1. Considerações Iniciais
O Grupo dos Sete (G7) é um dos principais fóruns de cooperação econômica entre as nações mais desenvolvidas do mundo. Composto por Alemanha, Canadá, Estados Unidos da América (EUA), França, Itália, Japão e Reino Unido (RU), juntamente com a União Europeia (UE), o grupo econômico exerce influência decisiva sobre as dinâmicas econômicas globais.
Com a próxima Cúpula do G7 programada para ocorrer no Canadá, os dados referentes ao desempenho econômico de 2023 e 2024, bem como o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de 2023 e o indicador demográfico de 2024 dos sete países membros, fornecem uma base sólida para uma análise aprofundada dos desafios do desemprego em 2024 e das projeções de crescimento econômico para 2025.
2. Breve Histórico do G7
O G7 surgiu em 1975, como resposta coordenada às crises econômicas dos anos 1970, sobretudo a Primeira Crise do Petróleo, em 1973. Sua formação inicial era o Grupo dos Seis (G6), no ano de 1975. Com o Canadá sendo incorporado em 1976, surgiu o G7. Desde então, o grupo se consolidou como um espaço estratégico para decisões globais, ainda que sem estrutura institucional fixa, funcionando por meio de cúpulas rotativas anuais.
Ao longo de cinco décadas, o G7 liderou ações sobre temas centrais como dívida externa, pobreza global, mudanças climáticas e imigração mundial. Seu poder, no entanto, depende da capacidade de seus membros em manter coesão e a cooperação econômica diante das transformações socioeconômicas da economia mundial.
3. Análise do G7 sobre sua Dinâmica Econômica, Demográfica e Desenvolvimento Humano
3.1. PIB Nominal do G7
O Produto Interno Bruto (PIB) nominal é o valor total de todos os bens e serviços finais produzidos em uma determinada região, como um país, durante um determinado período de tempo, geralmente um ano, calculado a preços correntes, logo, não desconta os efeitos da inflação.
Tabela 1: PIB Nominal do G7 em 2024
País | PIB Nominal | Participação |
EUA | 29,17 | 59,1 |
Alemanha | 4,71 | 9,6 |
Japão | 4,07 | 8,3 |
RU | 3,59 | 7,3 |
França | 3,17 | 6,4 |
Itália | 2,38 | 4,8 |
Canadá | 2,21 | 4,5 |
G7 | 49,30 | 100 |
Fonte: FMI.
Com base nos dados de 2024, do Fundo Monetário Internacional (FMI), o G7 possui um PIB nominal total de US$ 49,30 trilhões e representa cerca de 45% do PIB global. Os EUA seguem como a maior economia do grupo e do planeta, com US$ 29,17 trilhões, o que representa 59,1% do PIB total do G7.
A Alemanha é a maior economia da UE e a segunda maior do G7, contribuindo com 9,6% do PIB total, reforçando seu papel como centro industrial e exportador do continente europeu.
O Japão, com 8,3%, enfrenta desafios estruturais como uma população envelhecida e baixa taxa de crescimento econômico, o que impacta sua competitividade internacional.
O RU e a França apresentam participações semelhantes, com 7,3% e 6,4%, respectivamente, sendo economias desenvolvidas, mas afetadas por fatores como instabilidade política e mudanças nos fluxos comerciais globais.
A Itália, com 4,8%, segue como uma economia relevante, apesar de enfrentar desafios como baixa produtividade, baixa taxa de fecundidade total por mulher e alta dívida pública.
O Canadá, país-sede da próxima cúpula, contribui com apenas 4,5% do PIB do G7, a menor economia em termos de participação do PIB total, mas, mantém uma estabilidade macroeconômica, com destaque para sua matriz energética diversificada e inovação tecnológica.
3.2. População do G7
O indicador população representa o número total de habitantes de uma determinada região, como um país, um estado ou um município, em dado período de tempo, basicamente um ano.
