O chá, que se refere a três espécies de rododendros semelhantes a arbustos, tem sido comumente usado por povos indígenas e população Inuit no Canadá e nos Estados Unidos para tratar uma série de doenças, incluindo resfriados, dores de cabeça e problemas estomacais.
Cientistas da Universidade Laval, na cidade de Quebec, coletaram o que é conhecido como chá de labrador anão, ou Rhododendron subarcticum, da região de Nunavik, no norte de Quebec, e extraíram o óleo essencial de suas folhas. A planta perene aromática e relativamente pouco estudada é encontrada logo ao sul do Círculo Polar Ártico, do norte do Canadá à Sibéria, e pode crescer até 20 cm de altura.
“As espécies de plantas dos ecossistemas árticos e subárticos não foram submetidas a tantas ou tão minuciosas investigações fitoquímicas quanto suas contrapartes de ambientes tropicais”, explicou o estudo. “Decidimos caracterizar o óleo essencial de [chá de Labrador anão] e testar sua atividade contra [parasitas causadores de malária] depois de saber de sua importância para as Primeiras Nações como medicina tradicional”.
O óleo essencial que os cientistas da Universidade Laval analisaram continha principalmente o composto orgânico ascaridol, que efetivamente matou diferentes cepas do parasita responsável pela forma mais grave e resistente de malária durante os testes. Estudos anteriores mostraram que os óleos essenciais do chá labrador também possuem propriedades antimicrobianas, o que significa que podem matar microorganismos como bactérias e mofo.
A malária é uma doença infecciosa transmitida por mosquitos que pode se tornar mortal em casos graves. Embora a malária fosse endêmica no Canadá e nos Estados Unidos no século 19 e início do século 20, a transmissão não ocorre normalmente nos dois países atualmente.