Prince Edward Island, PEI, é uma ilha como o próprio nome já diz localizada no Golfo de St. Lawrence, ao norte de Nova Scotia e a leste de New Brunswick, sendo uma das três províncias marítimas e uma das quatro províncias do Atlântico. Por ser um local tranquilo e com custo de vida consideravemente baixo em relação às outras províncias do Canadá, muitos turistas e imigrantes chegam à região.
É o caso de Ana Paula Melo, que vive em Charlottetown, a capital da ilha. Para ela o local possui vários diferenciais em relação ao restante do país. E Ana tem propriedade para falar sobre o assunto já que conhece bem as principais cidades do Canadá, como Toronto, Vancouver, Quebec e escolheu PEI para chamar de casa.
’Na minha opinião, Prince Edward Island possui várias características que a tornam única em relação ao restante do Canadá. Para começar, é a menor província do país, tanto em área quanto em população, o que contribui para uma sensação de comunidade mais próxima e acolhedora, algo que não é tão comum em outras privíncias do país. Essa proximidade cria um ambiente familiar onde me sinto verdadeiramente parte de algo maior”.
Ana também considera as paisagens verdes exuberantes da ilha um fator crucial para a sua escolha de morar no local. “A natureza de PEI me encanta com paisagens deslumbrantes em qualquer estação do ano, praias de areia vermelha, muita terra agrícola forte em produção de batatas, campos de golfe e faróis espalhados por toda a ilha. São cenários que remetem à tranquilidade e simplicidade do interior de São Paulo onde eu nasci e criei raízes, trazendo também uma sensação nostálgica e aconchegante”, complementa.
Ela conta que a escolha por PEI se deve também a qualidade de vida que o local oferece e é claro o baixo custo também foi levado em conta. “Escolhi PEI porque realmente valorizo um estilo de vida mais tranquilo e com boa infraestrutura. Aqui, sinto que tenho tudo o que preciso em um só lugar. Temos aeroporto, college, transporte público acessível, o que garante conveniência e acesso a serviços importantes, além de ser um lugar seguro e com custo de vida mais baixo em comparação às outras províncias do Canadá”, destaca.
Ana Paula relata que o verão é a sua estação favorita. “As pessoas aproveitam ao máximo essa época do ano, pois tem uma infinidade de atividades ao ar livre. Como por exemplo: Praticar caiaque e stand up paddle, fazer piquenique no parque com a família ou amigos, fazer trilhas e andar de bicicleta se tornaram parte da minha rotina. Coisas que raramente fazia quando morava em cidade grande no Brasil por conta de um estilo de vida mais agitado. Essas experiências tornaram minha vida mais significativa e me conectaram ainda mais ao que realmente importa para mim”, revela.
Geografia A menor província canadense possui cerca de 160 mil habitantes ao longo de seus 5.660 km quadrados de extensão e 13 belas praias, contando com paisagens exuberantes, verdes e planas, e com terra boa para o plantio.
A ilha, que se conecta ao continente pela chamada Ponte da confederação, considerada a mais longa do país e do globo, com quase 13 metros de extensão, está localizada a 600 quilômetros a leste de Quebec City.
Turismo e história O local pode ser considerado o berço do Canadá, já que foi na cidade de Charlottetown onde em setembro de 1864 aconteceu a Conferência de Charlottetown, a primeira reunião que levou a criação do Canadá anos depois.
Na ilha é possível ter bastante contato com canadenses, pois há muitos moradores nativos e o inglês é o idioma oficial, já que grande parte da população possui origem inglesa (escocesa, inglesa e irlandesa). A ilha antes da pandemia recebia em média cerca de 1.5 milhões de visitantes por ano.
A região é palco para a história de Anne de Green Gables, personagem criada pela autora Lucy Maud Montgomery, que teve seu livro clássico e muito importante para a literatura canadense e mundial, publicado em 1908. A personagem está presente em vários locais da ilha e no Parque Histórico de Green Gables, onde fica a fazenda que era da família da autora e foi local de inspiração para a criação da história do livro. Além da Vila de Avonlea de Anne, vilarejo fictício criado por Lucy no livro para a chamada na realidade Cavendish. Outros pontos bastante visitados são Parque Nacional de PEI, Trilha da Confederação, Ponte da Confederação, Parque Provincial Basin Head, Centro De Confederação das Artes, Farol de West Point entre outros.
Imigração Aproximademente 2 mil imigrantes chegam na província para chama-la de lar. No local, há o Programa de Nomeação Provincial (PEIPNP), que nomeia residentes temporários que trabalham e vivem na província para a aplicação da residência permante. E também, o Programa de Imigração do Atlântico (AIP), criado para empresas trazerem mão de obra qualificada para a região, que desde 2021 passou a ser um programa de imigração permanente. Possuindo duas vertentes, sendo elas Atlantic International Graduate program, para estudantes internacionais e o Atlantic Skilled Worker, para mão de obra qualificada.
O Atlantic International Graduate Program, foi criado para auxiliar estudantes internacionais full-time, que desejam permanecer no país após se graduarem em uma das instituições de ensino nas Províncias do Atlântico, que possuem uma formação pós secundária, podendo ser certificado, diploma, degree, trade ou apprenticeship de no mínimo dois anos e que tenha vivido por pelo menos 16 meses na região durante os últimos 2 anos. Já o Atlantic Skilled Worker é voltado aos empregadores das Províncias do Atlântico para encontrar mão de obra qualificada de estrangeiros que tenham experiência de trabalho no nível de habilidade em TEER 0,1,2,3,4 dentro ou fora do Canadá e desejam imigrar para uma das 4 províncias do Atlântico.
Ana Paula é uma das residentes temporárias de PEI que pretende imigrar no futuro. “Esta é a minha terceira vez em Prince Edward Island, e este ano senti que era o momento certo para buscar ainda mais conhecimento e experiência fora do Brasil. Estou investindo em um curso intensivo de inglês avançado e já notei um progresso significativo na minha fluência em pouco tempo de estudos. E com isso tem aberto diversas oportunidades para mim, como fazer networking, conhecer pessoas de diferentes partes do mundo e viver diariamente a rica diversidade cultural que o Canadá oferece. Estou realmente amando essa experiência e estou me planejando para dar o próximo passo: ingressar em um college para imigrar futuramente”, detalha ao North News.
Ana Paula finaliza a entrevista afirmando que recomenda muito a visita ao local e a passar por esse tipo de experiência que ela esta vivenciando. “Indico para qualquer pessoa que tenha interesse em explorar um caminho de autodesenvolvimento e aprendizado, podendo abraçar novas oportunidades e desafios que a vida no exterior tem a oferecer”.