Residentes não permanentes são uma parcela crescente dos 40 milhões de habitantes do Canadá

Até a última contagem do governo, 2,5% da população canadense, que ultrapassou 40 milhões de pessoas na última sexta-feira, eram de residentes não permanentes

THE CANADIAN PRESS/Eduardo Lima

 

Os residentes não permanentes (NPRs) representam uma parcela crescente da população do Canadá.

A constatação foi feita por um novo estudo da Statistics Canada, baseado no censo de 2021.

Quando os NPRs foram contados pela primeira vez no censo de 1991, eles representavam 0,8% da população. Agora, o censo de 2021 mostra que 924.850 residentes, ou 2,5% da população do Canadá, que ultrapassou 40 milhões de pessoas na última sexta-feira, são NPRs.

São pessoas que não têm direito a voto, mas podem participar de setores-chave do país, como o ensino superior, e contribuir para a economia como consumidores e trabalhadores, se tiverem permissão de trabalho.

O Canadá, como muitos outros países, concede a trabalhadores estrangeiros temporários, estudantes internacionais e requerentes de asilo o direito de viver temporariamente no país.

O censo observou que aqueles com permissão de trabalho representavam apenas 40,1% dos NPRs, enquanto outros 14,2% tinham permissão de trabalho e estudo. Aqueles com permissão de estudo sozinho (principalmente estudantes internacionais) representavam 21,9%, enquanto os requerentes de asilo (pessoas que buscam proteção como refugiado) representavam 15,1%.

Os 8,7% restantes têm uma combinação de tipos de NPR, como portadores de permissão de residência temporária ou familiares de residentes canadenses.

Alta taxa de 'superqualificação'
Com o envelhecimento da população do Canadá, declínio das taxas de fertilidade e escassez de mão de obra, o país depende de NPRs para a economia.

De acordo com estudos, a participação da força de trabalho dos NPRs ficou em 74,2%, com mais de um terço, ou 36,4%, trabalhando em vendas e ocupações de serviços, em comparação com 25% do restante da população canadense.

O estudo mostra que os NPRs têm um nível educacional mais alto, em média, do que o restante da população canadense.

No entanto, a maioria deles estava frequentemente em ocupações que não exigiam educação formal, o que significa que a maioria dos NPRs são superqualificados para seus empregos atuais.

O estudo disse que a obtenção de um diploma de bacharel ou superior no Canadá fez pouca diferença principalmente para os NPRs apenas com permissão de trabalho. Pesquisas, no entanto, são necessárias para descobrir os motivos da alta taxa de superqualificação entre os NPRs.

Cerca de metade dos requerentes de asilo são considerados superqualificados para seus empregos, a taxa mais alta, em comparação com 43% dos NPRs com apenas permissão de estudo e 44,6% daqueles com uma combinação de permissão de trabalho e estudo.

NPRs são mais jovens
No geral, os NPRs são muito mais jovens do que o resto da população canadense.

Com seis em cada 10, ou 60,1% dos NPRs enquadrados no perfil etário de jovens adultos entre 25 e 34 anos.

Em comparação, o restante da população canadense é de 18,4% de jovens adultos. Esse número é de 37,3% para imigrantes recentes com residência permanente.

De acordo com o estudo, a maioria dos NPRs na faixa etária de jovens adultos tem uma autorização de trabalho ou uma autorização de estudo, uma combinação de ambas ou apenas uma.

No entanto, os requerentes de asilo tinham uma diferença de idade maior, com quase um quarto, ou 22,7%, das pessoas que buscam proteção para refugiados no Canadá sendo crianças com menos de 15 anos de idade. Isso é um pouco menos do que o segmento de jovens adultos que buscam refúgio, em 26,4%.

Índia e China: principais locais de nascimento dos NPRs
Embora os NPRs venham de todo o mundo, o estudo mostra que a Índia está representada em 28,5% da população e a China, 10,5%. Eles são os dois locais de nascimento mais comuns para os titulares de permissão de trabalho ou estudo em todas as províncias, exceto em Quebec, onde a França foi o local de nascimento mais comum.

Enquanto isso, os requerentes de asilo vieram principalmente da Nigéria com 10,7%, seguidos da Índia com 8,3% e do México com 8,1%.

As estatísticas de requerentes de asilo também variaram significativamente com base nas províncias. Em Ontário, a Nigéria dominou as paradas, enquanto em Quebec, a maioria era do Haiti, e em BC foi o Irã.