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02/05/2024 às 16h58min - Atualizada em 02/05/2024 às 16h55min

O Brasil tem condições de entrar no seleto grupo das nações desenvolvidas nos próximos 30 anos?

Paulo Galvão Júnior (1)

Paulo Galvão Júnior

Paulo Galvão Júnior

Economista paraibano, palestrante, autor de 17 e-Books de Economia, conselheiro do CORECON-PB e sócio do Fórum Celso Furtado de Desenvolvimento da PB.

1. Considerações Iniciais
 
Nós, economistas, devemos analisar a situação econômica, social e ambiental do Brasil na atualidade e depois indicar o que deve ser priorizado para que o país possa ser dotado de políticas públicas e estratégias empresariais que contribuam para aumentar o Produto Interno Bruto (PIB), reduzir a taxa de desemprego e o Índice de Gini e, ao mesmo tempo, melhorar o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e o Índice de Liberdade Econômica.
 
Este artigo enfatiza a necessidade de uma visão abrangente que considere não apenas o crescimento econômico, mas também a qualidade de vida, a distribuição de renda e a liberdade econômica como elementos essenciais para o desenvolvimento sustentável do país nos próximos 30 anos.
 
2. Os Principais Indicadores do Brasil na Atualidade
É fundamental também desviar da polarização política que vivemos diariamente e pensar no futuro do Brasil. É possível fornecer uma análise abrangente e fundamentada da situação do Brasil, combinada com recomendações práticas para impulsionar o desenvolvimento sustentável do país. E o artigo apresenta os principais indicadores econômicos, sociais e ambientais na atualidade, destacando a posição do Brasil no ranking mundial:
 
Indicador Brasil Ranking Mundial
População 203 milhões de hab. 7° lugar
PIB nominal US$ 2,17 trilhões 9° lugar
PIB per capita US$ 10.673 87° lugar
Expectativa de vida ao nascer 73,4 anos 58° lugar
Média de anos de escolaridade 8,3 anos 113° lugar
IDH 0,760 89° lugar
Índice de Gini 53,4 10° lugar
Índice de Liberdade Econômica 53,5 pontos 127° lugar
Reservas internacionais US$ 355 bilhões 7° lugar
IED US$ 67,9 bilhões 19° lugar
Taxa de desemprego 7,9% 14° lugar
Carga tributária bruta 33,71% do PIB 14° lugar
Países exportadores US$ 340 bilhões 22° lugar
Países importadores US$ 253 bilhões 27° lugar
Geradores de energia hidrelétrica 363 terawatts por hora 3° lugar
Geradores de energia eólica 25,6 GM 6° lugar
Geradores de energia solar 24,0 GW 8° lugar
Produtores de laranja 16,5 milhões de toneladas 1° lugar
Produtores de grãos 250 milhões de toneladas 4° lugar
Produtores de soja 163 milhões de toneladas 1° lugar
Exportadores de suco de laranja 76% da exportação global 1° lugar
Exportadores de soja 56% da exportação global 1° lugar
Exportadores de açúcar 44% da exportação global 1° lugar
Exportadores de carne de frango 33% da exportação global 1° lugar
Exportadores de milho 31% da exportação global 1° lugar
Exportadores de café 27% da exportação global 1° lugar
Exportadores de carne bovina 2,98 milhões de toneladas 1° lugar
Áreas florestais 478 milhões de hectares 2° lugar
Produtores de cervejas 14,7 bilhões de litros 3° lugar
Número de celulares 240 milhões de celulares 4° lugar
Quadro 1. Os principais indicadores econômicos, sociais e ambientais do Brasil na atualidade.
Fontes: IBGE, FMI, PNUD, BANCO MUNDIAL, ONU, OMC, FAO, USDA, HERITAGE FOUNDATION, CIA WORLD, CONSULTORIA KEANEY e ENERDATA.

 
Com base nos 30 indicadores apresentados no Quadro 1, o Brasil demonstra uma posição significativa em diversas áreas, incluindo economia, recursos naturais e produção agropecuária. No entanto, também enfrenta desafios em indicadores sociais, como expectativa de vida ao nascer, média de anos de escolaridade e desigualdade de renda.
 
O Brasil é um país populoso, com 203 milhões de habitantes, ocupando o 7º lugar no ranking mundial. Em termos de PIB nominal, o Brasil está em 9º lugar global, com um valor de US$ 2,17 trilhões, enquanto seu PIB per capita é de US$ 10.673, o que o coloca em 87º lugar nesse indicador econômico.
 
