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30/12/2022 às 10h15min - Atualizada em 30/12/2022 às 10h15min

Portugal fecha 2022 com mais de 757 mil estrangeiros residentes

Esse ano o país atribuiu o estatuto de proteção temporária a mais de 56 mil pessoas que fugiram da guerra na Ucrânia

Júnior Mendonça
com informações do Diário de Notícias
Pedro Cunha/Arquivo/publico.pt
 
Portugal vai fechar o ano de 2022 com novo recorde de estrangeiros residindo legalmente no país: mais de 757 mil.

O número foi revelado pelo Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) ao Diário de Notícias nessa semana. "Verifica-se, pelo sétimo ano consecutivo, um acréscimo da população estrangeira residente, totalizando 757.252 cidadãos estrangeiros titulares de autorização de residência", informou o SEF.

Em 2022, Portugal atribuiu o estatuto de proteção temporária a 56.382 cidadãos que fugiram da guerra na Ucrânia e concedeu 113 mil novas autorizações de residência a estrangeiros.

Para o Diário de Notícias o geógrafo e investigador do Centro de Estudos Geográficos do Instituto de Geografia e Ordenamento do Território, da Universidade de Lisboa, Jorge Malheiros, disse acreditar que há uma grande hipótese do prolongamento para 2023 das características dos fluxos migratórios para Portugal desse ano.

"O movimento de refugiados ucranianos diminuiu nos últimos meses mas irá manter-se. O prolongamento da guerra, fará com que haja uma consolidação de alguns em Portugal. A vinda de brasileiros irá continuar, o que dependerá da economia portuguesa. O que motiva estes fluxos é a dinâmica do mercado de trabalho, o que também acontece com a emigração portuguesa", explica Malheiros.

Segundo o investigador, os naturais da Ásia reforçam as populações rurais, que têm uma grande escassez de mão de obra para a agricultura; e também os brasileiros se distribuem pelas pequenas cidades do país.

Dados do SEF mostram ainda dos mais de 56 mil refugiados da Ucrânia, cerca de 1500 pediram o cancelamento do visto.

Segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE), muitos portugueses saíram durante a crise de 2008-2013, cerca de 100 mil por ano entre permanentes e temporários.

"Entre 2011 e 2014, deixaram o país mais do dobro das pessoas que entraram. O elevado predomínio das saídas face às entradas começou a inverter-se a partir de 2015, e desde 2019 que os imigrantes representam mais do dobro dos emigrantes", revela o instituto, que também considera 'imigrantes' os portugueses que regressam ao país.

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