"A mudança climática está aqui. É aterrorizante e é apenas o começo".
A declaração alarmante foi feita por António Guterres, secretário-geral das Nações Unidas, numa conferência de imprensa nessa quinta-feira, quando comentou que "a era do aquecimento global acabou, a era da ebulição global chegou".
Guterres enfatizou em seu discurso a necessidade de os líderes mundiais, em particular das nações ricas, fazerem mais para reduzir as emissões de carbono e fazer a transição para energia renovável.
Ondas de calor na América do Norte, Europa e Ásia elevaram as temperaturas médias acima do limite de 1,5 C em vários dias em julho, quebrando o recorde anterior de julho de 2019 em 0,2 C.
Mas o que isso significa para o Canadá? “Precisamos tomar medidas para reduzir nossa exposição e vulnerabilidade a esses eventos extremos”, disse Gordon McBean, professor de geografia e meio ambiente da University of Western Ontario, ao programa Your Morning da CTV nessa sexta-feira.
O secretário-geral da ONU enfatizou a necessidade de ação em sua declaração, que McBean acredita que "tem sido adiada por anos".
O Canadá está aquecendo quase o dobro da taxa média mundial devido à sua grande massa de terra e regiões polares, disse McBean.
"O número 2 graus Celsius é a média global e isso inclui as áreas sobre o oceano que não estão aquecendo tão rápido quanto as áreas terrestres", disse ele. “As áreas árticas canadenses estão aquecendo três a quatro vezes mais rápido que a média global, e isso se deve a essas áreas terrestres e ao fato de que as regiões de latitude mais alta, onde vai aquecer muito mais rápido do que as áreas mais próximas do equador".
"Este é o garoto-propaganda da mudança climática", disse Jesse Wagar, meteorologista de preparação para alertas do Environment Canada. "A taxa de aquecimento no Ártico é simplesmente incrível de se observar ano após ano".
Os efeitos do aquecimento do planeta são evidentes em todo o Canadá, à medida que as comunidades enfrentam uma temporada de incêndios florestais sem precedentes, fortes tempestades e inundações.
"Temos que tomar medidas para reduzir nossas emissões de gases de efeito estufa", disse McBean. "Temos que começar a realmente agir em vez de apenas falar sobre isso".