Tabela 2: População do G7 em dezembro de 2024
País | População | Participação |
EUA | 341,0 | 43,34 |
Japão | 124,0 | 15,76 |
Alemanha* | 84,7 | 10,77 |
França | 68,4 | 8,69 |
RU* | 68,3 | 8,68 |
Itália | 58,9 | 7,49 |
Canadá | 41,5 | 5,27 |
G7 | 786,8 | 100 |
Fonte: Trading Economics. Nota: (*) dezembro de 2023.
Com base nos dados da Trading Economics, o G7 possui uma população de 786,8 milhões de habitantes, em dezembro de 2024, e representa cerca de 10% da população mundial. Os EUA concentram a maior população do grupo, com 341,0 milhões de habitantes, garantindo um grande mercado consumidor e força de trabalho diversificada.
O Japão tem uma população de 124,0 milhões de pessoas, mas enfrenta um rápido envelhecimento, pressionando seu sistema previdenciário e reduzindo a produtividade por trabalhador.
A Alemanha, com 84,7 milhões de habitantes, também apresenta desafios demográficos, com baixas taxas de natalidade e necessidade de imigração para sustentar o crescimento do PIB.
RU e França, ambos com mais de 68 milhões de pessoas, possuem uma estrutura populacional equilibrada, mas enfrentam tensões socioeconômicas internas que podem afetar seu dinamismo econômico.
Com uma população total de 58,9 milhões de habitantes, a Itália enfrenta o desafio do envelhecimento populacional, o que impacta diretamente sua capacidade de expandir a base produtiva.
O Canadá, país-sede da próxima cúpula, possui a menor população do G7, com 41,5 milhões de pessoas. O Canadá embora tenha uma população menor, aposta fortemente na imigração legal e na inovação para manter sua competitividade nos três setores da economia.
3.3. PIB per capita do G7
O PIB per capita é o PIB total dividido pela população total, um importante indicador econômico, pois reflete o nível médio de renda por habitante de cada país membro do G7.
Tabela 3: PIB per capita do G7 em dezembro de 2023
País | PIB per capita |
EUA | 65.875 |
RU | 47.323 |
Canadá | 44.469 |
Alemanha | 44.337 |
França | 39.117 |
Japão | 36.990 |
Itália | 34.088 |
G7 | 44.600 |
Fonte: Trading Economics.
De acordo com a Trading Economics, os EUA têm o maior PIB per capita do grupo, com US$ 65.875, reforçando sua posição como a maior economia do G7. Esse alto valor é impulsionado por um mercado de trabalho dinâmico, forte setor de inovação tecnológica e altos investimentos em capital humano.
O RU tem uma elevada renda per capita, com US$ 47.323. No entanto, enfrenta desafios estruturais, incluindo um crescimento moderado no período pós-Brexit, iniciado em 31 de janeiro de 2020. A transição para uma nova dinâmica econômica tem exigido adaptações estratégicas para manter a competitividade e a estabilidade.
Canadá apesar de ter a menor população do G7, mantém uma renda per capita elevada, com US$ 44.469, favorecido por sua economia diversificada, forte exportação de recursos naturais (petróleo, gás natural e madeira) e políticas migratórias legais.
Com um PIB per capita de US$ 47.337, a Alemanha se destaca como uma das economias mais industrializadas do mundo e impulsionada por setores estratégicos como o automobilístico, a engenharia mecânica (máquinas, equipamentos, robôs e satélites), a indústria química, a construção civil e as tecnologias de ponta. No entanto, o país enfrenta desafios significativos, como a diminuição da população economicamente ativa (PEA), a escassez de mão de obra qualificada e a necessidade urgente de acelerar a transição para fontes de energia limpa. Esses desafios tornam-se ainda mais complexos diante da atual crise econômica, que exige políticas estruturais para garantir competitividade e sustentabilidade.
França tem um PIB per capita robusto de US$ 39.117, sustentado por uma forte base industrial e por um setor de serviços diversificado, com destaque o turismo. No entanto, reformas econômicas e desafios fiscais são pontos de atenção para o país europeu.