Apesar do alto PIB nominal, o PIB per capita do Brasil o coloca em uma posição relativamente baixa no ranking mundial. Isso revela uma distribuição desigual da riqueza e destaca a necessidade de políticas públicas e estratégias empresariais que promovam um crescimento econômico mais inclusivo.
 
Embora o país tenha uma expectativa de vida ao nascer de 73,4 anos (58º lugar), a média de anos de escolaridade é de 8,3 anos, colocando-o em 113º lugar no ranking mundial de educação. O IDH do Brasil é de 0,760, classificando-o em 89º lugar global.
 
O Brasil possui consideráveis reservas internacionais, totalizando US$ 355 bilhões (7º lugar). No entanto, a taxa de desemprego é significativa, com 7,9% e colocando-o em 14º lugar nesse indicador. Enquanto as reservas cambiais representam uma reserva de valor substancial para enfrentar crises financeiras e garantir a estabilidade econômica, a persistência de altos níveis de desemprego sugere que esses recursos não estão sendo plenamente utilizados para promover o crescimento econômico e o emprego.
 
A existência de altas reservas internacionais pode ser vista como uma medida de prudência financeira por parte do Governo Federal, mas também levanta questões sobre a eficácia de políticas para estimular a atividade econômica e criar empregos formais nos 26 estados e no Distrito Federal.
 
Em termos de comércio exterior, o Brasil é um importante exportador, com US$ 340 bilhões, ocupando o 22º lugar entre os países exportadores e o 27º lugar entre os importadores, com US$ 253 bilhões. Destacam-se a liderança em exportações de produtos do agronegócio, como soja, açúcar, carnes de frango e bovina, milho, café e suco de laranja.
 
O Brasil possui o segundo maior rebanho bovino do planeta, totalizando 263,8 milhões de cabeças, e é o quarto maior produtor mundial de carne bovina, com uma produção de 9,75 milhões de toneladas, conforme dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). Além disso, o país é o maior exportador global de carne bovina, com um volume de exportação de 2,98 milhões de toneladas, e o quinto maior produtor mundial de leite de vaca, com uma produção de 34,8 milhões de litros, de acordo com informações da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO).
 
É importante ressaltar que o Brasil é uma economia emergente, com uma posição significativa em vários setores, mas enfrenta desafios em termos de desigualdade, educação e outros indicadores sociais. Para o Brasil entrar no seleto grupo das nações desenvolvidas nas próximas três décadas e superar o quadro de injustiças sociais, é essencial abordar esses desafios de forma abrangente e sustentável.
 
Investir em educação de qualidade é uma prioridade fundamental, pois visa a aumentar a média de anos de escolaridade, aprimorar a formação da força de trabalho e impulsionar o IDH. É alarmante constatar que há 9,6 milhões de jovens de 15 a 29 anos no Brasil que não estão envolvidos em atividades educacionais ou no mercado de trabalho, caracterizados como os jovens "nem-nem". Essa situação ressalta a urgência de políticas públicas eficazes para engajar e capacitar essa parcela significativa da população jovem que não estuda nem trabalha.
 
Com uma produção de 14,7 bilhões de litros, o Brasil ocupa o 3° lugar global nesse segmento. Isso reflete a importância da indústria cervejeira no país, não apenas como um mercado interno robusto, mas também como um grande exportador. Essa posição indica um mercado maduro e altamente competitivo, com várias marcas nacionais e internacionais presentes.
 
Com 240 milhões de celulares, o Brasil ocupa o 4° lugar mundial em termos de acesso à telefonia móvel. Esse indicador é um reflexo da penetração massiva da tecnologia móvel na sociedade brasileira, destacando a importância das comunicações móveis na vida cotidiana e nos negócios. Essa alta penetração sugere uma sociedade conectada aos serviços digitais.
 
O Brasil enfrenta diversos desafios que contribuem para seu baixo índice de liberdade econômica, com 53,5 pontos, conforme a Heritage Foundation, sendo dois fatores especialmente influentes: a carga tributária elevada e a corrupção.
 
A carga tributária no Brasil é consideravelmente alta, representando 33,71% do PIB. Esse peso dos impostos, taxas e contribuições pode limitar a liberdade econômica dos agentes privados, dificultando a atividade empresarial e o investimento.
 
