Canadá está pronto para revelar plano de retaliação caso Trump cumpra ameaça de tarifas, dizem fontes no governo
O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçou impor uma tarifa de 25% sobre todas as importações canadenses no primeiro dia de seu governo, “como uma das muitas primeiras ordens executivas”
Doug Ford, primeiro-ministro de Ontário; o primeiro-ministro Justin Trudeau; e o ministro Dominic LeBlancem após reunião em Ottawa, no dia 15 de janeiro (Foto: THE CANADIAN PRESS/Sean Kilpatrick (Sean Kilpatrick/The Canadian Press via CTV News)
O governo canadense está pronto para responder com propostas de tarifas retaliatórias sobre uma primeira rodada de produtos americanos na próxima segunda-feira, caso o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, tome a iniciativa de impor tarifas imediatamente no dia da posse, confirmaram fontes do governo à CTV News nesta quinta-feira.
O ainda primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, se reuniu com todos os líderes provinciais e territoriais do Canadá na última quarta-feira para discutir o plano de resposta do Canadá à ação comercial prevista.
Eles saíram da reunião, que durou horas, em grande parte, mas não unanimemente, unidos em torno do plano de deixar todas as opções sobre a mesa, incluindo o direcionamento de uma lista de mercadorias dos EUA com contra-tarifas retaliatórias, o corte das principais exportações de energia e a consideração de maneiras de distribuir as receitas de qualquer retaliação canadense para os setores afetados.
A prontidão do Canadá para responder imediatamente vem depois que a CTV News informou anteriormente que as autoridades canadenses estavam reduzindo a lista de produtos americanos a serem alvos.
Um documento estava circulando com uma lista de mercadorias que poderiam ser alvo de tarifas retaliatórias, incluindo produtos siderúrgicos dos EUA, cerâmicas como vasos sanitários e pias, artigos de vidro e suco de laranja da Flórida.
Uma fonte sênior do governo disse na quarta-feira que, durante a reunião com os primeiros-ministros, a conversa sobre o direcionamento de produtos com impacto político, como o bourbon do Kentucky, foi bem recebida na sala.
Apesar de Trump ameaçar com tarifas, a menos que mais seja feito para deter o fluxo de drogas ilegais e migrantes pela fronteira entre o Canadá e os EUA, as autoridades federais dizem que não receberam garantias de que seu plano de segurança de fronteira de $1,3 bilhão será suficiente para evitar a imposição de tarifas maciças.
“Se, de fato, o novo governo avançar com essas tarifas injustas, o Canadá responderá”, disse Trudeau na quinta-feira, um sentimento ecoado por seus ministros do comércio e das relações exteriores em entrevistas à mídia americana no mesmo dia.
O líder conservador Pierre Poilievre não quis dizer nesta quinta-feira se apoiaria as tarifas de exportação de energia, algo contra o qual a primeira-ministra de Alberta, Danielle Smith, se posicionou exclusivamente após a reunião dos primeiros-ministros, em meio a outros premiês que pediram uma resposta unificada da “Equipe Canadá”.
Nesta sexta-feira, Trudeau se reunie com seu recém-criado conselho de relações Canadá-EUA, formado por canadenses proeminentes com a tarefa de aproveitar seus respectivos conhecimentos em negócios, inovação e políticas para aconselhar o primeiro-ministro e seu governo “neste momento importante do relacionamento Canadá-EUA”.