Japão é o segundo menor PIB per capita do G7, com US$ 36.990, impactado pelo envelhecimento populacional, baixo crescimento econômico e desafios de produtividade. O país busca impulsionar sua economia com reformas estruturais.
Itália tem a renda per capita menor do G7, com US$ 34.088, influenciado por baixa produtividade, dívida pública elevada e desafios do envelhecimento populacional. Setores tradicionais como moda e manufatura ainda exercem influência sobre a economia italiana.
A renda per capita do G7 de US$ 44.600 revela uma grande variação entre seus membros, refletindo diferenças estruturais, demográficas e políticas econômicas. Países como EUA, RU e Canadá apresentam altos índices de produtividade e inovação, enquanto Itália e Japão enfrentam desafios de envelhecimento demográfico e baixa expansão econômica por pessoa.
3.4 IDH do G7
O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é uma medida criada pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) para avaliar o nível de desenvolvimento humano de um país desde 1990.
O IDH considera três principais dimensões: i) Educação – Inclui os anos médios de escolaridade da população e os anos esperados de escolaridade; ii) Longevidade – Representada pela expectativa de vida ao nascer; iii) Renda – Medida pelo Rendimento Nacional Bruto (RNB) per capita ajustado pelo paridade do poder de compra (PPC).
O IDH varia de 0 a 1, sendo que quanto mais próximo de 1, maior o desenvolvimento humano de um país.
Tabela 4: IDH do G7 em 2023
País | IDH |
Alemanha | 0,959 |
RU | 0,946 |
Canadá | 0,939 |
EUA | 0,938 |
Japão | 0,925 |
França | 0,920 |
Itália | 0,915 |
G7 | 0,935 |
Fonte: PNUD.
Hoje, o PNUD lançou mundialmente o Relatório do Desenvolvimento Humano 2025, apresentando o IDH de 193 países distribuídos pelos cinco continentes. A Islândia agora lidera o ranking global e europeu, com um IDH de 0,972 em 2023, ultrapassando a Suíça, que ocupa a terceira posição mundial com um IDH de 0,970. Em contraste, o Sudão do Sul registrou o menor IDH do mundo e da África, com 0,388, segundo o PNUD.
Entre os sete países que compõem o G7, a Alemanha, com um IDH de 0,959 em 2023, mantém a posição de líder do grupo, refletindo sua economia industrializada, sistema de saúde robusto e alto nível educacional. O RU ocupa a segunda posição, com IDH de 0,946, conforme o PNUD.
O Canadá e os EUA apresentam IDHs superiores a 0,930, indicando altos padrões de qualidade de vida, com pequenas variações nos fatores que compõem o IDH, mensurado anualmente pelo PNUD. O Japão e a França, embora continuem entre as principais economias desenvolvidas, registram IDHs abaixo de 0,930, com o Japão se destacando pela longevidade da população, enquanto a França enfrenta desafios econômicos e demográficos.
A Itália, com IDH de 0,915 em 2023, tem o menor índice entre os membros do G7. Apesar disso, permanece dentro dos padrões desenvolvimento humano muito elevado. O IDH médio do G7 em 2023 é 0,935, reforçando o status do grupo de sete nações desenvolvidas, embora com diferenças internas significativas a cada ano.
4. Expectativas para a 51ª Cúpula do G7 no Canadá
A mais recente Cúpula do G7 ocorreu na Itália, em Borgo Egnazia, sob a liderança da primeira-ministra italiana Giorgia Meloni. Durante dois dias intensos, a reunião com líderes globais, marcou uma ocasião histórica com a inédita participação do saudoso Papa Francisco na 50ª Cúpula do G7, de 2024.
Com desafios globais cada vez mais interligados, a 51ª Cúpula do G7 no Canadá poderá trazer novos acordos e compromissos que moldarão as políticas internacionais nos próximos anos. Por exemplos, os impactos da Inteligência Artificial (IA) na economia mundial, as regulamentações para tecnologias emergentes e os investimentos em pesquisa e desenvolvimento (P&D) em plena Quarta Revolução Industrial devem estar em pauta.
