Destroços de avião da Voepass, que caiu em Vinhedo | MIGUEL SCHINCARIOL / AFP
O avião ATR 72-500 da Voepass, que caiu em Vinhedo na última sexta-feira (9), passou por uma área crítica por quase 10 minutos durante o voo e perdeu mais de 100 km/h.
O estudo foi feito pelo Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélite (Lapis) da Universidade Federal do Alagoas (Ufal). A informação foi divulgada pelo UOL e confirmada pela CNN.
O voo 2883 saiu de Cascavel, no Paraná, às 11h56, com destino ao Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo. A queda aconteceu às 13h22.
Por volta das 13h10, a aeronave entrou numa área com alta formação de gelo, ventos de 60 a 70 km/h e nuvens altas e congeladas, com temperaturas de cerca de – 40°C.
O pesquisador Humberto Barbosa, responsável pela pesquisa, afirmou que essa foi a pior situação encontrada no voo. Segundo ele, até agora foi dada pouca importância para as condições meteorológicas.
“Eles estavam saindo do norte do Paraná e entrando no sul de São Paulo, quando encontraram uma situação muito severa pelo padrão das nuvens”, explicou o coordenador do Lapis.
Humberto ainda disse que um ciclone extratropical formado na região Sul do país aumentou os ventos em direção ao estado paulista.
A aeronave permaneceu na área crítica por quase 10 minutos, tendo entrado nela por volta das 13h10 e permanecido até às 13h19. O avião perdeu velocidade no trecho, saindo de 403 km/h para 300 km/h. “A região tinha uma alta umidade e causou grande turbulência, assim como perda de potência”, explicou o pesquisador.
Segundo os dados, o ATR da Voepass estava a cerca de 600 km/h até às 13h07, mas começou a perder velocidade progressivamente e nunca mais recuperou.
Além disso, o avião já tinha passado por queda de brusca de velocidade às 12h53, mas voltou a acelerar rapidamente.
O grupo da Ufal realizou o estudo a partir de uma integração entre dados e imagens de satélites, uma rede de radares meteorológicos e algoritmos que coletam informações de formação de gelo, nuvens e sobre a temperatura da região. O laboratório também teve acesso às informações do voo como velocidade, direção, altitude e rota.