A cidade de Sanbao, no noroeste árido da China, registrou um recorde nacional de 52,2°C, enquanto incêndios florestais na Europa se intensificavam antes de uma segunda onda de calor em duas semanas, que deve registrar temperaturas de até 48°C.
As temperaturas globais estão atingindo máximas históricas enquanto os dois maiores emissores de carbono do mundo, Estados Unidos e China, buscavam nessa segunda-feira reacender as conversas sobre as mudanças climáticas.
Com os cientistas afirmando que a meta de manter o aquecimento global dentro de 1,5°C dos níveis pré-industriais está fugindo do alcance, as evidências da crise estão por toda parte.
Quase um quarto da população norte-americana estava sob alertas de calor extremo, em parte devido a uma cúpula de calor que se instalou nos Estados do oeste do país.
“Em muitas partes do mundo, prevê-se que hoje seja o dia mais quente já registrado”, escreveu Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), no Twitter.
“A #CriseClimática não é um aviso. Está acontecendo. Peço aos líderes mundiais para AGIR agora.”
Antes de se encontrar com o colega chinês Xie Zhenhua em Pequim, o enviado climático dos EUA, John Kerry, pediu a China uma parceria com seu país para reduzir as emissões de metano e a energia movida a carvão.
As altas temperaturas prolongadas na China estão ameaçando redes elétricas e plantações e levantando preocupações sobre a repetição da seca do ano passado, a mais severa em 60 anos.
Na Coreia do Sul, chuvas torrenciais deixaram 40 pessoas mortas quando os diques de um rio desabaram, causando inundações repentinas.
A cúpula de calor no oeste dos Estados Unidos também ajudou a gerar fortes chuvas no nordeste, matando pelo menos cinco pessoas. Os alertas de calor se espalhavam até a Flórida.
No Vale da Morte, na Califórnia, os turistas se reuniram em Furnace Creek no domingo (16), esperando testemunhar a temperatura mais quente reconhecida na Terra: 56,7°C em 1913, de acordo com a Organização Meteorológica Mundial (OMM).
Carlo Buontempo, diretor do Copernicus Climate Change Service da União Europeia, disse que há um padrão claro de ondas de calor se tornando mais comuns, conforme previsto pelos cientistas.
“Já estamos em território desconhecido, completamente. Nunca vimos nada assim em nossa memória viva, em nossa história”, disse Buontempo.