Além disso, a corrupção generalizada no país tem um impacto significativo na liberdade econômica. A corrupção distorce o funcionamento dos mercados, prejudica a eficiência econômica e mina a confiança no sistema legal e institucional.
 
3. A Desigualdade de Renda é Elevada no Brasil
 
A desigualdade de renda é elevada, com Índice de Gini de 53,4, colocando o Brasil em 10º lugar no ranking global. Implementar políticas públicas eficazes para reduzir a desigualdade de renda é crucial para promover um desenvolvimento sustentável. No entanto, é importante notar que essa é uma tarefa extremamente complexa e desafiadora, especialmente em um país tão vasto como o Brasil.
 
No Brasil, os 1% mais ricos concentram 48,4% do PIB nominal, evidenciando uma disparidade significativa na distribuição de riqueza no país. Esse alto nível de concentração de riqueza reflete a persistente desigualdade econômica na sociedade brasileira. Tal disparidade não apenas compromete a justiça social, mas também pode impactar o crescimento econômico e a conservação ambiental. Portanto, políticas públicas voltadas para a redução dessa elevada desigualdade são essenciais para promover um desenvolvimento sustentável no Brasil.
 
Embora a intenção de promover uma distribuição mais equitativa da riqueza e oportunidades seja louvável, a implementação prática dessas políticas muitas vezes esbarra em obstáculos políticos, econômicos e sociais. Diferentes grupos de interesse podem ter visões conflitantes sobre como abordar a desigualdade, o que pode dificultar o consenso e a ação efetiva.
 
Além disso, políticas destinadas a reduzir a desigualdade de renda muitas vezes enfrentam resistência de setores privilegiados da sociedade, que podem temer uma perda de privilégios ou vantagens. Isso pode resultar em lobby político e obstáculos legislativos que dificultam a implementação de reformas estruturais como a reforma agrária de cunho capitalista em terras improdutivas.
 
Outro desafio é garantir que as políticas públicas sejam realmente eficazes e atinjam os grupos mais vulneráveis da população brasileira. Os programas de redistribuição de renda podem enfrentar problemas de má gestão, corrupção e falta de transparência, o que reduz seu impacto socioeconômico.
 
É fundamental priorizar a melhoria dos serviços públicos de saúde. Isso implica em investir em hospitais e programas preventivos para promover não apenas a cura de doenças, mas também a promoção da saúde e a prevenção de enfermidades. Ao direcionar recursos governamentais para aprimorar a rede hospitalar, ampliar o acesso a medicamentos e equipamentos médicos, além de capacitar profissionais de saúde, podemos fortalecer o Sistema Único de Saúde (SUS).
 
É essencial implementar programas preventivos abrangentes, incluindo campanhas de vacinação, educação em saúde, incentivo à prática de hábitos saudáveis e rastreamento de doenças. Ao investir em prevenção, podemos reduzir significativamente a incidência de doenças crônicas e outras condições de saúde, melhorando assim a qualidade de vida da população.
 
Fomentar o empreendedorismo e a inovação tecnológica como motores do crescimento econômico e da criação de empregos de qualidade. O empreendedorismo, especialmente quando combinado com a inovação tecnológica, desempenha um papel fundamental no desenvolvimento sustentável, estimulando a produtividade e a competitividade.
 
Ao incentivar o surgimento e o crescimento de novas empresas, especialmente aquelas voltadas para setores de alto valor agregado, como tecnologia da informação (TI), biotecnologia, energias renováveis e economia criativa, podemos criar empregos de qualidade e promover o desenvolvimento sustentável. Isso não apenas gera oportunidades de trabalho para a população, mas também atrai investimentos, estimula a inovação tecnológica e fortalece a economia como um todo.
 
É essencial também criar um ambiente favorável aos negócios, com políticas que incentivem o empreendedorismo, facilitem a abertura e o funcionamento de empresas e promovam a competição justa no mercado. Isso inclui medidas para reduzir a burocracia, simplificar os processos de registro e licenciamento, garantir o acesso ao financiamento e proteger os direitos de propriedade intelectual.
 
4. Desafios e Potencialidades do Brasil
 
O Brasil possui recursos naturais abundantes, uma população numericamente expressiva e uma economia diversificada. No entanto, também enfrenta desafios significativos, como desigualdade de renda, deficiências na infraestrutura logística, baixos índices de educação e saúde, além de questões ambientais, como o desmatamento da Amazônia.

