dos acusadores do sexo masculino é de 37 anos.

O relatório também estima que uma em cada cinco vítimas do sexo feminino mortas por um acusado do sexo masculino eram indígenas, cerca de 19%. Entre as vítimas, um total de 868 crianças ficaram sem mães

Os defensores pedem que o Canadá reconheça os feminicídios no Código Penal do Canadá, ou seja implementado na legislação para fornecer proteção legal a mulheres e meninas, especialmente aquelas que são indígenas, negras e fazem parte de outras comunidades racializadas.

“Nós realmente queríamos resolver o problema para que houvesse um melhor entendimento público”, afirmou a fundadora do CFOJA, Myrna Dawson.

Segundo o relatório, 22 países têm o termo feminicídio implementado em alguma legislatura ou usam o termo para classificar determinados delitos.

Canadá também ainda não assinou um tratado global que visa criar iniciativas para investigar e eliminar o feminicídio, apesar de se comprometer a fazê-lo em 2018, afirma o relatório. Dos 35 países que assumiram esse compromisso, o Canadá é um dos três que ainda não o cumpriram.

“Este é um exemplo de como o Canadá fica atrás de outros países em sua resposta à violência masculina contra mulheres e meninas”, disse Dawson.

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