16/02/2024 às 11h07min - Atualizada em 16/02/2024 às 11h07min
Portugal: brasileiros são 26% dos universitários estrangeiros no país
O inverso, todavia, não ocorre do outro lado do Atlântico, onde os alunos portugueses correspondem a apenas 3,4% das matrículas de estudantes estrangeiros, em cursos de graduação
Estudantes diante da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa (Rafael Marchante/Reuters)
Uma maioria de brasileiros que não se pode contestar ocupa os corredores das universidades portuguesas e movimenta os seus campos de pesquisa.
De acordo com dados da Direção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência para o ano letivo de 2022/2023, de um total de 74 mil alunos estrangeiros inscritos em diferentes cursos em estabelecimentos de ensino superior em Portugal, cerca de 26% são brasileiros.
O inverso, todavia, não ocorre do outro lado do Atlântico, onde os alunos portugueses correspondem a apenas 3,4% das matrículas de estudantes estrangeiros, em cursos de graduação.
Os números anteriores revelam um espaço a ser preenchido, uma oportunidade de elevar a bilateralidade do intercâmbio científico entre dois países irmãos e que possuem timbre especial para a inovação e desenvolvimento científico nas mais diversas áreas.
Uma das formas de incentivar este fluxo é através das premiações acadêmicas, que se servem como uma recompensa ao esforço dedicado pelos pesquisadores, bem como à dedicação e compromisso com a produção de conhecimento.
Os prêmios acadêmicos são então, para além de um destaque à relevância da atividade científica e de pesquisa para a sociedade, uma potente e interessante ferramenta de estímulo ao desbravamento e a busca pela excelência.
Fibe Esse foi o objetivo do Fórum de Integração Brasil Europa ao criar a iniciativa denominada “Prémio Fibe”.
Para além de um reconhecimento público do pesquisador e impulso à sua carreira, o prêmio é parte da proposta cerne da associação como um convite a integração através da promoção de uma cultura de competição saudável entre pesquisadores e acadêmicos, instigando não só a produtividade e a qualidade, mas também a criação de um campo interativo para troca de visões e impulso da inovação.
A associação tende a reforçar ainda que a premiação acadêmica é sempre uma oportunidade de palco não só para o pesquisador, mas para suas ideias, abrindo espaço para a recepção de melhores financiamentos para pesquisas e campos de atuação como um todo.
Pesquisa, Integração e Incentivo, são as três palavras de destaque e que guiam as atividades Fibe ao entrono da disseminação do conhecimento e do diálogo horizontal em pesquisas entre Brasil, Portugal e Europa.
Os trabalhos premiados na edição 2023 do Prêmio Fibe ilustram essa visão e a comissão avaliadora teve a missão de selecionar, dentre dezenas de trabalhos inscritos, obras notáveis.
Na categoria teses de doutoramento, os trabalhos premiados contribuíram significativamente para suas respectivas áreas de estudo.
Foram abordados temas como o estudo do conceito de subdemocracia em uma abordagem sistêmica; os parâmetros de identificação do abuso de direitos fundamentais; um estudo sobre o crescimento econômico e a convergência no longo prazo.
Os vencedores na categoria de dissertações de mestrado abordaram temas como o semipresidencialismo no Brasil, o acordo de associação entre o Mercosul e a União Europeia e seus impactos no setor automotivo brasileiro, além da temática de ação declaratória de inexistência jurídica no âmbito do Código de Processo Civil.
Mais do que investigações notáveis, os trabalhos premiados destacaram e fortaleceram a integração entre Brasil e Portugal, materializando o propósito do Fibe em mais esse projeto.
Com 6.000 euros em premiação e o lançamento de uma coletânea pelo Selo Fibe em parceria com a editora Almedina, o prêmio chega à segunda edição com a plena esperança de suscitar cada vez mais interesse e candidaturas, prestigiando-se e tornando-se uma premiação de referência, abrindo portas para oportunidades de colaboração, ampliando redes de contatos e possibilitando parcerias cada vez mais valiosas para a academia.
As inscrições começam em 19 de fevereiro e seguem até 30 de setembro, exclusivamente no site do Fibe.
Estudantes diante da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa (Rafael Marchante/Reuters)