Para o Brasil ingressar no seleto grupo das nações desenvolvidas como o Canadá e a Austrália, é necessário um compromisso firme com reformas estruturais, investimentos em áreas-chave e políticas públicas consistentes ao longo das próximas três décadas. Isso inclui melhorias na educação, saúde, infraestrutura, segurança pública, além de políticas econômicas que estimulem o crescimento econômico, a inovação tecnológica e a competitividade internacional.
 
Obviamente a questão sobre se o Brasil, com investimento estrangeiro direto (IED) de US$ 67,9 bilhões, tem condições de entrar no seleto grupo das nações desenvolvidas nos próximos 30 anos é complexa e envolve uma série de fatores interligados e de ações concretas para a redução da desigualdade de renda no País.
 
O Brasil possui uma economia emergente, com um PIB considerável e reservas internacionais significativas. No entanto, o PIB per capita e o índice de liberdade econômica estão abaixo dos padrões de países desenvolvidos. Melhorias no saneamento básico, no turismo e no comércio exterior podem impulsionar o crescimento e a competitividade.
 
Apesar dos avanços recentes, o Brasil ainda enfrenta desafios significativos em indicadores sociais, como expectativa de vida ao nascer, média de anos de escolaridade e desigualdade de renda. Investimentos em educação de qualidade, saúde e pesquisa e desenvolvimento (P&D), além de políticas de inclusão social são essenciais para abordar essas disparidades sociais profundas.
 
A proteção dos recursos naturais e a adoção de práticas sustentáveis são cruciais para o desenvolvimento a longo prazo. O Brasil possui uma rica biodiversidade e vastas áreas florestais, mas enfrenta pressões ambientais crescentes que exigem uma abordagem equilibrada entre crescimento econômico e conservação ambiental.
 
Estimular a inovação tecnológica e o empreendedorismo pode impulsionar a criação de empregos de qualidade e o crescimento econômico sustentável. Investimentos em P&D e infraestrutura logística (ferrovias, portos, aeroportos, rodovias e hidrovias) são essenciais para esse fim.
 
Cabe acrescentar que o Brasil tem potencial para entrar no seleto grupo das nações desenvolvidas nos próximos trinta anos, mas isso exigirá um compromisso firme com reformas estruturais, investimentos em áreas-chave para enfrentar os desafios do país. A tecnologia é fundamental para o agronegócio brasileiro com o uso de drones, satélites, internet das coisas (IoT), big data, agricultura de precisão (AP), biotecnologia, automação e robótica.
 
É importante reconhecer uma disparidade de oportunidades extremamente perversa com os mais pobres e benevolente com os mais ricos. Embora o caminho para se tornar uma nação desenvolvida seja desafiador, o Brasil possui recursos naturais, potencial para alcançar esse objetivo com políticas públicas eficazes e estratégias empresarias eficientes nas próximas três décadas.
 
5. Reflexões Socioeconômicas e Ambientais do Brasil
 
Em plena Quarta Revolução Industrial, é importante destacar o tamanho do território brasileiro, seu grande contingente populacional e a abundância de recursos naturais. Esses fatores conferem ao Brasil um potencial significativo para ingressar no seleto grupo dos países desenvolvidos, como os Estados Unidos e o Canadá, nos próximos trinta anos.
 
No entanto, alcançar o status de país desenvolvido, com IDH muito elevado, com renda per capita alta, vai além desses três fatores. Requer políticas públicas sólidas, investimentos consistentes em infraestrutura, educação de qualidade, saúde e P&D, além de um ambiente propício aos negócios e à inovação tecnológica.
 
É crucial adotar políticas públicas para mitigar os impactos das mudanças climáticas. Recentemente, no estado do Rio Grande do Sul (RS), as fortes chuvas já afetaram 154 cidades gaúchas e resultaram em 29 mortes. Além disso, há 60 pessoas desaparecidas no RS e 36 feridos. As enchentes impactaram a vida de mais de 67,8 mil pessoas, levando 4.599 a buscar abrigos. Infelizmente, há 9.993 desalojados em todo o estado, de acordo com as últimas informações da Defesa Civil do RS.
 
As chuvas torrenciais no RS já causaram prejuízos significativos nas lavouras de arroz, soja, milho e outras culturas como uvas e maçãs, afetando diretamente a produção agrícola. Esses danos têm impacto direto nos preços dos alimentos nos supermercados e feiras locais e nacionais. Com a redução da oferta de produtos agrícolas devido aos estragos nas plantações, é comum que os preços dos alimentos aumentem devido à menor disponibilidade, ao desabastecimento no mercado consumidor.
 