O Canadá, o segundo maior país do mundo em extensão territorial, será o anfitrião da próxima cúpula do G7, mesmo com um PIB e população relativamente menores do grupo, tem se destacado por sua elevada renda per capita e sua atuação diplomática em áreas como meio ambiente, direitos humanos e cooperação internacional.
O Canadá assume a presidência rotativa do G7 para realizar a 51ª Cúpula, um momento chave para renovar compromissos com o multilateralismo, o livre comércio e a defesa incondicional do meio ambiente e da energia limpa, e será realizada na linda cidade de Kananaskis.
5. Os 50 anos do G7 em Kananaskis
As sete principais economias avançadas do mundo se preparam para celebrar o cinquentenário da primeira cúpula do G7 em Rambouillet, na França, de 15 a 17 de novembro de 1975, um marco na governança global. Hoje, 6 de maio de 2025, marca a contagem regressiva de 40 dias para o início da 51ª Cúpula do G7, que ocorrerá de 15 a 17 de junho de 2025, na cidade canadense de Kananaskis, localizada na província de Alberta.
Desde 1976 o Canadá já sediou seis cúpulas do G7: Ottawa-Montebello, Ontário-Quebec (1981), Toronto, Ontário (1988), Halifax, Nova Escócia (1995), Kananaskis, Alberta (2002), Muskoka, Ontário (2010), e Charlevoix, Quebec (2018).
A sétima cúpula do G7 no Canadá será realizada em meio à deslumbrante paisagem das Montanhas Rochosas, em Alberta, proporcionando um cenário inesquecível para debates sobre economia global e segurança internacional. Com a presidência rotativa do Canadá, a 51ª Cúpula do G7 promete reafirmar os valores fundamentais do grupo desde 1975.
O vigésimo quarto primeiro-ministro canadense, Mark Carney, assumiu definitivamente o cargo após vencer as eleições legislativas no Canadá em 28 de abril. Ele lidera o Partido Liberal e tem se posicionado fortemente contra as tarifas protecionistas do presidente dos EUA, Donald Trump, que participou da 44ª Cúpula do G7 em 2018, no Canadá, ao lado do primeiro-ministro francês Emmanuel Macron. A 46ª Cúpula do G7 em 2020, nos EUA, foi cancelada por causa da pandemia da COVID-19 e substituída pela primeira videoconferência do G7.
Hoje, o primeiro-ministro do Canadá, Mark Carney, realizará sua primeira reunião presencial com o presidente dos EUA, Donald Trump, na Casa Branca, em Washington. O encontro tem como objetivo discutir estratégias para encerrar a guerra comercial entre as duas nações, ambas soberanas e de economias avançadas. A reunião será um marco decisivo para o futuro do Canadá, que reafirmará sua independência política e econômica frente aos EUA, que reiteradamente demonstram interesse em expandir seu vasto território e alimentam ideias absurdas sobre uma possível anexação do Canadá como o 51º estado americano.
A guerra comercial tem gerado impactos negativos na economia canadense, incluindo o aumento do desemprego nas dez províncias canadenses. Diante desse cenário, o economista canadense Mark Carney busca soluções para mitigar os efeitos das tarifas protecionistas, fortalecer o comércio internacional e diversificar parcerias econômicas globais, reduzindo a dependência econômica do mercado norte-americano, que anteriormente recebiam cerca de 75% das exportações canadenses.
Além disso, Mark Carney buscará diversificar as relações comerciais do Canadá, fortalecendo parcerias com a UE, o RU, a Austrália e o Japão. Ainda este ano, o Canadá poderá firmar um acordo de livre comércio com o Mercado Comum do Sul (MERCOSUL), seguindo o exemplo da UE, liderada por Ursula von der Leyen.
