O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) é um “fugitivo confesso”, disse o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, nesta segunda-feira (25).
Padilha foi questionado sobre a reportagem do jornal “The New York Times” que revelou que Bolsonaro passou duas noites na embaixada da Hungria em Brasília, entre os dias 12 e 14 de fevereiro.
A estadia ocorreu após ele ter sido alvo de operação da Polícia Federal (PF) sobre suposta tentativa de golpe de Estado em 8 de janeiro de 2023.
“Bolsonaro é um fugitivo confesso, é zero surpresa. Mais uma vez, ele mostrou os seus planos de fugir”, disse Padilha, que cuida da articulação política no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Vídeos das câmeras de segurança da embaixada obtidos pelo jornal norte-americano mostram Bolsonaro acompanhado de dois seguranças sendo recebido pelo embaixador húngaro, Miklós Halmai.
Alvo de investigações criminais, o ex-presidente não poderia ser preso estando numa embaixada estrangeira, uma vez que a área está legalmente fora do alcance das autoridades nacionais.
Segundo o “The New York Times”, a estadia no local sugere que Bolsonaro estava tentando “alavancar a sua amizade com um colega líder de extrema direita, o primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orban”.
Durante uma visita à Hungria, em 2022, Bolsonaro chamou Orbán de seu “irmão”.
Em dezembro do ano passado, Bolsonaro e o primeiro-ministro húngaro se reuniram em Buenos Aires na posse do novo presidente Argentina, Javier Milei. Lá, Orbán chamou Bolsonaro de “héroi”.
Após a revelação sobre a estadia de Bolsonaro na embaixada, a PF anunciou que investigará o caso.
Em nota, Bolsonaro disse que ficou hospedado na embaixada a convite “para manter contatos com autoridades do país amigo”.
“Quaisquer outras interpretações que extrapolem as informações aqui repassadas se constituem em evidente obra ficcional, sem relação com a realidade dos fatos e são, na prática, mais um rol de fake news”, diz a nota.