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31/08/2021 às 16h38min - Atualizada em 31/08/2021 às 16h38min

O que acontece com as crianças afegãs que chegam sozinhas ao Canadá?

Durante o processo de imigração, muitas crianças chegam em outro país sem o acompanhamento de pessoas adultas

Redação North News
CTV News
AP Photo/Gemunu Amarasinghe

TORONTO - Nos raros casos de crianças que chegam ao Canadá sem os pais, um grupo de agências governamentais fornecerá moradia e um defensor para lutar por elas quando seu status de refugiado for determinado.

 

“É um número bastante pequeno de crianças que chegam totalmente desacompanhadas. Talvez duas ou três por semana”, disse Sharry Aiken, professora de ciências políticas na Queen’s University, ao programa Your Morning do CTV News na segunda-feira, 30.

 

Ela estava citando estatísticas de 2017, o ano mais recente com dados disponíveis, quando 492 menores desacompanhados vieram para o Canadá como refugiados. O Alto Comissariado da ONU para Refugiados, em junho, descobriu que 42% de todos os refugiados no mundo são crianças com menos de 18 anos.

 

Em relação à recente turbulência no Afeganistão, o governo canadense não forneceu qualquer informação sobre quantas pessoas trazidas eram menores desacompanhados. Eles se comprometeram a trazer 20.000 refugiados afegãos no total.

 

Aiken, que se especializou em lei de imigração e cidadania, disse que a maioria das crianças que chegam ao Canadá sem os pais ou cuidadores principais geralmente têm outros membros da família no Canadá.

 

Mas quando isso não acontece, o Canadá garante que essas crianças recebam alguém para lutar por elas, disse ela.


ADVOGADOS E AGÊNCIAS LOCAIS DE PROTEÇÃO INFANTIL SE EQUIPAM

 

Logo após as crianças começarem o processo, o Conselho de Imigração e Refugiados do Canadá (IRB) nomeia um representante designado para defender as crianças quando elas estiverem na frente da Divisão de Proteção de Refugiados, um tribunal do conselho que ouve e decide reivindicações de proteção aos refugiados.

 

Esses defensores também garantem que crianças desacompanhadas sejam procuradas por um advogado de imigração.

 

Na maioria dos casos, quando menores desacompanhados chegam ao Canadá buscando o status de proteção de refugiado como requerentes de asilo, eles são avaliados pela Agência de Serviços de Fronteiras do Canadá e, em seguida, encaminhados para agências de bem-estar locais e provinciais. Esses grupos ajudam a cuidar do bem-estar social, emocional e físico da criança.

 

No início, as crianças desacompanhadas podem ser alojadas e cuidadas em um dos abrigos para refugiados em todo o país enquanto seu caso está pendente, disse Aiken.

 

Ela também disse que "certamente na maioria dos casos”, as crianças que chegam juntas ficam na mesma casa temporária - e muitas vezes têm seus casos ouvidos juntos pelo comitê de refugiados também.

 

Ao longo do processo, várias províncias têm seus próprios serviços adicionais para assumir a liderança e reassentar e apoiar menores desacompanhados e fornecer-lhes um defensor.

 

Por exemplo, na Colúmbia Britânica, há uma equipe dedicada a fornecer a cada criança representação nas audiências, exames e consultas de serviços de colocação do IRB. No Quebec, o Service d'Aide aux Refugies faz a mesma coisa e ajuda crianças a contatar parentes em potencial no Canadá - esforçando-se para colocar crianças em famílias de origem étnica semelhante.

 

Enquanto em Ontário, a Children’s Aid Society e a Catholic Children’s Aid Society intervêm para fornecer serviços de proteção para menores.


COMO OS CANADENSES PODEM AJUDAR

 

Com relação ao último grupo de refugiados afegãos, a questão mais urgente no momento é garantir recursos suficientes para eles em outros países. Para ajudar nisso, os canadenses podem ajudar doando dinheiro para organizações humanitárias no Afeganistão, que estão tentando ajudar nos esforços de evacuação, disse Aiken.

 

Os canadenses também podem apoiar as organizações de reassentamento canadenses que fornecem itens essenciais como alimentação, educação e outros serviços para famílias e crianças refugiadas desacompanhadas.

 

Estes incluem UNICEF Canadá, UNHCR Canadá, Matthew’s House e Childminding Monitoring, Advisory and Support.


Co-autora: Amanda Rodrigues Leal


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