18/09/2024 às 12h50min - Atualizada em 18/09/2024 às 12h50min
Casa Branca condena 'poderoso membro' do STF Alexandre de Moraes por proibir X no Brasil
"Quando se trata de mídia social, temos deixado bem claro que achamos que as pessoas devem ter acesso à mídia social. É uma forma de liberdade de expressão", disse a secretária de imprensa da Casa Branca, Karine Jean-Pierre
À esquerda, a secretária de imprensa da Casa Branca, Karine Jean-Pierre; à direita, Alexandre de Moraes, que proibiu o X no Brasil e determinou multas para qualquer residente que use uma VPN para acessar a plataforma | Fotos: AP via New York Post
"Quando se trata de mídia social, temos deixado bem claro que achamos que as pessoas devem ter acesso à mídia social. É uma forma de liberdade de expressão", disse a secretária de imprensa da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, em resposta a uma pergunta da repórter Raquel Krähenbühl, da TV Globo.
O Brasil impediu que os mais de 200 milhões de habitantes do país usassem o X em 30 de agosto, depois que Alexandre de Moraes, um poderoso membro da Suprema Corte do país, exigiu a censura de um grande número de contas que apresentavam supostos discursos de ódio ou desinformação.
Musk recusou, descrevendo o decreto como antidemocrático e chamando o juiz de "ditador" repressivo e "Darth Vader do Brasil".
A X retirou os representantes da empresa do Brasil quando Moraes ameaçou prendê-los por não censurarem a lista de usuários antes da proibição geral.
"A mídia social não é uma terra de ninguém!", escreveu Moraes em uma decisão de abril, à medida que sua luta com Musk aumentava.
Os brasileiros comuns ainda podem acessar o X usando provedores de VPN, mas podem ser multados por isso de acordo com as políticas de Moraes.
Musk, 53 anos, comprou o Twitter em 2022 com o objetivo de restaurar os princípios pró-liberdade de expressão da plataforma - depois que a administração anterior se envolveu em uma censura política desenfreada, inclusive de informações precisas, como a reportagem do The Post no final de 2020 sobre documentos do laptop do primeiro filho Hunter Biden que mostravam que seu pai, o presidente Biden, estava envolvido em relações comerciais estrangeiras na China e na Ucrânia.
Jean-Pierre pediu acesso irrestrito às mídias sociais, apesar de o presidente Biden ter assinado uma legislação bipartidária exigindo a venda ou o fechamento da rede social de propriedade chinesa TikTok até 19 de janeiro, o último dia completo do mandato de Biden.
O ex-presidente Donald Trump, candidato republicano à presidência, que Musk apoia na eleição de 5 de novembro contra a vice-presidente Kamala Harris, se opõe à proibição do TikTok.
"Só para que todos saibam, especialmente os jovens, Crooked Joe Biden é responsável por banir o TikTok", escreveu Trump no Truth Social em abril, depois que Biden assinou a lei. "É ele quem está forçando o fechamento e fazendo isso para ajudar seus amigos do Facebook a se tornarem mais ricos e dominantes, e capazes de continuar a lutar, talvez ilegalmente, contra o Partido Republicano."