Fonte: PNUD, RDH 2025. IDH do BRICS O IDH médio do BRICS de 0,756, em 2023, é igual ao do Paraguai, que ocupa a 99ª posição no ranking global. Os EAU possuem o maior IDH (0,940) do grupo, enquanto a Etiópia registra o menor (0,497).
Entre o grupo BRICS, dois países são de desenvolvimento humano muito alto: EAU e Rússia. Seis países são de desenvolvimento humano alto: Irã, China, Brasil, Egito, África do Sul e Indonésia. Um país é de desenvolvimento humano médio: a Índia. E a Etiópia é o único país do BRICS classificado como desenvolvimento humano baixo.
É preciso destacar que o Brasil aparece em quinto lugar no BRICS e na 84ª colocação no mundo, com um IDH de 0,786 em 2023, com um avanço no ranking global em relação ao ano de 2022. Importante revelar também que o IDH do Brasil subiu de 0,641 em 1990 para 0,786 em 2023, o que significa 22,62% nos últimos 33 anos.
Esperança de vida ao nascer do BRICS A média da esperança de vida ao nascer no grupo é 73,6 anos. Os EAU lideram com 82,9 anos, enquanto a África do Sul possui a menor expectativa de vida ao nascer (66,1 anos), evidenciando desafios relacionados à saúde e qualidade de vida no país africano. O Brasil apresenta-se como a quarta maior esperança de vida ao nascer do BRICS, com 75,8 anos em 2023.
Média de anos de escolaridade do BRICS A média do grupo é 9,3 anos em 2023, mostrando disparidades no nível educacional. Enquanto os EAU apresentam 13,0 anos de escolaridade em média, a Etiópia tem o menor índice (2,4 anos), evidenciando desafios educacionais profundos no segundo país mais populoso da África. O Brasil encontra-se na sétima posição do grupo BRICS, com apenas 8,4 anos.
Anos futuros de escolaridade do BRICS O país emergente do BRICS com o maior índice de anos futuros de escolaridade é o Brasil, com 15,8 anos em 2023. Isso indica uma expectativa educacional elevada, refletindo investimentos estatais e privados contínuos na educação nas cinco regiões do País.
O Brasil lidera o grupo em expectativa de anos futuros de escolaridade (15,8), embora sua média de anos estudados ainda seja considerada baixa (8,4), refletindo desigualdades regionais.
O resultado é positivo em anos futuros de escolaridade para o Brasil entre os dez países do grupo, composto por uma diversidade geográfica em quatro continentes: América (Brasil), Europa (Rússia), África (África do Sul, Egito e Etiópia) e Ásia (China, Índia, Indonésia, EAU, Irã e Rússia também). A Federação Russa é o maior país do mundo em extensão territorial, com 17.098.242 km² e o território está distribuído entre dois continentes: Europa (23%) e Ásia (77%).
Contrastes no Brasil Entretanto, apesar do bom desempenho em anos futuros de escolaridade, o Brasil enfrenta entraves estruturais na alfabetização. Em 2024, 29% da população de 15 a 64 anos era considerada analfabeta funcional, que mesmo sabendo ler e escrever não consegue interpretar textos ou realizar operações matemáticas mais elaboradas.
O estudo foi coordenado pela ONG Ação Educativa, em parceria com a consultoria Conhecimento Social, e contou com o apoio de instituições brasileiras de renome na área educacional, como a Fundação Itaú, a Fundação Roberto Marinho e o Instituto Unibanco, bem como renomadas organizações internacionais, como o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO).
Esses dados refletem desafios estruturais na alfabetização no Brasil, um país de grandes dimensões territoriais, indicando a necessidade de investimentos públicos e privados em educação de qualidade para mudar esse quadro preocupante nas cinco regiões do País, sobretudo, na região Nordeste, assim aumentar a média de anos de escolaridade e os anos futuros de escolaridade nos próximos RDHs do PNUD.
Menor índice O país em desenvolvimento do BRICS com o menor índice de anos futuros de escolaridade é a Etiópia, com 9,2 anos, evidenciando desafios no acesso à educação no país localizado na África Oriental, na região conhecida como Chifre da África. A Etiópia faz fronteira com Eritreia ao norte, Djibouti e Somália a leste, Quênia ao sul e Sudão e Sudão do Sul (o pior IDH do mundo, com 0,388) a oeste.
Essa disparidade mostra como o nível de desenvolvimento educacional varia dentro do BRICS, com média de 13,6 anos, com algumas nações emergentes oferecendo perspectivas mais longas de escolaridade, enquanto outras ainda enfrentam dificuldades na ampliação do ensino educacional.
RNB per capita do BRICS Com base nas informações do PNUD, a média do BRICS é de $ 22.195 PPC, demonstrando grandes desigualdades econômicas no grupo. Os EAU lideram com $ 71.142 PPC, enquanto a Etiópia tem o menor RNB per capita ($ 2.796 PPC). O Brasil apresenta-se em quarto lugar, com $ 18.011 PPC em 2023.
Considerações Finais Concluindo, o BRICS continua sendo um grupo econômico estratégico para a economia global. Os indicadores analisados mostram grandes disparidades entre os dez países-integrantes. Essa diversidade representa, ao mesmo tempo, um desafio e uma oportunidade para o grupo econômico consolidar estratégias de cooperação mais equilibradas.
Os EAU e a Rússia possuem os melhores IDHs do BRICS, enquanto países como Irã, China, Brasil, Egito, África do Sul e Indonésia apresentam IDHs elevados, mas, ainda enfrentam desafios socioeconômicos. O Brasil ocupa a quinta posição no grupo, destacando-se pela liderança nos anos futuros de escolaridade.
O PNUD aponta a Índia, uma potência emergente, na categoria de desenvolvimento humano médio, enquanto, a Etiópia é o único país do grupo classificado como desenvolvimento humano baixo.
Por fim, acompanhar a evolução desses indicadores ao longo dos próximos anos será crucial para entender como o BRICS poderá fortalecer sua influência no cenário internacional e promover o desenvolvimento sustentável e a cooperação econômica entre os 10 países-membros e 9 países-parceiros, além da indecisa Arábia Saudita, um dos maiores produtores e exportadores mundiais de petróleo. Com sua inclusão no Quadro 1, o país asiático seria o 2º maior IDH do BRICS, com 0,900 em 2023.
Referências AGÊNCIA BRASIL.
Três em cada 10 brasileiros são analfabetos funcionais, indica estudo. Disponível em:
https://agenciabrasil.ebc.com.br/educacao/noticia/2025-05/tres-cada-10-brasileiros-sao-analfabetos-funcionais-0. Acesso em: 07 mai. 2025.
PNUD.
Relatório de Desenvolvimento Humano 2025. Disponível em:
file:///D:/Meus%20arquivos/Downloads/hdr2025reporten-2.pdf. Acesso em: 06 mai. 2025.
(*) Paulo Galvão Júnior é economista, coordenador do Curso Superior de Tecnólogo em Gestão Financeira – EAD – na UNICORP Faculdades, em João Pessoa, e autor dos e-books O CANADA! (2022) e A IMPORTÂNCIA DO CANADÁ NO G7 E G20 (2024). Acesse o link para comprar o e-book de 2024: https://paulogalvaojunior.com.br/canada/. WhatsApp para entrevistas e palestras sobre o G7, G20 e BRICS: +55 (83) 98122-7221.