A 51ª Cúpula do G7 reunirá os líderes das sete principais economias desenvolvidas do mundo. O anfitrião, Mark Carney, primeiro-ministro do Canadá, receberá os seguintes chefes de Estado e de Governo: Friedrich Merz, “talvez” o novo chanceler da Alemanha; Emmanuel Macron, presidente da França; Giorgia Meloni, primeira-ministra da Itália; Shigeru Ishiba, primeiro-ministro do Japão; Keir Starmer, primeiro-ministro do RU e Donald Trump, presidente dos EUA. Além dos líderes do G7, a cúpula contará com a presença de representantes da UE, como Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia e António Costa, presidente do Conselho Europeu.
É preciso revelar que nesta terça-feira, em Berlim, o líder conservador Friedrich Merz, da União Democrata Cristã (CDU), não conseguiu ser eleito como o novo chanceler da Alemanha em sua primeira tentativa. Dos 630 deputados do Parlamento alemão, apenas 310 votaram a favor de Merz, ficando abaixo dos 316 votos necessários para garantir a maioria e assumir o cargo no Bundestag. O atual chanceler alemão é Olaf Scholz e ex-líder do Partido Social-Democrata (SPD) que deixará o Bundestag após a recessão econômica no biênio 2023-2024.
5.1. Taxa de Desemprego do G7
O indicador taxa de desemprego mede o percentual da PEA que está desempregada e procurando trabalho. Todos os líderes do G7 terão três dias para debater a taxa de desemprego do grupo no ano passado e nos quatro primeiros meses de 2025.
Tabela 5: Taxa de Desemprego do G7 em 2024
País | Taxa de Desemprego |
França | 7,4 |
Itália | 6,5 |
Canadá | 6,4 |
RU | 4,4 |
EUA | 4,0 |
Alemanha | 3,4 |
Japão | 2,5 |
G7 | 4,9 |
Fonte: ILO.
Segundo a International Labour Organization (ILO), o G7 apresentou uma taxa média de desemprego de 4,9% em 2024. Entre os países integrantes do grupo, o Japão registrou a menor taxa, com 2,5%, enquanto a França apresentou o maior índice, atingindo 7,4%. O Canadá, por sua vez, teve o terceiro maior índice de desemprego do G7, com 6,4%.
Esses dados de 2024 refletem que o Japão mantém uma taxa de desemprego historicamente baixa devido à sua cultura de estabilidade no emprego e à alta demanda por mão de obra especializada. Já a França e a Itália enfrentam dificuldades relacionadas ao elevado contingente de pessoas idosas, à baixa produtividade por trabalhador e os desafios na absorção de jovens trabalhadores.
O Canadá, apesar de sua economia diversificada, tem lidado com oscilações no mercado de trabalho. Além disso, o envelhecimento populacional e a necessidade de adaptação às novas dinâmicas do trabalho digital são enormes desafios.
6. Desafios e Projeções do G7 para 2025
As dez províncias e os três territórios do Canadá já estão sofrendo os impactos negativos da guerra comercial iniciada por Trump, em 1 de fevereiro de 2025. As tarifas protecionistas de 25% impostas pelos EUA têm afetado a economia canadense, resultando em milhares de demissões, em setores-chave de Ontário e Alberta, por exemplos, o automotivo, de energia e o agronegócio. As tarifas comerciais comprometem o fluxo de exportações e a estabilidade de indústrias canadenses, aprofundando a crise nas relações bilaterais dos dois maiores países da América do Norte, como também, do Canada-United States-Mexico Agreement (CUSMA).
O G7 enfrenta assimetrias internas, especialmente quanto ao peso relativo de seus membros. A supremacia econômica dos EUA contrasta com o desempenho mais modesto das quatro economias europeias, do Japão e do Canadá. Essa disparidade pode limitar a eficácia de ações conjuntas, exigindo maior articulação política para decisões coletivas do grupo econômico.
A coesão do grupo é posta à prova diante de desafios, como a injusta guerra comercial dos EUA contra o resto do mundo, a transição energética e a IA. Além disso, o primeiro-ministro canadense Mark Carney já convidou o presidente ucraniano Volodymyr Zelenskyy para participar da Cúpula do G7 no Canadá, e, sobretudo, para debater a atual situação da Guerra na Ucrânia, após a invasão de tropas russas em 24 de fevereiro de 2022.
