Os personagens ouvidos pela reportagem North News (Fotos: Arquivo de Família cedidas ao North News)
Ao longo dos últimos 25 anos, a população latina no Canadá só cresce. Segundo dados da Statistics Canada, site oficial de estatísticas e dados do Canadá, divulgados no fim do ano passado, de 1996 a 2021, a quantidade de latinos no país aumentou três vezes.
Muitas são as razões que levam alguém a imigrar e geralmente estão associadas com novas oportunidades profissionais e pessoais. Além de sair do país de origem em busca de mais segurança e qualidade de vida. Sair da zona de conforto nunca é um processo fácil e exige bastante coragem, foco e planejamento.
Em 1996, ainda de acordo com os dados da Statistics Canada, havia cerca de 176.970 latinos no país, incluindo não residentes permanentes, imigrantes e não imigrantes. Sendo que a maior parcela, a que mais cresceu e se destacou ao longo dos anos, entre 1996 e 2021, foram a de imigrantes.
Em 2001, o número de latinos, no geral, subiu para 216.975. Em 2006, a quantidade de latinos chegou a 304.245, em 2011 aumentou para 381.280. Em 2016, chegou a marca de 447.320 e em 2021 atingiu o seu ápice com mais de meio milhão, totalizando 580.235 latinos.
Ainda de acordo com os dados oficiais do governo, o Brasil está na sexta posição do ranking de latinos no Canadá com cerca de 20.400 brasileiros, o que representa 5.5% da população latina no país.
O Brasil ficou atrás de países como Colômbia, que ocupa a primeira posição da listagem com cerca de 71.205 colombianos, representando 19.1% dos latinos no Canadá. Na sequência, a segunda posição está sendo ocupada pelo México com 57.820 mexicanos no país, representando 15.5%. Seguido de El Salvador em terceiro lugar com 47.450 salvadorenhos cerca de 12.8% dos latinos no país. Em quarto lugar se encontra o Peru com 7.1% da população latina no Canadá, o que em numeros equivale a 26.295 peruanos. O Chile está em quinto lugar com 22.015 chilenos representando 5.9% dos latinos no país.
Compondo o top 10, depois do Brasil, que se destaca na sexta colocação, estão Venezuela com 5.1% e 18.855 venezuelanos, Guatemala com 4.5% e 16.865 guatemaltecos, Equador com 3.9% e 14.615 equatorianos e Cuba com 10.855 cubanos que compoem 2.9% da população latina no país, ocupando a sétima, oitava e décima posição respectivamente.
Jairo Muñoz Montero é um dos latinos que chegou ao Canadá nos últimos anos. Ele e a sua esposa Yvanna Centanaro são naturais no Panamá, país que fica a cerca de 5.743 km de distância do Canadá, localizado na América Central.
Jairo conta que vive no Canadá há quase dois anos. “Tomamos essa decisão baseados em duas principais razões. A primeira porque é um ótimo país para constituir família. E a segunda porque é um local onde podemos crescer profissionalmente”.
Ele cita que gosta do frio do país e considera o local muito organizado sendo esses os dois fatores que ele mais gosta no Canadá. “No meu país, tudo é mais caótico”, menciona Jairo.
Iker Lomelin é um dos mexicanos que vive no Canadá há três anos. O México, que também, fica na América do Norte está a cerca de 3.626 km do Canadá . Ele conta que já visitou o Canadá múltipla vezes antes e acredita que o país tem mudado muito. “Então, não como eu planejei, mas o país tem melhores oportunidades de trabalho e é mais seguro do que no meu país de origem”, coloca.
Iker enfatiza que recentemente muitos imigrantes têm reclamado do país. “Mas, em minha opinião, eles se esquecem que o Canadá tem dado oportunidades que nossos locais de origem não podem dar. E é exatamente por isso que estou aqui. Isso é o que eu mais gosto”, completa.
Bruna de Lucca é uma das brasileiras que vive no Canadá com a sua família. Ela é casada com o mexicano Juan Samperio e moram em Calgary com os dois filhos, Noah e Victoria. Bruna conta ao North News um pouco sobre a trajetória da família no país, que vive há 8 anos por aqui. “Moramos no Canadá desde julho de 2017. Mas nossa história começou em 2016, quando nos conhecemos em uma escola de inglês em Toronto. Após um período de 3 meses, voltei para o Brasil e ele para o México, mas a ideia de construir uma vida juntos nos levou a retornar ao Canadá. Optamos pelo país pela segurança que oferece, pelas oportunidades que seriam ideais para nós, vindos de culturas diferentes, e pelo amor que desenvolvemos por Toronto e sua diversidade cultural. Sentíamos que estávamos começando algo novo e especial juntos, e isso foi um grande motivador”, relata.
Bruna menciona que o aspecto mais positivo de morar no Canada é a segurança atrelada à boa qualidade de vida e à natureza. “Com o tempo, nos adaptamos ao estilo de vida canadense, que combina organização, qualidade de vida e contato com a natureza. Hoje, o que mais valorizamos é a segurança que sentimos, mesmo após nos mudarmos de Toronto para Calgary”, pontua.
Bruna enxerga as mudanças enfrentadas pelo país nos últimos anos, mas afirma que no quesito segurança, o local permanece bem avaliado. “Apesar de o Canadá ter mudado nos últimos oito anos, ainda temos o privilégio de andar pela cidade com tranquilidade, o que é algo que prezamos muito. Além disso, adoramos a diversidade cultural e as paisagens deslumbrantes que o país oferece, o que torna a experiência de morar aqui ainda mais enriquecedora”, finaliza.
Ainda de acordo com os dados oficiais, os programas imigratórios mais usados pelos brasileiros para imigrar para o país são programas econômicos (66.8%), reunificação familiar (29.2%), refugiados (1.5%), outros (2.5%).
De acordo com o último senso canadense, o país tem cerca de 8.3 milhões de imigrantes, o que representa cerca de 23% da população do Canadá.
A população do Canadá, que era de aproximadamente 35 milhões há 10 anos, hoje na atualidade, chega a mais de 40 milhões de pessoas. Sendo que a imigração foi um dos fatores que mais contribuíram para o crescimento populacional do país.
De acordo com dados oficiais do governo, da Statistics Canada, em 2024, por exemplo, mais de 90% do aumento da população canadense é devido à imigração.
FONTE: Larissa Valença - Especial para o North News
.jpeg)
.jpeg)
.jpg)