O Brasil, com sua riqueza em biodiversidade e ecossistemas únicos, desempenha um papel crucial na conservação ambiental global. Além disso, o Brasil se destaca pelo seu grande potencial energético, sendo o terceiro maior gerador de energia hidrelétrica no mundo, com 363 terrawatts por hora, atrás apenas da China e do Canadá. Essa fonte de energia renovável desempenha um papel fundamental na matriz energética do país, contribuindo para suprir suas necessidades energéticas.
 
Outro ponto relevante é que o Brasil é um dos países em desenvolvimento com a segunda maiores áreas florestais do mundo, com 478 milhões de hectares, ficando atrás apenas da Rússia. No entanto, é alarmante o nível de desmatamento e queimadas que ocorrem nos seis biomas do país, especialmente na Amazônia. As queimadas e o desmatamento na Amazônia representam uma grave preocupação ambiental.
 
Portanto, é fundamental reforçar a fiscalização e a aplicação efetiva das leis ambientais para coibir atividades ilegais, como desmatamento e queimadas. Utilizar tecnologias de monitoramento por satélite para detectar e combater prontamente incêndios e atividades de desmatamento ilegal. Além disso, investir em programas educacionais e campanhas de conscientização para aumentar a compreensão sobre a importância da conservação da Amazônia e promover a adoção de práticas sustentáveis.
 
Ao proteger as florestas tropicais na Amazônia, no Cerrado e na Mata Atlântica, será possível preservar a biodiversidade e garantir o fornecimento de serviços ecossistêmicos essenciais, como a regulação do clima e a produção de água. É fundamental promover a transição para uma economia de baixo carbono, reduzindo as emissões de gases de efeito estufa (GEE) e investindo em energias renováveis, tais como energia solar, eólica e da biomassa.
 
O Brasil ocupa o sexto lugar entre os países que mais geram energia eólica no mundo, com uma capacidade instalada de 25,6 gigawatts (GW), representando 3% da geração mundial, de acordo com o Global Wind Report 2023. Em relação à energia solar, o país está em oitavo lugar entre as nações que mais geram energia solar no planeta, com uma capacidade instalada de 24,0 GW, conforme dados da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR).
 
A produção de etanol no Brasil é uma importante fonte de energia de biomassa, pois utiliza recursos naturais que podem ser regenerados ao longo do tempo. O Brasil é um dos líderes mundiais na produção de etanol, principalmente a partir da cana-de-açúcar, uma matéria-prima renovável. Essa forma de energia é considerada mais sustentável do que os combustíveis fósseis, pois a cana-de-açúcar é uma cultura que pode ser replantada e colhida ano após ano, ao contrário dos recursos não renováveis, como o petróleo.
 
A produção de etanol a partir da cana-de-açúcar também oferece benefícios adicionais, como a redução das emissões de GEE em comparação com a gasolina, contribuindo assim para a mitigação das mudanças climáticas. Além disso, o setor sucroenergético gera empregos e renda e promove o crescimento econômico em áreas rurais.
 
6. Considerações Finais
 
O Brasil é um dos países mais desiguais do planeta e enfrenta desafios significativos, como a corrupção, além de contar com infraestrutura logística deficiente, que precisam ser abordados de forma eficaz para que o país alcance seu pleno potencial. Além disso, é importante considerar fatores externos, como a desaceleração econômica da China, as mudanças climáticas nos Estados Unidos e no Canadá e as guerras na Ucrânia e em Israel, que têm sido fontes de grande preocupação global.
 
Portanto, é crucial cultivar um pensamento otimista, pois o Brasil possui o potencial para se tornar um país desenvolvido. Alcançar esse objetivo exigirá um esforço coordenado dos agentes econômicos, uma visão voltada para a produção sustentável da economia verde e um aumento da produtividade e das exportações ao longo das próximas três décadas.
 
(1) Economista brasileiro formado pela UFPB, especialista em Gestão de RH na UNINTER, professor de Economia no UNIESP, conselheiro efetivo do CORECON-PB, sócio do Fórum Celso Furtado de Desenvolvimento da Paraíba e apresentador do Programa Economia em Alta na Rádio Alta Potência. E-mail: [email protected]. WhatsApp: 55 (83) 98122-7221. PIX: 738.451.244-15.
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