Entre 1998 e 2014, a Rússia integrou o Grupo dos Oito (G8). Durante esse período de 16 anos, o país participou ativamente das discussões globais sobre política econômica e segurança internacional. Em 2002, em Kananaskis, no Canadá, o presidente russo Vladimir Putin participou da Cúpula do G8. No entanto, em 2014, a Federação Russa foi suspensa do grupo após a anexação da Crimeia, na Ucrânia, resultando na volta ao G7 e nas projeções de crescimento econômico dos países que compõem o grupo, sendo dois localizados na América, quatro situados na Europa e um na Ásia.
6.1. Projeção de Crescimento do PIB do G7 para 2025
O indicador projeção de crescimento do PIB representa uma estimativa de quanto à economia de um país deve crescer, encolher ou estagnar em determinado período futuro. Essa projeção de crescimento do PIB do G7 para 2025 é realizada também pelo FMI.
Tabela 6: Projeção de Crescimento do PIB do G7 para 2025
País | Projeção de Crescimento do PIB para 2025 (*) |
EUA | 1,8% |
Canadá | 1,4% |
RU | 1,1% |
Japão | 0,6% |
França | 0,6% |
Itália | 0,4% |
Alemanha | 0,0% |
G7 | 0,8% |
Fonte: FMI. Nota: (*) Projeção do FMI de abril de 2025.
De acordo com as projeções econômicas mais recentes do FMI, o crescimento do PIB do G7 para 2025 é de 0,8% em relação ao ano de 2024. Os EUA lideram as previsões, com um crescimento projetado de 1,8%, enquanto a Alemanha apresenta expectativa de estagnação econômica. O Canadá encontra-se em segundo lugar do G7, com tendência de 1,4%.
Essas estimativas baixas refletem os desafios econômicos globais e as tendências específicas de cada país, influenciadas por fatores como a desnecessária guerra comercial e os efeitos contínuos da estúpidas Guerra na Ucrânia e Guerra em Israel. As políticas fiscais e monetárias adotadas pelos países do G7, além das condições do comércio internacional, desempenham um papel fundamental na definição dessas projeções do FMI para 2025.
Após o encerramento da 51ª Cúpula do G7 no Canadá, a presidência rotativa do grupo será transferida para a França, seguindo a ordem predefinida entre os sete países-membros: França, EUA, RU, Alemanha, Japão, Itália e Canadá. Essa presidência rotativa é exercida de forma anual, garantindo a alternância na liderança do grupo e na definição das pautas prioritárias para a futura cúpula do G7 na França no ano de 2026.
7. Considerações Finais
Finalizando, o G7 continua sendo um pilar essencial da governança global, mas seus sete membros enfrentam o desafio de renovar sua capacidade de ação coordenada e manter a cooperação econômica internacional em um cenário de ressurgimento do protecionismo.
A 51ª Cúpula do G7, a ser realizada no Canadá, reafirmará os valores do grupo, promovendo uma agenda mais inclusiva, digital e sustentável. O encontro será uma oportunidade para os líderes das principais economias desenvolvidas comemorarem os 50 anos do G7, fortalecerem o diálogo e pavimentarem caminhos para uma cooperação econômica internacional.
Por fim, o G7 enfrenta o desafio de impulsionar a economia global, superando as tarifas protecionistas que restringem o comércio mundial, limitam o crescimento sustentável e dificultam a cooperação econômica internacional. Com a presidência do grupo, o Canadá concentrará seus esforços em prioridades estratégicas, como a construção de economias inclusivas, o combate às mudanças climáticas e a gestão de tecnologias, a IA, em particular, que está reformulando setores em todo o mundo, exigindo regulamentações eficazes.
Portanto, para alcançar a prosperidade econômica no biênio 2025-2026, o G7 enfrentará um caminho desafiador, exigindo esforços contínuos para promover o desenvolvimento sustentável, reduzir as desigualdades sociais e ampliar a cooperação econômica internacional.